OS DONS DO ESPIRITO SANTO
“Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas,
repartindo particularmente a cada um como quer” (1
Co 12.11).
Entre aqueles que receberam o batismo com o Espírito Santo no
mesmo dia do Sr. Edward Lee, encontrava-se Jennie Moore, que algum tempo depois
casaria com Seymour. A Sra. Moore foi a primeira mulher a
receber o batismo com o Espírito Santo na cidade de Los Angeles, na casa
dos irmãos Richard e Ruth Asbery, na rua Bonnie Brae, 214. Na ocasião, começou
a cantar noutras línguas e a tocar piano sob o poder de Deus. Todos ficaram
maravilhados (At 2.7), pois sabiam que ela nunca havia estudado música. Segundo
uma testemunha ocular, Emma Cotton, aquele grupo orou durante três dias e três
noites e as pessoas que conseguiam entrar na casa dos Asbery, caíam sob o poder
de Deus, enquanto outras eram curadas e salvas por Jesus Cristo. O local ficou
repleto de pessoas a ponto do soalho ceder, mas ninguém ficou ferido. Durante
aqueles três dias, toda a cidade afluiu para observar o poder de Deus
manifestado entre os seus filhos.
Uma
corrente da teoria cessacionista afirma que os dons do Espírito são habilidades
naturais, santificadas e aperfeiçoadas por Deus após a conversão do indivíduo.
Uma outra acredita que os dons espirituais não são para os tempos hodiernos,
mas estiveram restritos ao período apostólico. No entanto, ao lermos as
Sagradas Escrituras, não encontramos qualquer evidência de que os dons do Espírito
tenham cessado com a morte dos apóstolos e muito menos de que se trata de
talentos humanos santificados. O argumento antipentecostal é fundamentado na
hermenêutica naturalista, que nega qualquer elemento sobrenatural nas
Escrituras. Portanto, a dedução dos cessacionistas não é possível e nem
necessária como método de interpretação do Novo Testamento. A atualidade dos
dons espirituais é confirmada pela Escritura e experiência cristã. No primeiro
caso, podemos citar os propósitos dos dons, especificamente, o de fortalecer a
Igreja (1 Co 14.3,4,26). Se os dons cessaram após a morte dos apóstolos, por
que Paulo escreveria à igreja de Corinto para que buscassem ardentemente os
dons e zelassem por ele, sabendo que os dons não durariam mais do que 50 anos?
Não há qualquer analogia plausível para sustentar tal absurdo. A experiência
pentecostal de incontáveis cristãos, em todas as épocas e lugares, é evidência
complementar da atualidade dos dons conforme a verdade bíblica.
Muitos
têm dificuldades de distinguir entre Dons
do Espírito (plural), Dom
do Espírito (singular) e Fruto
do Espírito (singular). Por isso, utilize nesta lição a tabela
“Paralelo Lógico”. Este recurso possibilita a comparação entre dois ou mais
elementos e suas possíveis correspondências.
Concernente
os dons espirituais, dois princípios devem ficar patentes. Primeiro, quando uma
pessoa recebe do Senhor os dons do Espírito, não significa que ela é mais
perfeita ou que é mais merecedora das bênçãos divinas do que outras. Segundo,
assim como o crente não é salvo pelas obras, mas pela graça divina (Ef 2.8; Tt
3.5), os dons do Espírito são concedidos pela graça de Deus para que ninguém se
engrandeça (Rm 12.6).
FALSOS CONCEITOS QUANTO AOS DONS DO ESPÍRITO
SANTO
Através dos anos têm
se desenvolvido as mais variadas e absurdas teorias a respeito dos dons do
Espírito Santo, dentre as quais se destacam as seguintes:4.1. Os dons eram
restritos à era apostólica Os que defendem esta teoria afirmam que os sinais
sobrenaturais e os dons do Espírito Santo, foram enviados com o propósito
exclusivo de confirmar a divindade de Jesus, e autenticar os primeiros
pregadores do Evangelho e sua mensagem. Argumentam também que a necessidade de
tais manifestações sobrenaturais cessaram depois de completado o Novo
Testamento._4.2. Os dons hoje são
habilidades naturais
Isto é, Deus premia algumas pessoas privilegia das, dando-lhes dotes
especiais. Por exemplo: pessoas com a habilidade fora do comum para lingüística,
como Rui Barbosa, têm o dom de línguas e de interpretação; quem tem mãos
habilidosas e grande capacidade como cirurgião, tem o dom de curar; quem
mostra erudição na pregação, tem o dom da profecia; e assim por diante.4.3. Os dons são inalcançáveisOs que advogam esta
interpretação, dizem que os dons são tão grandiosos e santos na sua essência,
que ninguém está suficientemente preparado para merecê-los; portanto ninguém os
possui.5.
OS DONS ESPIRITUAIS SÃO PARA A IGREJA HOJE
É evidente que as
três teorias supramencionadas, comuns nos escritores antipentecostais, não
podem subsistir, porque se contradizem com aquilo que a Bíblia e a experiência
cristã dizem sobre o assunto, como vemos a seguir.Não há nenhuma evidência em
o Novo Testamento de que os dons do Espírito Santo foram restritos à era
apostólica, nem que eles sejam habilidades naturais aos mais inteligentes, ou
mesmo «que sejam tão santos em si que ninguém seja suficientemente puro para
merecê-los.Pelo modo como o assunto é tratado nas epístolas apostólicas,
conclui-se que os dons espirituais são para a Igreja hodierna. Esta opinião é
comungada por famosos teólogos e por muitas igrejas da atual geração.O teólogo
suíço, Karl Barth, escrevendo sobre as manifestações extraordinárias do
Espírito Santo no contexto de 1 Coríntios 13, diz: “... na falta delas, há
razão para perguntar se por orgulho ou por preguiça a comunidade como tal se
furtou talvez a essa concessão, falsificando assim o seu relacionamento com o
Senhor, aniquilando-o, por se tratar de uma relação nominal e não
real".Emil Brunner escreveu que "o milagre do Pentecoste, e tudo o
que está incluído nos charismata, os dons do Espírito, não deve ser abrandado a
um puritanismo teológico".
A Igreja
Presbiteriana Unida, nos Estados Unidos, num dos seus documentos de 1971,
sobre "A Obra do Espírito Santo", declara: “... não podemos seguir o
ponto de vista de alguns teólogos no sentido de que os dons puramente
sobrenaturais cessaram com a morte dos apóstolos. Não parece existir base
exegética para tal suposição. Cremos que o Espírito Santo está testemunhando à
Igreja que ela deveria estar 'orando e suspirando' pelo ministério do Espírito
e suas manifestações, pois, com demasiada freqüência, a dimensão carismática
está sendo reduzida a nível da dinâmica psicológica e posta de lado como uma
aberração emocional".O Relatório de 1974 do Painel sobre doutrina da
"Church of Scotland" intitulado "O Movimento Carismático Dentro
da Igreja Escocesa", diz: "Desde que Deus finalmente falou em Cristo,
o que sem dúvida cessou foram as revelações. O que não cessou, segundo as
Escrituras, foi a promessa dos dons.
A promessa em Marcos foi para 'aqueles que
crêem', e esta é uma promessa válida para todos os tempos e até o fim dos
tempos. Não há nada nas Escrituras que possa limitá-la ao 'início' do Evangelho..."Num
breve "Sumário de Conclusão", o mesmo Painel estabelece:"Os dons
do Espírito Santo devem ser operados. Onde houver esperança; a Igreja pode
perfeitamente ser galardoada com uma medida maior e mais evidente desses dons
do que o seria uma igreja que há tempos acredita que eles tenham
cessado."Os escritores antipentecostais se habituaram a citar 1 Coríntios
13.10:"Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será
aniquilado".Foi daí que extraíram o absurdo ensino de que os dons
espirituais cessariam logo após fossem concluídos os escritos do Novo
Testamento.A respeito deste assunto de 1 Coríntios 13.10, escreve o Dr. Russell
Norman Champlin, no seu "Novo Testamento Interpretado":"Não
existe aqui, obviamente, nenhuma referência ao cânon das Escrituras do Novo
Testamento, como a 'perfeição' que esperamos.
Esta interpretação
é uma invenção do século XX para obter um texto de prova para ensinar que os
dons, necessariamente, deveriam ter acabado ao fim da era apostólica. A
'perfeição' do texto é adequadamente descrita: Nesta perfeição 'conhecerei
plenamente, como também sou plenamente conhecido', v.12... O cânon das
Escrituras, claramente, não trouxe tais condições. Paulo está é antecipando a
perfeição que a segunda vinda de Cristo trará..."Precisamos da
manifestação de todos os dons espirituais, tanto hoje em dia como em qualquer
outra época; porquanto a nossa era se caracteriza pelo materialismo e pela mais
profunda impiedade. Os dons espirituais deveriam fortalecer a Igreja e fazer
dela um poder neste período, contanto que todos venham genuinamente da parte
do Espírito Santo".
5 Os
dons e o fruto do Espírito Antes do grande avivamento pentecostal iniciado no
começo deste século, dava-se muita ênfase ao fruto do Espírito, enquanto que os
dons eram ignorados. Para combater esse desequilíbrio, começou-se a dar ênfase
aos dons e quase a ignorar o fruto do Espírito. Hoje, no entanto, a situação
parece bem mais delicada, devido ao fato de estarmos dando pouca ênfase tanto
aos dons quanto ao fruto do Espírito.Evidentemente, esta posição coloca-nos em
desacordo com a Bíblia Sagrada, devendo, portanto, levar-nos a tomar uma nova
atitude quanto ao assunto..
Haja vista a alegação dos críticos das doutrinas
paracletológicas de que a expressão “dons espirituais” não consta da Bíblia,
iniciarei esta série fazendo um esclarecimento. De fato, o termo “dons
espirituais” não aparece em 1 Coríntios 12.1 e 14.1,12. Mas o termo originalpneumatikon (literalmente,
“espiritualidades” ou “coisas espirituais”) pode ser perfeitamente traduzido
por “dons espirituais”, uma vez que esta tradução é abonada pelo contexto
imediato: “há diversidade de dons” (1 Co 12.4); “dons de curar” (vv.9,28); “dom
de curar” (v.30); “procurai com zelo os melhores dons” (v.31).
“Dons”, em 1 Coríntios 12.31, é charisma, mas em 1
Coríntios 14.1 é pneumatikon.
Isso confirma que os termos são perfeitamente intercambiáveis, à luz do
contexto. Ambas as formas se referem aos dons espirituais. Estes fazem parte
das ministrações do Espírito Santo na igreja e manifestam a glória divina. Os
dons espirituais edificam os crentes e atraem os pecadores. São capacidades, dotações
sobrenaturais concedidas pelo Espírito Santo, com o propósito principal de
edificar a igreja (1 Co 14.3,4,5,12,26; Ef 4.11-13). Através deles, o Senhor
revela poder e sabedoria aos seus servos.
Há distinção entre os dons espirituais mencionados em 1 Coríntios 12.6-11 e o
batismo com o Espírito Santo, também chamado de dom do Espírito (At 2.38;
10.45). Este é um revestimento de poder outorgado pelo Espírito Santo, enquanto
os primeiros são as capacidades sobrenaturais decorrentes do tal batismo. Nesse
caso, quem já fala em línguas, como evidência do aludido revestimento, deve
desejar e buscar outros dons: “procurai com zelo os dons espirituais” (1 Co
14.1); “como desejai dons espirituais, procurai sobejar neles” (v.12).
Também há distinção entre os dons espirituais como manifestações esporádicas (1
Co 12.6-11) e como ministérios (1 Co 12.28). Os primeiros estão à disposição de
todos os que buscam a Deus (At 2.39; Rm 11.29). Já os dons ministeriais são
residentes nos servos do Senhor e dependem, evidentemente, da chamada soberana
de Deus (Mc 3.13). À luz da Palavra de Deus, todo crente fiel, batizado com o
Espírito Santo, pode ser usado com o dom de profecia (1 Co 14.1). Mas nem todo
crente, mesmo que batizado com o Espírito, pode ser um pastor, por exemplo,
visto que este dom não é uma manifestação momentânea, esporádica, e sim um
ministério outorgado soberanamente por Deus (Ef 4.11; Hb 5.4). Os dons como
ministérios serão abordados nas presentes Lições Bíblicas da
CPAD a partir da lição 6.
De modo geral, todos os dons são dados à igreja para o que for útil (1 Co 12.7;
14.28). E, por isso mesmo, não devemos ignorá-los ou desprezá-los (1 Co 12.1; 1
Ts 5.19,20; At 19.1-7). É o Senhor quem nos concede essas dádivas, “segundo a
graça” (Rm 12.6). E, como essas dotações são, primacialmente, para a edificação
do povo de Deus (1 Co 14.26), não devem ser mal utilizadas, sem decência e
ordem, no culto genuinamente pentecostal (1 Co 14.37-40).
Os dons espirituais à luz da
Bíblia (2)
Há
diferença entre os dons do Espírito como manifestações esporádicas e os dons
ministeriais. As ministrações momentâneas e sobrenaturais do Espírito para a
edificação da igreja só vêm sobre quem já recebeu o revestimento de poder, o
batismo com o Espírito (At 2.1-4; 10.44-47; 19.1-6, etc.).
Apolo era um pregador
— ele tinha o ministério, o dom ministerial, de pregador da Palavra, assim como
Paulo (1 Tm 2.7) —, porém não era batizado com o Espírito, ao contrário do
mencionado apóstolo (cf. At 18.24-19.6). Há vários ministros, pertencentes a
denominações evangélicas não-pentecostais, que, à semelhança de Apolo, foram
chamados por Deus, desempenham um ministério, a despeito de não conhecerem o
batismo com o Espírito Santo. Os dons espirituais, como manifestações
momentâneas, esporádicas, estão à disposição de todos os salvos batizados com o
Espírito. Mas não devem ser confundidos com o fruto do Espírito. Na verdade, os
dons e o fruto se completam. Neste segundo artigo da série sobre os dons
espirituais, conheceremos as principais diferenças entre as aludidas
ministrações espirituais momentâneas e o fruto do Espírito Santo no que tange
a: quantidade, forma de recebimento, origem, forma de manifestação, duração,
momento do recebimento, qualidade, finalidade e importância.
1. Quanto à
quantidade. Os dons são muitos, e não apenas nove, como
muitos pensam. Segundo a Bíblia, há diversidade de dons, ministérios e
operações (1 Co 12.6-11,28; etc.). O fruto do Espírito também não deve ser
quantificado. Quem afirma que são apenas nove os elementos formadores do fruto
toma como base apenas Gálatas 5.22. Mas há várias outras passagens que tratam
dessa doutrina paracletológica (Ef 5.9; Cl 3; 1 Pe 5.5; 2 Pe 1.5-9, etc.).
2. Quanto à forma
de recebimento. Os dons são repartidos para a igreja,
coletivamente, para edificação dela. O fruto do Espírito — que não deve ser
reduzido a uma lista de virtudes, haja vista tratar-se do Espírito Santo agindo
na vida do crente, a fim de mudar o seu interior, o seu caráter — é produzido
na vida de cada servo do Senhor que dá lugar ao Consolador.
3. Quanto à origem. Os dons espirituais vêm do alto sobre a
igreja. O fruto tem origem no interior de cada crente espiritual.
4. Quanto à forma
de manifestação. Os dons vêm sobre os crentes, conferindo-lhes
unção poderosa (capacitação) para pensar, interpretar, discernir, pregar, orar,
ajudar, etc. O fruto manifesta-se em cada crente de dentro para fora, através
de virtudes como amor, alegria, paz, humildade, etc.
5. Quanto à
duração. Os dons como manifestações — e não como
ministérios, repito — são momentâneos. O fruto permanece na vida do crente. Mas
precisa amadurecer a cada dia.
6. Quanto ao
momento do recebimento. Os dons espirituais manifestam-se na vida dos
servos do Senhor a partir do batismo com o Espírito Santo, como vemos em Atos
caps. 2, 10 e 19, especialmente. “O batismo é também um meio para a outorga por
Deus dos dons espirituais — 'falavam línguas e profetizavam'” (GILBERTO,
Antonio. Verdades Pentecostais, CPAD, p.64). Já o fruto manifesta-se no crente
a partir da sua conversão (Ef 1.13,14). O fruto, portanto, como já disse, é o
Espírito Santo agindo na vida do crente, a partir do primeiro momento de sua
salvação, para moldar o seu caráter (Gl 5.22; 2 Pe 1.5-9, etc.).
7. Quanto à
qualidade. Os dons espirituais são perfeitos, embora
muitas pessoas façam mau uso deles. Já o fruto precisa amadurecer. Este
amadurecimento do fruto produzido no crente pelo Espírito ocorre
gradativamente, de acordo com a disposição do coração do salvo. Trata-se do aperfeiçoamento
espiritual (2 Tm 3.16,17; Ef 4.11-15).
8. Quanto à
finalidade. Os dons são manifestações para edificação da
igreja. O fruto do Espírito tem como finalidade o desenvolvimento do caráter de
cada crente. A igreja de Corinto era pentecostal (1 Co 1.7; caps. 12-14). Todos
os dons, ministérios e operações divinos tinham lugar ali (1 Co 12.4-6).
Contudo, ela estava envolvida em diversos problemas (1 Co 1.10; 6.1-11; 11.18),
pecados morais graves (1 Co 5), além da desordem no culto (1 Co 11.17-19). Os
coríntios eram imaturos e carnais (1 Co 3.1-4).Se dermos ênfase apenas aos dons
como manifestações esporádicas, em detrimento do fruto do Espírito, males
ocorrerão na igreja, como: dissensão, carnalidade, egoísmo, desordem e
indecência. O partidarismo na igreja de Corinto decorria da falta de
amadurecimento do fruto do Espírito (1 Co 11.18; 1.10-13; 3.4-6). O termo
“dissensões” (1 Co 1.10; 11.17) descreve a destruição da unidade cristã por
meio da carnalidade. Em vez de gratidão a Deus, para promover a comunhão e
“guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Ef 4.3), os coríntios se
reuniam para o culto com espírito faccioso.
9. Quanto à
importância. Em Corinto, havia muita carnalidade porque os
crentes daquela igreja não priorizavam o fruto do Espírito (1 Co 3.1-3). Havia
membros daquela igreja controlados pelo Espírito Santo (1 Co 1.4-9; Rm 8.14),
mas muitos eram carnais (1 Co 13.1). Carnal é o crente cuja vida não é regida
pelo Espírito (Rm 8.5-8); que tem muita dificuldade de entender os assuntos
espirituais (1 Co 2.14); que vive em contendas, etc. Por não cultivarem o fruto
do Espírito, os coríntios eram egoístas (1 Co 11.21). Na liturgia da igreja
primitiva era comum a Ceia do Senhor ser precedida por um evento festivo
denominado agápe (e não ágape) ou “festa do amor” (2 Pe 2.13; Jd v.12). No
entanto, alguns crentes, em vez de fortalecerem o amor e a unidade cristã antes
da Ceia do Senhor, embriagavam-se.
Segundo a Bíblia, todos os crentes (batizados com o Espírito, é evidente)
podem, no culto, falar em línguas ou profetizar (1 Co 14.5ss). Mas ela também
nos ensina a exercer esses dons com sabedoria, ordem e decência (1 Co
14.26-33,37-40), a fim de que: o nome do Senhor seja glorificado (1 Co 14.25);
o incrédulo convencido de seus pecados (1 Co 14.22-25); e a igreja edificada (1
Co 14.26). É imprescindível o casamento entre o fruto do Espírito e os dons
espirituais. Afinal, o espírito do profeta deve estar sujeito ao profeta. Em
outras palavras, o crente controlado pelo Espírito é usado por Deus, mas tem
equilíbrio, domínio próprio e discernimento. O fruto do Espírito amadurecido na
vida do crente impede-o de abraçar aberrações pseudopentecostais como
“cai-cai”, “unção do riso”, etc.
Regulamentos acerca da Adoração Cristã (I Co
11:2-14:40)
O amor governa o uso dos dons e toda
a conduta cristã (13:1-13).
Comentário de 1 Co 13.1-3 do Texto de
Referência
Se o apóstolo Paulo não houvesse
escrito outra coisa além desta seção, além deste grande hino ao amor, bastaria
isso para classifica-lo como um dos maiores autores de todos os tempos. Mui
provavelmente ele não escreveu esta passagem em uma tirada, enquanto ditava sua
epístola. Antes, deve ter sido resultado das suas meditações, de sua cuidadosa
consideração sobre esse grande tema, da inspiração do Espírito de Deus que
estava sobre ele. Sobre o tema do amor, nada existe, em toda a literatura, que
se lhe compare, ainda que muitas outras peças literárias também sejam
admiráveis, como o grande diálogo de Platão, «Banquete».
Acerca do amor precisamos distinguir
entre algumas variedades do mesmo, a saber:
1. De Deus pelo homem (ver
Jo 3:16).
2. Dos homens por Deus. Isso só pode
ser realizado pela ascensão mística da alma na direção de seu criador; de outra
maneira, Deus continuará sendo apenas um conceito abstrato. O primeiro
mandamento da lei requer essa ascensão da alma: «Amarás ao Senhor teu
Deus...» Esse amor, entretanto, é aludido apenas indiretamente na
passagem que temos à frente; e é interessante observar que Paulo, em toda a sua
exposição, não reitera esse mandamento, embora seja o maior e o mais bem
conhecido de todos.
3. Há também o amor-próprio, que é
permissível se igualmente amarmos ao próximo como a nós mesmos (ver Mt 22:39),
mas que não pode ser isolado do outro amor e nem exagerado ao ponto do egoísmo,
conforme é costume os homens fazerem.
4. Além disso, há o amor ao próximo
(ver Mt 22:39). Esse é amor enfatizado no grande décimo terceiro
capítulo desta primeira epístola aos Coríntios. A grandeza desse aspecto do amor é ilustrada pelo fato que, do primeiro
e do segundo mandamentos, que são o amor a Deus e o amor ao próximo, dependem
toda a lei e os profetas. No tocante ao amor, nada poderia ser mais
significativo do que essa particularidade.
5. Finalmente, há o amor a Cristo. E,
uma vez mais, tal como no caso do amor a Deus Pai, esse tipo de amor depende
da ascensão mística da alma. Porém, ao amarmos ao próximo, na realidade
estamos amando a Cristo; e nisso consiste o importante preceito contido no
trecho deMt 25:31 e ss.
Os homens geralmente encontram grande
dificuldade para amar a Cristo e a Deus Pai, porquanto, para eles, a pessoa de
Deus lhes parece um conceito teológico distante. Não obstante, todos os homens
podem amar a seus semelhantes; e, ao assim fazê-lo, amam a Cristo e a
Deus Pai. Tal condição, outrossim, começa a conduzir a alma em sua ascensão
mística, para que ela possa amar a Deus mais diretamente.
O amor é o grande princípio cristão de
toda a ação, ultrapassando a todos os muitos sistemas éticos que se têm
olvidado do amor, ou que tÉm menosprezado a sua importância. O amor
cristão evidentemente brilha muito acima da ideia da mutualidade, postulada
pelo pragmatismo; pois o amor cristão exige que se ame até mesmo aos nossos
inimigos, o que não é a experiência da mera mutualidade.
«De cada lado deste capítulo continua
rugindo o tumulto dos argumentos e das reprimendas.Mas, no seu interior, tudo é
tranquilidade. As suas sentenças se movimentam em uma melodia quase rítmica; o
simbolismo se desdobra em uma propriedade imaginária como o amanuense do
apóstolo deve ser pausada para contemplar a expressão fisionômica do
mestre, quando subitamente este modificou o seu estilo no ditado, tendo visto
que seu rosto era iluminado como se fora a face de um anjo, quando passava
perante ele a sublime visão da perfeição divina». (Stanley, in loc).
O amor é a vereda que nos conduz ao
verdadeiro conhecimento (em contraste com a sabedoria mundana de que se
ufanavam os coríntios; ver os capítulos primeiro e segundo desta epístola que
se baseia o comentário para a lição desta semana). Esse é o caminho pelo qual
se derrotam as facções, as quais eram qual praga na igreja de Corinto (ver os
mesmos citados capítulos). Essa é a maneira de ser vencida a imoralidade, que
caracterizava de tal maneira aqueles crentes (ver os capítulos quinto a sétimo
desta epístola). E também essa é a solução para a questão da liberdade cristã
(ver os capítulos oitavo a decimo). O amor igualmente resolve os problemas das
desordens nos cultos cristãos (ver os capítulos décimo primeiro a décimo quarto
desta epístola), e também regularmente o uso dos dons espirituais, servindo de
meio de obtenção do máximo progresso espiritual (ver os capítulos décimo segundo a
décimo quarto desta epístola).
«O amor é nosso senhor
—suprindo bondade e banindo a maldade; oferecendo amizade e perdoando a
inimizade; a alegria do bondoso, a maravilha do sábio, a admiração dos deuses;
desejado por aqueles que não o possuem, e precioso para aqueles que desfrutam
de sua melhor parte... Em cada palavra, trabalho, desejo, temor, ele é o
piloto, o camarada, o ajudador, o salvador; glória dos deuses e dos homens, o
melhor e mais brilhante orientador; em cujos passos deve seguir todo
o homem, a entoar docemente em sua honra, aquele cântico suave com que o amor
encanta as almas dos deuses e dos homens... Ele interpreta entre os deuses e os
homens, transmitindo aos deuses as orações e sacrifícios dos homens, e aos
homens os mandamentos e respostas dos deuses; ele é o mediador, que transpõe o
abismo que os divide; e nele tudo se resume... A través do amor,
todas as relações e toda a linguagem, entre os deuses e os homens, quer
despertos quer no sono, são levadas a efeito. A sabedoria que compreende
isso é espiritual». (Platão, «Banquete», 197, 202, 203). Verdadeiramente, essas
palavras poderiam ser ditas a respeito de Cristo, pois ele é o Senhor do amor.
«Aquele que tem amor em seu coração,
tem esporas em seus lados». «O amor governa sem a lei». «O amor governa seu
reino sem a espada». «O amor é o senhor de todas as artes». (Provérbios
italianos, citados por Trench, in loc).
«Este é o mais importante capítulo de
todo o Novo Testamento». (Adam Clarke, in loc).
«Se por um lado o principal tema de
Paulo é a 'fé', ele também manuseia o amor com a unção do discípulo amado».
(Faucett, in loc).
«A maior, mais poderosa e mais profunda
coisa que Paulo jamais escreveu». (Harnack, in loc).
«Surge como um sino sonoro, exatamente
entre o ruído dos dons espirituais, nos capítulos doze e catorze. É uma
pena dissecar essa gema ou despedaçar essa rosa fragrante, pétala por
pétala.Felizmente, a linguagem aqui usada por Paulo dispensa grandes
comentários». (Robertson, inloc).
«O intelecto claro e vigoroso e a
energia masculina do grande apóstolo se unem a um coração pleno de
ternura. Quase podemos sentir suas pulsações; quase podemos ouvir seu
pulsar poderoso, em cada um deste poema». (Shore, in loc).
«Escritor após escritor tem-se demorado
sobre sua beleza literária e rítmica, o que situa esta passagem entre as
melhores da literatura sagrada, e, de fato, entre todos os escritos...O
intelecto era adorado na Grécia, e o poder, em Roma; mas, onde o apóstolo Paulo
aprendeu a beleza extraordinária do amor? 'Foi uma vida de amor que Jesus viveu
o que compôs o salmo de amor escrito por Paulo, que possibilitou
sua escrita...'» (Robertson e Plummer, in loc, com
uma citação extraída de Furrer e Clemen).
A superioridade do amor acima dos dons
espirituais, dos mistérios, do conhecimento, da elevada dedicação, quando isso
é efetuado por qualquer outro motivo que não seja o amor.
13:1: Ainda que eu falasse as línguas
dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como
o címbalo que retine.
Os versículos primeiro a terceiro
incluem uma alusão a todas as quatro classes de dons espirituais (ver I
Co 12:28). Primeiramente aparecem os dons extáticos (ver o primeiro
versículo), que são as línguas, que para Paulo eram os menos importantes, ainda
que para os coríntios fossem os mais importantes. Em
seguida aparecem o ensino, na menção da profecia, da sabedoria e do
conhecimento (o entendimento dos mistérios e de todo o conhecimento). A seguir
a operação de milagres (na menção da fé; ver o segundo versículo). Finalmente,
os dons de natureza administrativa, como a dedicação aos pobres e da própria
vida em favor do bem alheio (ver o terceiro versículo).
Os rabinos discutiam muito sobre a
natureza possível das línguas dos anjos; e alguns deles, devido ao orgulho
nacional, concluíram que os anjos falavam o hebraico. Orígenes pensava que tais
línguas eram tão superiores à linguagem humana que, em comparação, a
linguagem humana é apenas como os balbucios inarticulados dos infantes.
Poderíamos supor que Orígenes está certo nessa especulação; mas não temos meio
algum de averiguar tal coisa.
Devem ser rejeitadas, neste ponto,
aquelas interpretações que fazem das línguas meros sons inarticulados, que
resultam de uma espécie de descarga emocional. Qualquer pessoa que tenha dado a
menor atenção a esse fenômeno sabe que as línguas aqui referidas envolvem muito
mais do que isso.
«...amor...» No
grego, «ágape», derivação
da forma verbal «agapao». Essa palavra, que ordinariamente era um simples
sinônimo do vocábulo «philia», se encontra em tempos tão remotos como nos
escritos de Platão, o que nos mostra não ser produto da literatura sagrada. A
distinção entre essas duas palavras gregas, como se philia indicasse
a amizade humana, ao passo que
«ágape» seria o amor divino, não
demora a desmoronar-se, quando
alguém emprega tempo para acompanhar o uso de cada uma delas. A palavra «ágape»
é utilizada para referir-se ao amor entre os sexos, totalmente de natureza
humana; o que é um uso comum da palavra na Septuaginta. É o amor entre marido e
mulher (ver Ef 5:25,28). É o amor ao próximo (ver Mt5:43). O amor de
uns pelos outros (ver Rm 13:8), bem como pelos nossos «irmãos» (ver I
Jo 2:10; 3:10; 4:20 e ss.). Esse é o amor dos seres cósmicos e divinos: ao
Senhor Jesus (ver I Pe 1:8); a Deus (ver Josefo, Antiq. 7,269;
Rm 8:37 e 9:13). É o amor que Deus Pai tem por Cristo (ver Jo3:35; 10:17;
17:26). É o amor de Jesus a Deus Pai (ver Jo 14:31). É o amor de Deus pelo
homem (Dt 32:15; 33:5,26; Is 44:2). É o amor pelas coisas, na busca
ansiosa por elas (ver Lc 11:43 e Jo 17:26). É a aprovação do homem
como se fora superior a Deus, bem como a aprovação humana aos prazeres da vida
(ver Sir. 4:12 e I Pe 3:10). É o desejo dos mártires pelo martírio
(ver Inácio aos tralios, 4:2). Finalmente, é fruto do Espírito (ver Gl 5:22).
Isso nos mostra claramente o caráter «geral» da palavra aqui empregada por
Paulo.
Definição do amor: Qualquer
pessoa que tenha estudado ao menos um mínimo de filosofia analítica sabe que
palavras como essa não podem ser definidas, tal como a própria vida é
indefinível. Todas as nossas definições são «funcionais» ou «descritivas», e
não definitivas. As declarações abaixo sugerem as formas que tais descrições
podem assumir, quando se aplicam ao «amor»:
1. É desejo, em sua forma pura, pelo
bem-estar de outros; e isso sem importar se é o nobre desejo de Deus em favor
da redenção humana (Deus é amor), ou se é o amor que um ser humano tem por
outro.
2. É uma modalidade de louvor e
exaltação, reconhecimento de valor de outrem, como se dá no caso do amor que o
homem pode ter por Deus.
3. É o «enchimento» de um homem com um
elevado ideal ou dedicação, como sucede quando um homem serve ao próximo ou a
Deus.
4. É a adoração prestada
a outrem; e isso sem importar se do homem para com Deus, ou se de um homem para
com outro homem.
5. O amor ao próximo consiste em
querermos para o próximo o mesmo que queremos para nós mesmos.
6. Por conseguinte, o amor consiste em
estimarmos ao próximo como estimamos a nós mesmos.
A auto-estima leva-nos a «cuidar» de nossa própria pessoa,
protegendo-a, providenciando o que lhe é necessário, sacrificando-nos por seu
bem-estar. Quando cuidamos do próximo como cuidamos de nós mesmos, amamos a
essa pessoa como a nós mesmos; e se esse amor ao próximo não atingir esse
nível, então o nosso amor será proporcionalmente débil.
7. O amor, no sentido cristão e divino,
é uma obra moral ou um fruto espiritual do Espírito Santo, no nível da alma.
Portanto, é um produto divino, parte integrante de nossa transformação segundo
a imagem de Cristo, através da influência do Espírito de Deus. É dessa maneira queesse «ágape» se torna verdadeiramente divino, por ser
divinamente produzido e por imitar o divino. E é nesse processo de
transformação, operado pelo Espírito, que se forma em nós aquele mesmo amor que
domina a natureza do Filho de Deus; em outras palavras, é assim que passamos a
participar de sua natureza moral, e, por esse intermédio, de seu espírito de
amor.
8. O amor é a comprovação da
espiritualidade. Desejas para os outros aquilo que queres
para ti mesmo? Serves ao próximo com um real desejo de ajudar? O teu altruísmo
aproxima-se de igualar-se ao teu egoísmo? Se puderes responder afirmativamente
a essas perguntas, então já terás um bom grau de espiritualidade. Mas, se tuas
respostas tiverem de ser negativas, nãoserás uma pessoa espiritual; e, se
não fores uma pessoa espiritual, nem ao menos serás uma pessoa regenerada. (Ver
I Jo 4:7,8 acerca desses conceitos).
9. O amor é a base de toda
demonstração de espiritualidade, pelo que o amor deve governar os dons
espirituais, servindo de solo onde os dons sejam cultivados. Este capítulo foi
escrito especificamente para demonstrar esse fato.
10. O amor é uma virtude tão grande que
é melhor que qualquer dos dons espirituais. Se simplesmente estás preparando
para servir aos outros já serás maior do que aquele que fala em línguas ou que
profetiza. Porém, se estiveres servindo ao próximo mediante o uso dos dons
espirituais, com base no amor cristão, então mais profunda ainda será a tua
espiritualidade.
11. Amar e servir ao próximo é, ao
mesmo tempo, amar e servir a Deus (ver Mt 25:35 e ss.).
Esse amor cristão ultrapassa a
todo o amor humano possível, quando este não é ajudado pelo Espírito de Deus.
Mas até mesmo o amor humano, quando é genuíno, é remanescente de uma expressão
de Deus, deixada na personalidade, a despeito da queda. O amor cristão, como
fruto do Espírito Santo, por conseguinte, é tanto uma restauração como uma nova
criação de ordem moral. Na medida em que o Espírito Santo nos transforma,
elevamo-nos para novas alturas e expressões de compaixão e cuidado como nos
ensina o vigésimo quinto capítulo do evangelho de Mateus.
Na medida em que vamos sendo
transformados em Cristo, a alma crente também vai ascendendo em seu voo
místico, passando a amar a Deus mais diretamente. Ora, esse amor mais direto a
Deus é impossível para a maioria dos homens, porquanto se trata de um elevado
desenvolvimento espiritual. O próprio amor, na qualidade de fruto do Espírito,
em qualquer forma que o mesmo seja achado, é produto do desenvolvimento
espiritual. Quanto mais se permite que o Espírito de Deus nos controle e nos
transforme segundo a natureza moral de Cristo, mais plena e livremente fluirá o
amor que mana do íntimo. Quando essa condição começa a prevalecer na
personalidade do crente, surgem sinais bem definidos. O crente se torna mais
altruísta, perdendo o seu egoísmo, aquela qualidade negativa que caracteriza
quase todos os homens. Tal crente se sente chocado ante o crasso egoísmo dos
outros, e lamenta por encontrar o mesmo defeito em seu íntimo; e, daí por
diante, esforça-se por diminuir tal coisa. Tal crente descobre que se
«preocupa» com os problemas alheios, e verifica que é capaz desacrificar-se voluntariamente
para ajudar a outros a encontrar solução para tais problemas. O amor cristão
gera a «generosidade» e a «bondade», e abafa a cobiça, os interesses próprios,
a crueldade, a indiferença para com o sofrimento alheio. O amor desse tipo é a
qualidade de valor supremo em um homem; e essa é uma maneira notavelmente
excelente de caminhar para a perfeição, conforme Paulo nos ensina em I
Co 12:31.
O amor é o caminho mais curto de
recondução a Deus. Assim sucede porque o amor é a evidência mais convincente e
verdadeira da nossa transformação moral em Cristo Jesus, por ser o seu elemento
principal. Essa é a «transformação moral», a qual, por sua vez, produz a
transformação metafísica, mediante a qual passamos a compartilhar da própria
essência da natureza de Cristo. Assim somos feitos filhos conduzidos à glória,
duplicações do Filho de Deus, participantes da «natureza divina». (Ver
Rm 8:29 Ef 3:19; Cl 2:10 e II Pe 1:4). Para cada crente, portanto,
essa é a importância suprema do amor. O amor conduz os crentes à totalidade da
glorificação em Cristo, bem como àquela perfeição e santidade por cuja causa os
homens podem ver a Deus. Nenhum homem chegará jamais à presença de Deus se não
for perfeito. O amor é a estrada mais
rápida para o aperfeiçoamento. O amor é aquele elemento que dá sabor a
todas as demais atividades e lhes empresta significação. A mensagem de Paulo,
neste ponto, é que nenhuma atividade, por mais elevada e espiritual que seja,
tem qualquer valor a menos que seja exaltada pelo amor cristão. Outrossim,
através de tal exaltação pelo amor em atividade é que os «dons espirituais» são
desenvolvidos. Sem essa energia fomentadora os próprios dons do Espírito nada
serão. (Ver I Co 12:31).
O capítulo que ora comentamos fala
supremamente do amor do homem por seu semelhante; mas isso representa apenas o
começo da inquirição da alma pelo amor mais direto a Deus, ainda que tal alma
já esteja amando indiretamente a Cristo, segundo as condições exaradas
emMt 25:45.
O amor cristão, na qualidade de caminho
de retorno mais rápido a Deus, subentende a perfeita aceitação
da vida divina como princípio normativo de todas as ações do crente, sendo o
começo do processo pelo qual todas as nossas disposições são permeadas pela
natureza moral fundamental do próprio Deus, o qual é amor. Ver I
Jo 4:8,16. Quanto mais um ser humano se torna parecido com Deus, em sua
natureza moral, tanto mais ama, à semelhança do Senhor Deus. Ora, somente o
Espírito Santo pode realizar isso em nós. O amor é fruto do Espírito de Deus.
Com base na exposição acima, pode-se
ver facilmente por qual razão o amor excede ao dom de línguas. Além disso, o
amor deve governar o uso das línguas. Os crentes de Corinto usavam esse
dom a fim de se exaltarem a si mesmos; bem pelo contrário, tal dom deve servir
de meio de edificação da própria alma, como expressão de «adoração» a Deus. As
línguas, destituídas de tal amor, nada são; porém, alicerçadas sobre o amor
cristão, tornam-se um dom espiritual legítimo e desejável, dotado de um valor
imenso para o crente.
«Os estoicos definiam o amor como a
tentativa de formar uma amizade inspirada pela beleza». (Cícero, Turculanae Disputationes)
«Todos nós nascemos para
o amor...Esse é o princípio da existência e a sua única finalidade».
(Benjamim Disraeli, «Sybil»).
«...como bronze que soa...» Essas
palavras não se referem a uma trombeta ou a um instrumento musical de qualquer
espécie, mas antes, simplesmente a uma peça de metal, a qual, quando ferida por
uma pancada, produz um som qualquer. Poderia estar em vista um «gongo», o qual
emite um som alto e longo, ainda que não muito melodioso. O metal aqui referido
é o cobre ou o bronze, liga de cobre com o estanho, com a qual liga se faziam
as armas de guerra dos tempos de Homero. Não está em foco o metal amarelo, liga
de cobre e de zinco. Aquele metal era comumente usado para muitas finalidades.
«...ou como o címbalo que
retine...» Não é um instrumento como os címbalos
modernos que está aqui em foco; antes, trata-se de uma espécie de bacia de
metal. Alguns pensam em dois pratos de metal que eram tangidos um contra o
outro. Na Idade Média, a palavra «címbalo» veio a indicar um sino através do
qual os monges eram convocados para virem tomar suas refeições, etc.
O instrumento original, entretanto, não era tão melodioso como um sino, mas antes,
produzia um som agudo e trêmulo. A parte oca desses pratos tinha por desígnio
aumentar o volume do ruído. «Bronze que retine» era uma expressão proverbial
para os «paroleiros», os que muito falam sem nada dizer. Ápiom, um
gramático loquaz e pretencioso foi apodado por Tibério de «cymbalum mundi», de
conformidade “com Josefo.
O que Paulo queria
dizer é que aquele que fala em línguas, sem o acompanhamento do amor, isto é, sem ter por
finalidade a edificação de alguma sorte, sem ter por propósito ajudar a outro,
não passa de autoglorificação, não passa de um ruído. O que assim faz é
um paroleiro, cujas ejaculações não têm qualquer valor espiritual. Os sons
produzidos pelo gongo e pelo címbalo antigo não eram melodiosos; pois toda a
melodia tem uma espécie de significado musical. A esses sons faltava tal
significado. Assim também ocorre no caso daquele que fala em línguas devido a
motivos errôneos. Paulo diria a mesma coisa sobre o falar em línguas, mesmo que
elas fossem «compreendidas», contanto que o orador falasse a fim de glorificar
a si mesmos, devido à eloquência de seu Êxtase, ao invés de fazê-lo como
serviço de amor em favor de outros. A mesma coisa se verifica no caso daquele
que «profetiza» (e nesse dom sabemos que fica subentendida a «compreensão»), o
qual nada é se não for impulsionado pelo motivo orientador do amor. Esses dons
espirituais, na realidade, não podem ser desenvolvidos em seu tencionado
potencial sem a motivação e o poder transformador do amor cristão.
«As pessoas de pouca piedade são
sempre barulhentas; aquele que não tem o amor de Deus e do
homem, a encher o seu coração, é como um vagão vazio, que desce violentamente
por uma colina; faz muito barulho porque nada tem dentro».
(Josiah Gregory, brilhante mais iletrado pregador).
Por conseguinte, a eloquência,
desacompanhada do amor, é apenas um ruído. O amor é que confere a unidade
necessária à igreja, conforme Paulo requeria; e é o amor que dá algum valor à
eloquência.
No templo, o «gongo» e o «címbalo» eram
tangidos, conforme lemos no trecho de Sl 150:5. E em vários ritos pagãos,
verificava-se a mesma coisa. Mas todo esse aparato ruidoso era inútil, a menos
que houvesse alguma adoração e culto verdadeiros, que desse a toda a cerimônia
algum significado espiritual. Por igual modo, o falar em línguas, nas igrejas
cristãs, se não for temperado, orientado e desenvolvido pelo amor, não será
melhor do que o tanger de gongos e címbalos, em um templo pagão.
13:2: E ainda que tivesse o dom de
profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse
toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada
seria.
Destacamos aqui os termos «...profetizar... mistérios...ciências...fé...»
São aqui frisados os dons da profecia, da sabedoria, do conhecimento e da fé,
os quais são individualmente ventilados na introdução a este capítulo décimo
segundo. Esses são os dons pedagógicos. Em contraste com as
línguas (sem interpretação, conforme era o costume em Corinto, ver I
Co 14:27,28), esses dons transmitem algo. Porém, mesmo que alguém
profetize no Espírito, que interprete corretamente, devido à sabedoria divina,
mistérios profundos, e, como mestre, transmita todo o conhecimento espiritual
possível, essa pessoa nada será, se toda a sua atividade não for colorida pelo
amor cristão. E isso expressa uma verdade porque a operação dos dons
espirituais, no seio das igrejas locais, tem por finalidade ajudar a
transformar os homens segundo a imagem de Cristo. O ensino, a fala, a revelação
de mistérios desvendados, se for levado a efeito com o propósito de elevar o
indivíduo acima dos outros, com a finalidade do auto-engrandecimento, para
fomentar o prestígio de uma seita ou grupo no seio de uma comunidade cristã, ou
para a glorificação de heróis, deixa de ter qualquer efeito
transformador sobre os homens. Toda essa atividade se transforma em um mero
teatro; mas, quando uma igreja se reduz a um teatro, não serve mais de poder
transformador nas mãos de Deus. Contudo, em Corinto, até mesmo esses dons
espirituais mais elevados se tinham pervertido da maneira acima mencionada.
«...fé...» Isso fala
da capacidade de operar milagres. Mesmo que uma pessoa tenha habilidades
admiráveis, bem como o grande poder de operar maravilhas, podendo realizar os
feitos mais «impossíveis», como mover um monte de um lugar para outro, isso
nada significará se não demonstrar para outros a glória de Cristo e o amor de
Deus. Um homem pode glorificar a si mesmo admiravelmente bem, com algum
prodígio feito por seu intermédio. É evidente que, em Corinto, alguns crentes
agiam exatamente assim. O amor de Cristo não operava nos tais, e os
seus prodígios tinham a finalidade precípua de se exaltarem a si mesmos, e não
de servirem seus semelhantes. Embora um milagre seja genuíno, qual
será o seu propósito, se não tiver qualquer valor espiritual? Observemos
os milagres de Cristo. Todos eles tinham uma função beneficente. Jesus servia
aos homens com suas curas; e com frequência curava sem ter nada para provar,
nem mesmo para provar a sua autoridade messiânica, mas simplesmente por
compaixão aos homens, desejando aliviá-los de seus sofrimentos físicos. (Quanto
às palavras acerca da remoção de montanhas, ver as próprias palavras de Jesus,
das quais certamente Paulo dependeu, mediante a tradição oral, em Mc 11:23 e
Mt 17:20). Sim, o amor é que deve prover o motivo de tais ações; pois, do
contrário, tais ações serão realmente infrutíferas, ainda que talvez sirvam
para deixar perplexas as mentes dos homens.
«O dom importa menos do que a maneira
de seu uso. Se o indivíduo que o possui, fá-lo sem amor, nada será!
...Conforme alguém disse: 'Chamar
Jesus de Senhor,
é ortodoxia! chamá-lo de Senhor, Senhor, é piedade. Mas, se aqueles
que assim fazem, não agem mediante o espírito de amor, serão rejeitados pelo
Senhor'. O Senhor dirá aos tais: 'Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós
que praticais a iniquidade!' A fé
destituída de amor e a profecia destituída de amor explicam algumas das páginas
mais trágicas da história do cristianismo através dos séculos. Por isso
é que têm sido mortos na fogueira os chamados hereges; por isso é que se tem
embotado a inquirição sincera pela verdade; por isso é que os homens se têm
mostrado contenciosos e amargos; e disso tem com frequência resultado a negação
da fraternidade cristã, para com os crentes na fé. Para Deus, o que vale é o
caráter, e não os dons. Essa advertência é salutar; pois os crentes de Corinto
estavam tão-somente inclinados, pela força do seu temperamento, a se ufanarem
de sua própria importância, conforme se evidenciava em seus dons de profecia e
da fé que realizava maravilhas verdadeiras —embora se esquecessem
daquilo que mais importa». (John Short, in loc).
Paulo havia apresentado a lista desses
dons espirituais acima do dom de línguas, e no décimo quarto capítulo ele eleva
a profecia a um lugar de ascendência. Porém, nem mesmo esses dons são alguma
coisa, embora comuniquem algo, a menos que sua motivação e seu alvo sejam
corretos. De fato, quanto maior for o dom espiritual, tanto maior será a
afronta ao homem, se o dom for erroneamente empregado, do mesmo modo que quanto
maior for o dom espiritual, se bem usado, isto é, se for acompanhado pelo amor,
maior será o benefício. Em outras palavras, os dons espirituais superiores só
serão realmente grandes se usados nas mãos do amor.
Há um ditado judaico que diz
que «As noivas devem ser enfeitadas com vinte e quatro
ornamentos. Mas, se lhe faltar qualquer desses, nada ela será. Por
semelhante modo, o discípulo de um sábio deve estar acostumado aos vinte e
quatro livros das Escrituras; mas, se lhe falta qualquer deles, nada será
ele». (Shirhashirim Rabba, fol. 18:2). A mesma coisa se
poderia dizer com relação a todos os demais dons espirituais. Se lhes falta o
ornamento do amor, nada representarão diante de Deus.
Tudo isso nos faz lembrar
da experiência de Balaão e de Sansão. Eles possuíam dons
sobrenaturais; porém, moralmente falando, eram homens degradados. E a derrota
recaiu sobre ambos, e essa derrota se espalhou entre todos aqueles que
mantiveram contato com eles. Nas páginas do N.T. relembramo-nos de
Judas Iscariotes. Não há que duvidar que, em suas viagens missionárias
pela Galileia, ele exerceu os dons miraculosos. Porém, não amou nem a Cristo e
nem aos homens. A vida de Judas Iscariotes se tornou um vívido
comentário da falta de qualquer valor real quanto aos dons espirituais, a menos
que os mesmos sejam governados pelo amor e por um princípio espiritual
autêntico, em que um homem se tenha dedicado inteiramente a Cristo Jesus.
O pleno benefício do que Paulo quis dar
a entender, nos versículos primeiro a terceiro deste capítulo, só pode ser
obtido se entendermos o que sejam esses dons espirituais. Cada um deles é
explicado na introdução ao décimo segundo capítulo desta epístola.
RELAÇÃO DOS DONS E DO FRUTO DO ESPÍRITO SANTO
De acordo com o que escreveu o apóstolo Paulo em sua primeira carta aos Coríntios 12.8-10 e Gála_tas 5.22, são os seguintes os dons e o fruto do Espírito Santo:Os dons do EspíritoPalavra da sabedoriaPalavra do conhecimentoFéDons de curarOperação de milagresProfeciaDiscernimento de espíritosVariedade de línguasInterpretação de línguasO fruto do Espírito Caridade Gozo Paz Longanimidade Benignidade Bondade Fé Mansidão Temperança O fato de os dons serem em número de nove e o fruto do Espírito ser nônuplo, parece não passar duma mera coincidência, porém, não é assim. Levando em consideração que o Espírito Santo foi o divino inspirador de toda a Bíblia, temos de considerar também o interesse divino em nos comunicar um grande e necessário ensino através dessa aparente coincidência.notas F.Raimundo Oliveira,doutrina do Espiriti Santo,CPAD,1980)
DISTINÇÃO ENTRE DONS E FRUTO DO ESPÍRITO
O homem possui uma tendência natural para confundir os mais excelentes valores da vida. Esta tendência se mostra mais acentuada no trato com as coisas espirituais, como a de confundir os dons com o fruto do Espírito. Mas, é bom lembrar que, não obstante os dons e o fruto procederem do mesmo Espírito, dons e fruto são diferentes entre si:Os dons são dados, recebidos, enquanto o fruto é gerado em nós.Os dons vêm após o batismo com o Espírito Santo, enquanto o fruto começa com a obra do Espírito, a partir da regeneração.Os dons vêm de fora, do Alto, enquanto o fruto vem do interior.Os dons vêm completos, perfeitos, enquanto o fruto requer tempo para crescer e desenvolver-se.Os dons são dotações de poder de Deus, enquanto que o fruto é uma expressão do caráter de Cristo.Os dons revelam concessão de poder e graça especial, enquanto o fruto se relaciona com o caráter do portador.Os dons são a operação soberana do Espírito Santo, enquanto o fruto (também do Espírito) nos vem mediante Jesus Cristo.Os dons são distintos, enquanto o fruto, sendo nônuplo, não é dividido.Os dons conferem poder, enquanto que o fruto confere autoridade.Os dons comunicam espiritualidade, enquanto o fruto comunica irrepreensão.Os dons identificam-se com o que fazemos, enquanto o fruto identifica-se com o que somos.Os dons podem ser imitados, enquanto que o fruto jamais o será.Ainda que sugerida em o Novo Testamento, a necessidade de o crente evidenciar tanto os dons como o fruto do Espírito, é perfeitamente possível que o crente possa evidenciar os dons do Espírito sem contudo manifestar o fruto, ou evidenciar o fruto e não manifestar os dons.Evidentemente, esta não é nenhuma nova revelação pertinente aos pentecostais(.NOTAS IBID)
O apóstolo Paulo foi o primeiro a escrever sobre esta
possibilidade:"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e
não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E
ainda que eu tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda
a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira que transportasse os montes,
e não tivesse caridade, nada seria. Ainda que distribuísse toda a minha fortuna
para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado,
e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria", 1 Co 13.1-3.O
problema da igreja de Corinto não era a falta dos dons do Espírito. Paulo
escreveu que nenhum dom faltava a essa igreja: 1 Co 1.7. O que faltava ali era
a manifestação do fruto do Espírito, principalmente o aspecto maior deste
fruto - o amor.
Por isso, o
apóstolo foi em socorro dessa igreja, ensinando-a como harmonizar os dons e o
fruto do Espírito em sua vida no seu dia-a-dia.Numa alusão feita acerca do
fruto do Espírito, apontando o amor como o aspecto maior do mesmo fruto,
escreve o Rev. Boyd:"Gozo é o amor obedecendo.Paz é o amor
repousando.Longanimidade é o amor sofrendo.Benignidade é o amor mostrando
compaixão.Bondade é o amor agindo.Fé é o amor confiando.Mansidão é o amor
suportando.Temperança é o amor controlando".Poder sem amor é que faz o
Diabo ser o que é; e por ignorarmos esta verdade, muitos de nós nos envolvemos
de tal forma na busca de poder, poder e mais poder, que impedimos que o fruto
do Espírito se manifeste fundindo em nós o caráter de Cristo. Sem dúvida, esta
tem sido a principal causa por que vivemos uma geração de crentes que na sua
quase totalidade são impotentes espiritualmente. Por isso não podem mostrar
gozo na tribulação, nem paz nas pelejas da vida, nem longanimidade para com os
seus inimigos, nem benignidade para com os sofredores, nem bondade para com os
necessitados, nem fé genuína nas promessas de Deus, nem mansidão para com
aqueles que os molestam, nem controle em face das adversidades da vida.(NOTAS,IBID)
A orientação divina dada a Moisés quanto ao adorno das vestes sacerdotais no Antigo Testamento, dá-nos uma visão adequada da harmonia que deve haver entre os dons e o fruto do Espírito:"E nas suas bordas farás romãs de azul, e de púrpura, e de carmesim, ao redor das bordas; e campainhas de ouro do meio delas ao redor. Uma campainha de ouro, e uma romã, outra campainha _de ouro, e outra romã, haverá nas bordas do manto ao redor; e estará sobre Arão quando ministrar, para que se ouça o seu sonido quando entrar no santuário diante do Senhor", Êx 28.33-35.Observe que a orientação divina não diz: "Uma campainha, outra campainha e mais outra campainha". Também não diz: "Uma romã, outra romã e mais outra romã", mas afirma: "Uma campainha de ouro, e uma romã; outra campainha de ouro, e outra romã e assim por diante".Aplicado este princípio divino à harmonia entre os dons e o fruto do Espírito, o excelente seria: um dom, o fruto; outro dom, o fruto; outro dom ainda, o fruto e assim sucessivamente.
GENERALIDADES SOBRE OS DONS ESPIRITUAIS
Os dons
espirituais são uma dotação sobrenatural concedida pelo Espírito Santo ao
crente, para o serviço e execução dos propósitos de Deus na igreja e através
dela. Os dons espirituais, portanto, não são qualidades humanas aprimoradas e
abençoadas por Deus.
1.
Principais passagens. São sete as principais passagens que tratam sobre os
dons espirituais: 1 Co 12.1-11,28-31; 13; 14; Rm 12.6-8; Ef 4.7-16; Hb 2.4; 1
Pe 4.10,11. Além destas, há muitos outros textos da Bíblia sobre o assunto.
2.
Termos bíblicos designadores dos dons. Abordaremos apenas os
principais:
a) Dons espirituais (pneumatikos). O termo refere-se às
manifestações sobrenaturais da parte do Espírito Santo por meio dos dons (v.7;
14.1).
b) Dons da graça (charismata). Falam da graça
subseqüente de Deus em todos os tempos e aspectos da salvação (1 Co 12.4; Rm
12.6).
c) Ministérios (diakoniai). Correspondem aos dons de
serviços ou ministérios práticos. São ministrações sobrenaturais do Espírito
através dos membros da igreja como um corpo (1 Co 12.5,12-27).
d) Operações (energēmata). Esses dons são operações
diretas do poder de Deus para a realização de seus propósitos (vv.9,10).
e) Manifestação (phanerōsis). Embora sejam sobrenaturais, o
sentido do termo original aqui, sugere que os dons operam na esfera do natural,
do sensível, do visível.
Classificação
dos dons espirituais. Os dons espirituais podem ser classificados como:
a) Manifestações do Espírito. Conforme 1 Coríntios 12.8-10,
são nove dons pelo Espírito Santo. Esses dons são capacitações sobrenaturais de
pessoas para a edificação do corpo de Cristo e para seus membros
individualmente (vv.3-5,12,17,26; 12; 14). Manifestam-se de modo eventual e
imprevisto, não estando subordinados à vontade do portador, mas à soberania de
Deus.
b) Dons de ministério prático. São dons de serviços
práticos individuais ou em grupo (Rm 12.6-8; 1 Co 12.28-30). Nestas passagens
eles aparecem com os demais dons espirituais e, sob o mesmo título original,
“charismata” (dons da graça).
Alvo
e resultado dos dons (1 Co 12.7b). São propósitos dos dons espirituais:
a) A glorificação do Senhor Jesus (Jo 16.14).
b) A confirmação da Palavra de Deus (Mc
16.17-20; Hb 2.3,4).
c) O crescimento em quantidade e qualidade da obra de Deus (At
6.7; 19.20; 9.31; Rm 15.19).
d) A edificação espiritual da Igreja (1
Co 12.12-27).
e) O aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.11,12).
O
exercício dos dons espirituais (1 Co 14.26,32,33,40). Toda energia e poder
sem controle são desastrosos. Deus nos concede dons, mas não é responsável pelo
mau uso deles; por desobediência do portador à doutrina bíblica ou por
ignorância desta. Portanto, os que recebem os dons devem: a) procurar saber o
que a Palavra ensina sobre o exercício daquele dom em particular; b) exercer o
dom segundo a Escritura; c) evitar desordens e confusões no uso dos dons.
EXPLANAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS DONS
1. Dons
espirituais de manifestação do Espírito. Estão classificados em:
a) Dons
que manifestam o SABER de Deus:
A palavra da sabedoria (1
Co 12.8). É um dom de manifestação da sabedoria sobrenatural pelo Espírito
Santo, necessário ao pastoreio, na administração e liderança.
Na segunda categoria de dons como manifestações momentâneas estão os dons de inspiração ou de saber. A palavra da sabedoria não consiste em sabedoria, em si, mas em um modo sábio de falar. Trata-se de uma capacidade sobrenatural dada pelo Espírito em várias circunstâncias. A palavra da ciência é um dom ligado ao ministério do ensino, uma capacidade sobrenatural que leva o crente a conhecer as profundezas e os mistérios de Deus (cf. 1 Co 2.9,10). O discernimento dos espíritos, por sua vez, é a capacidade sobrenatural para discernir a natureza, o caráter e a origem dos espíritos (1 Jo 4.1). O termo original denota pluralidade: “discernimentos”.
É importante observar que a palavra da sabedoria não resulta de qualquer esforço humano; trata-se de um dom de Deus, uma manifestação de sabedoria sobrenatural, pelo Espírito. Na prática, é uma habilidade pela qual se aplica o conhecimento, sendo necessário para o governo da igreja, o pastoreio, a administração, a liderança, etc. (1 Co 2.4-7; Gn 41.38,39; Êx 4.12,15; Dt 34.9; 1 Rs 3.8; 4.29,30; At 4.13; 6.6,10; 1 Co 2.13; Lc 12.11,12). Já a palavra da ciência é um dom pelo qual se manifesta a ciência (ou o conhecimento) sobrenatural, pelo Espírito Santo, possibilitando o conhecimento de fatos, de causas, de ensinamentos, etc. (Êx 31.3; Dn 1.4; 1 Rs 7.14; At 20.23). Quanto ao discernimento de espíritos, trata-se de um dom de saber, de maneira sobrenatural, pelo Espírito, por meio do qual a igreja é protegida de todo engano do Inimigo e dos homens (At 16.7 com 1 Ts 2.16,17; 1 Tm 4.1; Tt 1.10).
Por meio dos aludidos dons de saber, pode-se discernir: a fonte de inspiração, que pode ser divina (At 15.32; 1 Co 14.3), humana (Ez 13.2,3) ou diabólica (1 Rs 22.19-24; Jr 23.13; At 16.17,18; Ap 2.20-24); os espíritos, dos quais provêm falsas doutrinas e fenômenos que geram confusão (1 Jo 4.1; At 16.16-18; 2 Co 11.4; Gl 1.8; 1 Tm 4.1; 2 Ts 2.9); confissões falsas (At 5.1-11); trapaças (2 Rs 5.26,27); intenções (At 8.18-24), etc.
Na segunda categoria de dons como manifestações momentâneas estão os dons de inspiração ou de saber. A palavra da sabedoria não consiste em sabedoria, em si, mas em um modo sábio de falar. Trata-se de uma capacidade sobrenatural dada pelo Espírito em várias circunstâncias. A palavra da ciência é um dom ligado ao ministério do ensino, uma capacidade sobrenatural que leva o crente a conhecer as profundezas e os mistérios de Deus (cf. 1 Co 2.9,10). O discernimento dos espíritos, por sua vez, é a capacidade sobrenatural para discernir a natureza, o caráter e a origem dos espíritos (1 Jo 4.1). O termo original denota pluralidade: “discernimentos”.
É importante observar que a palavra da sabedoria não resulta de qualquer esforço humano; trata-se de um dom de Deus, uma manifestação de sabedoria sobrenatural, pelo Espírito. Na prática, é uma habilidade pela qual se aplica o conhecimento, sendo necessário para o governo da igreja, o pastoreio, a administração, a liderança, etc. (1 Co 2.4-7; Gn 41.38,39; Êx 4.12,15; Dt 34.9; 1 Rs 3.8; 4.29,30; At 4.13; 6.6,10; 1 Co 2.13; Lc 12.11,12). Já a palavra da ciência é um dom pelo qual se manifesta a ciência (ou o conhecimento) sobrenatural, pelo Espírito Santo, possibilitando o conhecimento de fatos, de causas, de ensinamentos, etc. (Êx 31.3; Dn 1.4; 1 Rs 7.14; At 20.23). Quanto ao discernimento de espíritos, trata-se de um dom de saber, de maneira sobrenatural, pelo Espírito, por meio do qual a igreja é protegida de todo engano do Inimigo e dos homens (At 16.7 com 1 Ts 2.16,17; 1 Tm 4.1; Tt 1.10).
Por meio dos aludidos dons de saber, pode-se discernir: a fonte de inspiração, que pode ser divina (At 15.32; 1 Co 14.3), humana (Ez 13.2,3) ou diabólica (1 Rs 22.19-24; Jr 23.13; At 16.17,18; Ap 2.20-24); os espíritos, dos quais provêm falsas doutrinas e fenômenos que geram confusão (1 Jo 4.1; At 16.16-18; 2 Co 11.4; Gl 1.8; 1 Tm 4.1; 2 Ts 2.9); confissões falsas (At 5.1-11); trapaças (2 Rs 5.26,27); intenções (At 8.18-24), etc.
A palavra da ciência (1
Co 12.8). É um dom de manifestação de conhecimento sobrenatural pelo Espírito
Santo; de fatos, causas, ensinamentos, etc.
PALAVRA DA CIÊNCIA
1. O que é? Este dom muito se relaciona ao ensino das verdades da Palavra de
Deus, fruto do resultado da iluminação do Espírito acerca das revelações dos
mistérios de Deus conforme aborda Stanley Horton, em sua Teologia Sistemática (CPAD).
Este dom também se relaciona à capacidade sobrenatural concedida pelo Espírito
Santo ao crente para este conhecer fatos e circunstâncias ocultas.
2. Sua função. O dom da palavra da ciência não visa servir a propósitos
triviais, como o de descobrir o significado dos tecidos do Tabernáculo ou a
identidade da mulher de Caim, etc. Isto é mera curiosidade humana, e o dom de
Deus não foi dado para satisfazê-la. A manifestação sobrenatural deste dom tem
a finalidade de preservar a vida da igreja, livrando-a de qualquer engano ou
artimanha do maligno.
3. Exemplos bíblicos da
palavra da ciência. Ao
profeta Eliseu foram revelados os planos de guerra do rei da Síria. Quando o
rei sírio pensou em atacar o exército de Israel, surpreendendo-o em determinado
lugar, o profeta alertou o rei de Israel sobre os planos inimigos (2Rs 6.8-12).
Outro exemplo foi a revelação de Daniel acerca do sonho de Nabucodonosor,
quando Deus descortinou a história dos grandes impérios mundiais ao profeta (Dn
2.2,3; 17-19). Em o Novo Testamento, esse dom foi manifesto quando o apóstolo
Pedro desmascarou a mentira de Ananias e Safira (At 5.1-11). O dom da palavra
da ciência não é adivinhação, mas conhecimento, concedido sobrenaturalmente, da
parte de Deus.
O dom da palavra da ciência
não é para servir a propósitos triviais. A manifestação sobrenatural deste dom
tem a finalidade de preservar a vida da igreja, livrando-a de qualquer engano
ou artimanha do maligno.
Discernir os espíritos (1
Co 12.10). É um dom de conhecimento e revelação sobrenaturais pelo Espírito
Santo para não sermos enganados por Satanás e pelos homens.
DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS
1. O dom de discernir os espíritos. É uma capacidade sobrenatural dada por Deus ao
crente para discernir a origem e a natureza das manifestações espirituais. De
acordo com o termo grego diakrisis, a palavra discernir significa “julgar
através de”; “distinguir”. Ela denota o sentido de “se penetrar da superfície,
desmascarando e descobrindo a verdadeira fonte dos motivos”. Stanley Horton
afirma que este dom “envolve uma percepção capaz de distinguir espíritos, cuja
preocupação é proteger-nos dos ataques de Satanás e dos espíritos malignos” (cf.
1Jo 4.1).
2. As fontes das manifestações espirituais. Ao longo das Escrituras podemos destacar três
origens das manifestações espirituais no mundo: Deus, o homem e o Diabo. Uma
profecia, por exemplo, pode ser fruto da ordem divina ou da mente humana ou ainda
de origem maligna. Como saber? Aqui, o dom de discernir os espíritos tem o
papel essencial de preservar a saúde espiritual da congregação. Segundo nos
ensina o pastor Estêvam Ângelo, o “discernimento de espíritos não é habilidade
para descobrir as faltas alheias”. O dom não é uma permissão para julgar a vida
dos outros.
3. Discernindo as manifestações espirituais. A Palavra de Deus nos ensina que os espíritos
devem ser provados (1Jo 4.1). Toda palavra que ouvimos em nome de Deus deve
passar pelo crivo das Sagradas Escrituras, pois o Senhor Jesus nos advertiu
sobre os falsos profetas. Ele ensinou-nos que os falsos profetas são conhecidos
pelos “frutos que produzem”, isto é, pelo caráter (Mt 7.15-20). Jesus conhece o
segredo do coração humano, mas nós não, e por isso precisamos do Espírito Santo
para revelar-nos a verdadeira motivação daqueles que falam em nome do Senhor. O
apóstolo João nos advertiu acerca do “espírito do anticristo” que já opera
neste mundo (1Jo 4.3).
O dom de discernimento dos espíritos é uma capacidade sobrenatural
dada por Deus ao crente para discernir a origem e a natureza das manifestações
espirituais.A Igreja de Jesus necessita
dos dons de revelação para discernir entre o certo e o errado, entre o legítimo
e o falso. Os falaciosos ensinos e as manifestações malignas podem ser
desmascarados pelo dom do discernimento dos espíritos. Que Deus conceda à sua
igreja dons de revelação para não cairmos nas astutas ciladas do Maligno.
b) Dons
que manifestam o PODER de Deus.
Fé (1
Co 12.9). É um dom de manifestação de poder sobrenatural pelo Espírito Santo, a
fim de que a igreja supere os obstáculos, sejam quais forem.
O DOM DA FÉ (1Co 12.9)
O DOM DA FÉ (1Co 12.9)
1. O que significa fé? Na epístola aos Hebreus lemos que “a fé é o
firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não
veem” (11.1). Essa é a definição bíblica sobre a fé, pois mostra a total
confiança e dependência em Deus. Aprendemos com o texto do capítulo 11 de
Hebreus, conhecido como a “galeria dos heróis da fé”, que Deus é poderoso para
fazer todas as coisas, sendo a nossa fé em Deus, fundamental para as operações
divinas entre os homens.
O dom da fé — O que é a fé? Há na Bíblia pelo menos três
tipos de fé: a comum, a salvífica e o dom da fé. A melhor definição de fé pode
ser encontrada em Hebreus 11.1. Todo cristão possui esse tipo de fé. Já a fé
que leva o homem à salvação é resultado da pregação da Palavra e do
convencimento do Espírito Santo. É bom ressaltar que a fé é sempre o resultado
da graça divina. Sem a ação divina, não conseguimos crer. A Igreja precisa
viver pela fé, como Jesus afirmou em Marcos 9.23. Sem fé não podemos agradar a
Deus, todavia o dom da fé é algo específico. Segundo a Bíblia
de Aplicação Pessoal o dom da fé “é uma
medida incomum de confiança no poder de Deus”. Mediante este dom, os cristãos
do primeiro século fizeram muitas maravilhas, levando a igreja a experimentar
um crescimento vertiginoso.
2. A fé como dom. É distinta
daquela que recebemos por ocasião da nossa conversão: a fé salvífica (Rm 10.17;
Ef 2.8). Igualmente, se distingue da fé evidenciada como fruto do Espírito (Gl
5.22). O dom da fé é a capacidade que o Espírito Santo concede ao crente para
este realizar coisas que transcendem à esfera natural da vida, objetivando
sempre a edificação da igreja. De acordo com o teólogo Stanley Horton, esse dom
“é uma fé milagrosa para uma situação ou oportunidade especial”.
3. Exemplo bíblico do dom da fé. Quando guiou o povo de Israel na saída do
Egito e se aproximou do Mar Vermelho, já na iminência de ser destruído por
Faraó, Moisés disse: “Não temais; estai quietos e vede o livramento do Senhor,
que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais vereis para
sempre. O Senhor pelejará por vós, e vos calareis” (Êx 14.13,14). Moisés “viu”
pela fé o livramento do Senhor antes de o fato acontecer. Esta é uma boa
amostra bíblica do exercício do dom da fé.O Espírito Santo concede aos
crente o dom da fé para que ele possa realizar coisas que transcendem à esfera
natural, visando à edificação da igreja.
Dons de curar (1
Co 12.9). Literalmente, “dons de curas”. São dons de manifestação de poder
sobrenatural pelo Espírito Santo para a cura das doenças do corpo, da alma e do
espírito, dos crentes quanto dos incrédulos.
DONS DE CURAR
(1Co 12.9)
1. O que são os dons de curar? São recursos de caráter sobrenatural para
atuarem na cura de qualquer tipo de enfermidade. Por isso a expressão está no
plural. Deus é quem cura! Ele concede os “dons” segundo o conselho da sua
vontade, sabedoria e no momento certo. No Antigo Testamento, o Todo-Poderoso se
manifestou ao povo de Israel como “Jeová Rafá” — O Senhor que sara (Êx 15.26;
Sl 103.3). A concessão desses dons à Igreja deve-se à necessidade de o
Evangelho ser anunciado como uma mensagem poderosa ao não crente, que outrora
não tinha fé, mas que agora passou a crer no Evangelho, arrependendo-se dos
seus pecados (Mc 16.17,18; At 3.11-26; 4.23-31).
2. A redenção e as curas. Apesar de o crente ser redimido pelo Senhor
através da obra expiatória efetuada por Jesus na cruz do Calvário, ele (o
crente) ainda aguarda a redenção do seu próprio corpo. Quando o apóstolo Paulo
tratou dos males que afligem à criação como resultado do pecado da humanidade,
escreveu que “não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito,
também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso
corpo” (Rm 8.23). Enquanto não recebermos o novo corpo imortal e incorruptível
estaremos sujeitos a toda sorte de doenças.
3. A necessidade desses dons. Os dons de curar são necessários à igreja da
atualidade. Num mundo incrédulo em que a medicina se desenvolve rapidamente, o
ser humano pensa que pode superar a Deus. A humanidade precisa compreender a
sua limitação e convencer-se da sublime realidade de um Deus Todo-Poderoso que,
em sua misericórdia e amor, concede sabedoria a homens e mulheres para
multiplicar o conhecimento da medicina visando o bem-estar de todos. Quanto aos
dons de curas, são manifestações de poder sobrenatural que o Espírito Santo
colocou à disposição da Igreja de Cristo para que a humanidade reconheça que
Deus tem o poder de sanar todas as doenças.
No grego, as palavras dons e curas
estão no plural. Alguns entendem que isso significa que há uma variedade de
formas desse dom. Entre os que pensam assim, há quem entenda que certas pessoas
têm um dom de curar um tipo de doença ou enfermidade, ao passo que outros curam
outro tipo. Filipe, por exemplo, foi especialmente usado para curar os paralíticos
e os coxos (At 8.7). Outros, ainda, entendem que Deus dá a uma pessoa um dom na
forma de um suprimento de curas numa ocasião específica, ao passo que outro
suprimento é dado em outra ocasião, talvez a outra pessoa, mas provavelmente no
ministério do evangelista.
Ainda outros entendem que toda
cura é um dom especial, isto é, o dom é para o enfermo que tem a necessidade.
Logo, segundo esse ponto de vista, o Espírito Santo não torna os homens
curadores. Pelo contrário, Ele providencia um novo ministério de cura para cada
necessidade, à medida que ela surge na Igreja. Por exemplo, a virtude (poder)
que flui para dentro do corpo da mulher com o fluxo de sangue trouxe para ela
um gracioso dom de cura (Mt 9.20-22). Atos 3.6 diz, literalmente: ‘O que tenho,
isso te dou’. Isso está no singular e indica um dom específico dado a Pedro
para este dar ao coxo. Não parece significar que tinha um reservatório de dons
de curas dentro de si, mas um novo dom para cada enfermo a quem ministrava”
(HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no
Antigo e Novo Testamento. 12 ed., RJ: CPAD,
2012, p.297).
Operação de maravilhas (1
Co 12.10). São operações de milagres extraordinários e espantosos pelo poder de
Deus, para despertar e convencer os incrédulos.
"E
a outro, a operação de maravilhas" (1 Co 12.10).
No grego, encontramos a palavra dynameis
("poderes"), para indicar a operação realizada pelo Espírito Santo,
tem acompanhado toda a história do povo de Deus em ambos os Pactos. As dez
pragas enviadas ao Egito foram reputadas como sendo maravilhas da parte de Deus
(Êx 3.2Oss). Maravilha é um milagre, portanto. Milagre é uma intervenção
ordenada na operação regular da natureza: uma suspensão sobrenatural de lei
natural. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, as maravilhas eram sempre
operadas em resposta às necessidades mais prementes da vida. Vejamos essas
maravilhas operadas por Deus no Antigo Testamento. Depois, veremos as manifestações
deste dom em Jesus e seus discípulos, no Novo Testamento. Apresentaremos apenas
um esboço com a respectiva citação bíblica.
1. Antigo Testamento
Trasladação de Enoque (Gn 5.24);
o dilúvio (Gn 6-8);
confusão das línguas (Gn 11.9);
espalham-se as famílias (Gn 11.9);
sodomitas são feridos de cegueira (Gn 19.11);
destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19,24);
a mulher de Ló convertida numa estátua de sal
(Gn 19.26);
curada a esterilidade de Sara (Gn 11.30;
21.1,2);
curada a esterilidade de Rebeca (Gn 25.21);
curada a esterilidade de Raquel (Gn 29.31;
30.22);
a sarça ardente (Êx 3.2);
a mão de Moisés feita leprosa (Êx 4.6);
a vara de Arão torna-se em serpente (Êx 7.10);
as águas tornam-se em sangue (Êx 7.20);
rãs (Êx 8.6);
piolhos (Êx 8.17);
moscas (Êx 8.24);
peste nos animais (Êx 9.26);
úlceras (Êx 9.10);
saraiva (Êx 9.23);
gafanhotos (Êx 10.13);
trevas (Êx 10.22);
morte dos primogênitos (Êx 12.29);
coluna de nuvem de dia, e de fogo durante a
noite (Êx 13.21);
o mar Vermelho se divide e retorna ao seu leito
(Êx 14.21);
as águas de Mara se tornam doces (Êx 15.15);
envio de codornizes e maná (Êx 16.13,14);
água tirada da rocha (Êx 17.6);
vitória sobre os amalequitas, pelo levantar das
mãos de Moisés (Êx 17.11-13);
holocausto consumido por fogo do céu (Lv 9.24);
dois sacerdotes são consumidos pelo fogo (Nm
10.1,2);
fogo arde entre os israelitas (Nm 11.1);
Miriã é ferida e curada da lepra (Nm 12.10,
13-15);
destruição de Coré e seu grupo (Nm 16.32);
praga mata 14.700 pessoas (Nm 16.47-49);
a vara de Arão brota, floresce e produz amêndoas
(Nm 17.8);
água sai da rocha em Meribá (Nm 20.11);
serpentes abrasadoras (Nm 21.6);
a jumenta de Balaão fala com voz humana (Nm
22.28,30);
a roupa dos israelitas não envelhece (Dt 8.4);
os pés dos israelitas não incham (Nm 9.21);
os israelitas caminham sem tropeçar (Is 63.13);
as muralhas de Jericó demolidas (Js 6.20);
o Sol e a Lua se detêm (Js 10.13);
o velo de lã de Gideão (Jz 6.37-40);
fogo consome o sacrifício de Gideão (Jz 6.21);
curada a esterilidade da mulher de Manoá (Jz
13.2,5,24);
o sacrifício de Manoá é consumido (Jz 13.19);
as proezas de Sansão (Jz 13-16);
• curada a esterilidade de Ana (1 Sm 1.2,20);
filisteus feridos e queda de Dagom (1 Sm
5.3-12);
feridos os bete-semitas (1 Sm 6.19);
trovões e chuvas no tempo da colheita (1 Sm
12.6);
morte de Uzá diante da Arca de Deus (2 Sm 6.7);
seca-se a mão de Jeroboão; o altar se fende;
derrama-se a cinza e novamente é restituída a saúde da mão do rei (1 Rs 13.6);
corvos alimentam Elias (1 Rs 17.6);
a farinha e o azeite da viúva se multiplicam (1
Rs 17.16);
a comida especial de Elias (1 Rs 19.8);
cessam as chuvas por três anos e meio (Tg 5.17);
Elias ressuscita o filho da viúva (1 Rs 17.22);
Elias faz descer fogo do céu no monte Carmelo (1
Rs 18.38);
Elias faz chover novamente (1 Rs 18.45);
a carreira sobrenatural de Elias (1 Rs 18.46);
Elias faz descer fogo do céu sobre dois capitães
e cem soldados (2 Rs 1.9-14);
Elias divide as águas do Jordão (2 Rs 2.8);
carro e cavalos de fogo separam Elias de Eliseu,
e Elias é levado ao Céu num redemoinho (2 Rs 2.11);
Eliseu divide as águas do Jordão (2 Rs 2.14);
as águas de Jericó são saradas (2 Rs 2.22);
duas ursas despedaçam 42 rapazes (2 Rs 2.24);
Eliseu supre de água um exército (2 Rs 3.20);
multiplica-se o azeite da viúva (2 Rs 4.6);
curada a esterilidade da sunamita (2 Rs
4.16,17);
Eliseu ressuscita o filho da sunamita (2 Rs
4.35);
cozido venenoso é purificado (2 Rs 4.41);
cem homens são alimentados (2 Rs 4.43);
Naamã é curado da lepra (2 Rs 5.10-14);
Geazi fica leproso (2 Rs 5.24-27);
um machado flutua (2 Rs 6.6);
tropas sírias feridas de cegueira (2 Rs 6.18);
exército sírio é posto em fuga (2 Rs 7.6,7);
homem ressuscita ao tocar os ossos de Eliseu (2
Rs 13.21);
destruição do exército de Senaqueribe (2 Rs
19.35);
o Sol retrocede dez graus (2 Rs 20.11);
holocausto de Davi é consumido por fogo (1 Cr
21.26);
holocausto de Salomão é consumido (2 Cr 7.1);
Uzias é atacado da lepra (2 Cr 26.20);
morte da mulher de Ezequiel (Ez 24.16-18);
três hebreus na fornalha são conservados vivos
(Dn 3.26);
Daniel é livre das garras dos leões (Dn 6.22);
Jonas no ventre do peixe (Jn 2.10).
2. Novo Testamento
Ressurreição de mortos
O filho da viúva de Naim (Lc 7.11-16);
a filha de Jairo (Mc 5.21-43);
Lázaro de Betânia (Jo 11.32-44);
mortos ressuscitam por ocasião da morte de Jesus
(Mt 27.52,53);
a ressurreição de Jesus (Jo 2.19-21);
Tabita (At 9.36-41);
• Êutico (At 20.9-12).
Expulsão de demônios
Um homem com um espírito imundo (Mc 1.23-26);
um endemoninhado, cego e mudo (Mt 12.22);
dois homens possuídos de legião (Mt 8.28-34);
um mudo endemoninhado (Mt 9.32-35);
a filha da siro-fenícia (Mc 7.24-30);
um jovem lunático (Mt 17.14-21);
um jovem possesso de um espírito mudo (Mc
9.14-26);
os espíritos imundos de alguns samaritanos (At
8.7);
cura de uma jovem adivinhadora (At 16.18).
Curas físicas
A febre do filho de um oficial do rei (Jo
4.46-54);
a sogra de Pedro (Mc 1.29,30);
um leproso (Mt 8.2-4);
um paralítico (Mc 2.3-12);
o paralítico do tanque de Betesda (Jo 5.1-16);
o homem da mão mirrada (Lc 6.6-10);
o servo de um centurião (Mt 8.5-13);
a mulher do fluxo de sangue (Mc 5.25-34);
dois cegos (Mt 9.27-31);
um surdo e gago (Mc 7.32-37);
um homem cego (Mc 8.22-26);
um cego de nascença (Jo 9.1-41);
uma mulher encurvada (Lc 13.11-17);
um hidrópico (Lc 14.1-6);
dez homens leprosos (Lc 17.11-19);
um mendigo cego (Lc 18.35-43);
Bartimeu (Mc 10.46-52);
a orelha de Malco (Jo 18.10);
o coxo da porta formosa (At 3.1-8);
Enéias (At 9.34);
um coxo, em Listra (At 14.10);
a disenteria do pai de Públio, em Malta (At
28.8);
os demais enfermos da Ilha de Malta (At 28.9).
d. Sobre as forças da natureza
Água transformada em vinho (Jo 2.1-11);
a rede de Pedro se enche de peixes (Lc 5.1-11);
alimentação de cinco mil homens, fora mulheres e
crianças (Mt 14.15-21);
alimentação de quatro mil homens, fora mulheres
e crianças (Mt 15.32-39);
um peixe traz dinheiro na boca (Mt 17.27);
uma grande pesca (Jo 21.6-14);
Jesus passa invisível por entre os inimigos (Lc
4.30);
sinais durante a festa da Páscoa (Jo 2.23);
seca-se a figueira sem fruto (Mt 21.19);
porcos afogam-se no mar (Mt 8.32);
Jesus acalma uma tempestade (Mt 8.26);
Jesus acalma outra tempestade (Mc 6.45-51);
Jesus anda sobre águas (Mt 14.25);
Pedro também anda sobre as águas (Mt 14.28-31);
a pedra do túmulo de Jesus é removida (Mt 28.2);
abrem-se as portas da prisão para os apóstolos
(At 5.19);
Pedro é livre da prisão (At 12.7-10);
as portas do cárcere se abrem em Filipos (At
16.26).
e. Outras maravilhas
Uma estrela guia os magos a Belém (Mt 2.1-12);
curada a esterilidade de Isabel (Lc 1.7,13);
Zacarias fica mudo e depois é curado (Lc
1.22,64);
sinais no momento do batismo de Jesus (Mt
3.16,17);
sinais na transfiguração de Jesus (Mt 17.1-14);
resposta através de uma voz sobrenatural (Jo
12.28-30);
por ocasião da prisão de Cristo (Jo 18.4-6);
por ocasião da morte de Cristo (Mt 27.45-53);
por ocasião da ressurreição de Cristo (Mt 28.2);
por ocasião da ascensão de Cristo (Mc 16.19; Lc
24.50,51; At 1.6-12);
palavra confirmada por sinais (Mc 16.20);
sinais no dia de Pentecoste (At 2.1-8);
muitas maravilhas e sinais pelos apóstolos (At
2.43);
morte de Ananias e Safira (At 5.1-10);
sinais e prodígios entre o povo (At 5.12);
Estêvão (At 6.8);
Filipe (At 8.6);
Elimas é ferido de cegueira (At 13.11);
Sinais e prodígios em Icônio (At 14.3);
Barnabé e Paulo (At 15.12);
maravilhas extraordinárias pelas mãos de Paulo
(At19.11);
o Evangelho acompanhado por grandes milagres e
maravilhas operados pelo poder de Deus (Rm 15.19; 1 Co 12.10,28; 2 Co 12.12; Gl
3.5; Hb 2.4; Ap 11.3-6 etc);
e outras maravilhas que ficaram ocultas aos
olhos humanos.()
O termo grego semeon era a palavra comumente usada
para descrever "sinal" ou "maravilha". Trazia algumas
vezes o sentido de "marca distintiva" ou seu equivalente na raiz
hebraica õth, ou mõpheth, que significa "algo espantoso" ou
"marca distintiva". ()
Nos evangelhos e em Atos dos Apóstolos, é
freqüente o uso do termo semeon para indicar um "milagre didático em forma
expressiva" ou "uma maravilha", cuja finalidade é convencer os
homens acerca de uma intervenção divina. A expressão ocorre 77 vezes no Novo
Testamento, sendo que aparece 48 vezes nos evangelhos, 13 em Atos, oito nas
epístolas de Paulo, sete no Apocalipse de João e uma em Hebreus. No Evangelho
de João, aparece com o significado de "sinal milagroso" (Jo
2.11,18,23). ()
Mas o sentido geral é de uma operação
completamente divina, cujo teor compõe-se não somente de um "sinal"
ou "marca distintiva", mas de algo que causa espanto e admiração aos
circunstantes. As grandes maravilhas relacionadas neste capítulo são apenas uma
demonstração técnica do grande poder de Deus.
Em todos os acontecimentos, e em todas as
guerras de que participou o povo de Deus, tanto a nação de Israel como a Igreja
de Jesus Cristo, houve participação divina em cada detalhe, até a vitória.
Em alguns casos, Deus intervinha diretamente com
manifestações do seu poder. Ou usava homens e mulheres dotados de dons
espirituais, especialmente o de operar maravilhas (Hb 2.4 etc).
Deus é sempre lembrado por suas maravilhas! Jo
declara que Ele faz "maravilhas tais que se não podem contar" (Jo
9.10).
Os Salmos exortam-nos a louvá-lo por suas maravilhas:
"Para publicar com voz de louvor e contar todas as tuas maravilhas"
(26.7); "Anunciai entre as nações a sua glória; entre os povos as suas
maravilhas" (Sl 96.3); "Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele
fez maravilhas..." (Sl 98.1). O profeta Joel fala do "derramamento
do Espírito Santo", e a voz de Deus conclui: "Mostrarei maravilhas no
céu e na terra" (Jl 2.30).
Cremos que o dom de operar maravilhas não
cessou. Ele continua em evidência na Igreja através dos séculos e na
atualidade.
O segredo para vermos maravilhas em nós e nos outros
começa com a santificação: "Santificai-vos, porque amanhã fará o Senhor
maravilhas no meio de vós" (Js 3.5). Foi o que fez Moisés quando
"levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus". Ele
"santificou o povo... E disse ao povo: Estai prontos ao terceiro dia... E
aconteceu ao terceiro dia, ao amanhecer, que houve trovões e relâmpagos sobre
o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte, de maneira que
estremeceu todo o povo que estava no arraial... E o sonido da buzina ia
crescendo em grande maneira; Moisés falava, e Deus respondia em voz alta"
(Êx 19.14-19).
Um acontecimento de primeira magnitude! Agora,
com a presença de Deus na montanha, tudo muda de aspecto. A montanha inteira
parece pulsar de vida. Deus, então, levanta suas mãos até a altura das
estrelas. Ele responde a Moisés em voz alta, e as regiões do firmamento ecoam
com timbres poderosos assim como ressoa o rugir do leão no deserto à
meia-noite. A artilharia do céu é descarregada como sinal; um troar de trovões
seguidos de raios que partem de lugares ocultos espalham o alarme por todo o
monte, preparando o povo para receber suas ordens.
Deus, então, começa a operar maravilhas aos
olhos do povo: "E todo o povo viu os trovões, e os relâmpagos, e o sonido
da buzina, e o monte fumegando" (Êx 20.18).
Assim são as maravilhas de Deus, e o Espírito
Santo, hoje, deseja capacitar cada um dos filhos de Deus que estão a servir a
vontade divina e as necessidades humanas, para honra e glória do nome do
Senhor.
c) Dons
que manifestam a MENSAGEM de Deus.
Profecia (1
Co 12.10). É um dom de manifestação sobrenatural de mensagem verbal pelo
Espírito, para a edificação, exortação e consolação do povo de Deus (1 Co
14.3).
O que é o dom de
profecia?
É uma capacitação momentânea para se transmitir uma mensagem específica
de Deus através de uma inspiração direta do Espírito Santo (1 Co 14.30; 2 Pe
1.21). Trata-se de uma manifestação sobrenatural, cuja função precípua é a
edificação da igreja (1 Co 14.4). Nos tempos do Antigo Testamento, os profetas
eram intermediários entre Deus e o povo (1 Sm 3.20; 8.21,22; 9.6,9,18-20). Esse
tipo de ministério profético durou até João Batista (Lc 16.16). Hoje, o profeta
não é mais uma espécie de mediador. E ninguém precisa consultar profetas, e sim
ao Senhor, diretamente (1 Tm 2.5; Ef 2.13; Hb 10.19-22; Gl 6.16; Fp 4.6).
Isso ocorre, primeiramente, por causa da ignorância. Pouco se fala nas
igrejas acerca desse dom, como ocorria em Éfeso (At 19.2,3). Segundo: tem
havido uma substituição. Coisas supérfluas têm ocupado o lugar que devia ser
destinado à manifestação do Espírito no culto (1 Co 14.26). Terceiro: existe
uma apatia espiritual, inclusive nas igrejas ditas pentecostais. Em muitos
lugares não tem havido lugar para o Espírito operar (1 Ts 5.19). Quarto: há
muito receio. Líderes há que, preocupados com as “meninices”, têm desprezado as
profecias (1 Ts 5.20), esquecendo-se de que devem ensinar os “meninos” quanto
ao uso correto desse dom (1 Co 14.22-24,28-30; 13.11).
Primeiro, segundo a reta justiça (Jo 7.24); isto é, por meio da Palavra
de Deus (Jo 17.17; At 17.11; Hb 5.12-14). Segundo, mediante a sintonia do Corpo
com a Cabeça (Ef 4.14,15; 1 Co 2.16; 1 Jo 2.20,27; Nm 9.15-22; Jo 10.4,5,27).
Terceiro, pelo dom de discernir os espíritos (1 Co 12.10,11; At 13.6-11;
16.1-18). Quarto, através do bom senso (1 Co 14.33; At 9.10,11). Quinto, pelo
cumprimento da predição (Ez 33.33; Dt 18.21,22; Jr 28.9), conquanto apenas isso
não seja suficiente; Deus permite que, em alguns casos, predições de falsos profetas
se cumpram (Dt 13.1-4). Finalmente, o julgamento deve se dar com base na vida
do profeta (2 Tm 2.20,21; Gl 5.22). Tem ele uma vida de devoção a Deus? Ele
honra a Cristo em tudo? Demonstra amar e seguir a Palavra do Senhor? Ama os
pecadores e deseja vê-los salvos? Detesta o mal e ama justiça? Prega contra o
pecado, defende o Evangelho de Cristo e conduz a igreja à santificação? Repudia
a avareza?
Primeiro: edificação. A Igreja é comparada a um edifício, e o Senhor
Jesus é o seu fundamento (1 Co 3.10,12,14; Ef 2.22). Os salvos são pedras desse
edifício (1 Pe 2.5), e a profecia é um dos meios pelos quais eles são
edificados (1 Co 14.3,4,12,17). Segundo: exortação. Por meio da profecia, o
crente é incentivado, despertado, fortalecido na fé (1 Co 14.3). Terceiro:
consolação. O Senhor se utiliza desse dom para consolar o crente com palavras
semelhantes às de Deuteronômio 31.8 ou Isaías 41.10; 45.1-3. Quarto: sinal para
os incrédulos. Esse dom é de grande valia para convencer os descrentes (1 Co
14.20,22-25).
O que é o dom de
profecia?
É uma capacitação momentânea para se transmitir uma mensagem específica
de Deus através de uma inspiração direta do Espírito Santo (1 Co 14.30; 2 Pe
1.21). Trata-se de uma manifestação sobrenatural, cuja função precípua é a
edificação da igreja (1 Co 14.4). Nos tempos do Antigo Testamento, os profetas
eram intermediários entre Deus e o povo (1 Sm 3.20; 8.21,22; 9.6,9,18-20). Esse
tipo de ministério profético durou até João Batista (Lc 16.16). Hoje, o profeta
não é mais uma espécie de mediador. E ninguém precisa consultar profetas, e sim
ao Senhor, diretamente (1 Tm 2.5; Ef 2.13; Hb 10.19-22; Gl 6.16; Fp 4.6).
Deve-se fazer uma distinção entre o ministério profético e o dom de profecia.
Tanto o portador deste quanto o ministro são chamados de “profeta” (1 Co 14.29;
Ef 4.11), mas há diferenças entre ambos. Primeiro, quando ao modo da concessão:
o dom de profecia pode ser concedido a quem o busca (1 Co 14.1,5,24,31); já o
ministério depende de chamada divina (Mc 3.13; Ef 4.11). Segundo, quanto ao
uso: o dom de profecia decorre de uma inspiração momentânea, sobrenatural (1 Co
14.30); o ministério profético está relacionado com a pregação da Palavra de
Deus (At 11.27,28; 15.32; 13.1). O dom de profecia era uma realidade nos dias
da igreja primitiva (At 19.6; 21.9; 1 Co 14). Ali, o ministério profético e o
dom de profecia, às vezes, eram intercambiáveis (At 21.8-10).
Por que vemos poucas
manifestações do dom em apreço em nossos dias?
Isso ocorre, primeiramente, por causa da ignorância. Pouco se fala nas
igrejas acerca desse dom, como ocorria em Éfeso (At 19.2,3). Segundo: tem
havido uma substituição. Coisas supérfluas têm ocupado o lugar que devia ser
destinado à manifestação do Espírito no culto (1 Co 14.26). Terceiro: existe
uma apatia espiritual, inclusive nas igrejas ditas pentecostais. Em muitos
lugares não tem havido lugar para o Espírito operar (1 Ts 5.19). Quarto: há
muito receio. Líderes há que, preocupados com as “meninices”, têm desprezado as
profecias (1 Ts 5.20), esquecendo-se de que devem ensinar os “meninos” quanto
ao uso correto desse dom (1 Co 14.22-24,28-30; 13.11).
Como julgar a profecia?
Primeiro, segundo a reta justiça (Jo 7.24); isto é, por meio da Palavra
de Deus (Jo 17.17; At 17.11; Hb 5.12-14). Segundo, mediante a sintonia do Corpo
com a Cabeça (Ef 4.14,15; 1 Co 2.16; 1 Jo 2.20,27; Nm 9.15-22; Jo 10.4,5,27).
Terceiro, pelo dom de discernir os espíritos (1 Co 12.10,11; At 13.6-11;
16.1-18). Quarto, através do bom senso (1 Co 14.33; At 9.10,11). Quinto, pelo
cumprimento da predição (Ez 33.33; Dt 18.21,22; Jr 28.9), conquanto apenas isso
não seja suficiente; Deus permite que, em alguns casos, predições de falsos profetas
se cumpram (Dt 13.1-4). Finalmente, o julgamento deve se dar com base na vida
do profeta (2 Tm 2.20,21; Gl 5.22). Tem ele uma vida de devoção a Deus? Ele
honra a Cristo em tudo? Demonstra amar e seguir a Palavra do Senhor? Ama os
pecadores e deseja vê-los salvos? Detesta o mal e ama justiça? Prega contra o
pecado, defende o Evangelho de Cristo e conduz a igreja à santificação? Repudia
a avareza?
Quais são as funções do
dom de profecia?
Primeiro: edificação. A Igreja é comparada a um edifício, e o Senhor
Jesus é o seu fundamento (1 Co 3.10,12,14; Ef 2.22). Os salvos são pedras desse
edifício (1 Pe 2.5), e a profecia é um dos meios pelos quais eles são
edificados (1 Co 14.3,4,12,17). Segundo: exortação. Por meio da profecia, o
crente é incentivado, despertado, fortalecido na fé (1 Co 14.3). Terceiro:
consolação. O Senhor se utiliza desse dom para consolar o crente com palavras
semelhantes às de Deuteronômio 31.8 ou Isaías 41.10; 45.1-3. Quarto: sinal para
os incrédulos. Esse dom é de grande valia para convencer os descrentes (1 Co
14.20,22-25).
Finalmente, deve-se observar que os dons de elocução não têm autoridade
canônica; não se manifestam para alterar ou contradizer o que está escrito na
Bíblia Sagrada (2 Pe 1.21; 1 Tm 4.9; Jo 17.17; Sl 119.142,160; Ap 22.18,19; Pv
30.6). Eles também não são prioritários para o governo da igreja. As
finalidades principais dos dons de saber, de modo geral, são: edificar, exortar
e consolar (1 Co 14.3). O Espírito orienta a igreja por meio dos dons
espirituais (At 13.1-3; 16.6-10), mas o ministério eclesiástico não deve se
subordinar a “profetas” (Ap 2.20-22; At 11.28-30; 15.14-30). É uma prática
antibíblica consultar profetas em nossos dias, pedindo respostas quanto a
casamentos, viagens, negócios, etc. Os dons em apreço devem ser usados “na
igreja” (1 Co 14.3,13,26,28).
fonte cpad news
Variedade de línguas
(1 Co 12.10). É um dom de expressão plural. É um milagre lingüístico sobrenatural. Nem todos os crentes batizados com o Espírito Santo recebem este dom (1 Co 12.30).
A primeira categoria é a dos dons de elocução ou verbais: profecia, variedade de línguas e interpretação das línguas. Por meio da profecia, o crente usado pelo Espírito transmite uma mensagem divina, momentânea e sobrenatural, para a igreja (1 Co 14.4,5,22). Pela variedade de línguas, o salvo apresenta à igreja uma mensagem divina, sobrenatural, em línguas que ele jamais estudou ou aprendeu. Tal mensagem precisa de interpretação, a menos que o Senhor queira falar com pessoas em suas próprias línguas, como ocorreu no dia de Pentecostes (At 2.7-13). E, mediante a interpretação das línguas, os salvos são capacitados, sobrenaturalmente, a interpretarem as tais línguas desconhecidas — isto é, estranhas a quem as pronuncia.
Não se deve confundir as línguas como evidência inicial do batismo com o Espírito Santo com o dom de variedade de línguas. No Novo Testamento, as línguas dadas pelo Espírito Santo são apresentadas com quatro finalidades distintas. Primeiro, como evidência inicial do batismo com o Espírito Santo (At 2.1-8; 10.44-46; 19.6; 9.18; 1 Co 14.18). Segundo, as línguas são dadas pelo Consolador para edificação do próprio crente que as pronuncia (1 Co 14.4). Terceiro, elas são úteis para a oração em espírito ou “pelo Espírito [gr. pneumati]” (1 Co 14.2,14-16; Ef 6.18; Rm 8.26). E, quarto, há línguas que contêm uma mensagem profética, isto é, o dom de variedade de línguas. Quando alguém é usado pelo Espírito com esse dom, dirige-se à igreja em línguas estranhas (1 Co 12.29,30). Contudo, se não houver interpretação, o tal deve se calar (1 Co 14.5,13,27,28).
Na segunda categoria de dons como manifestações momentâneas estão os dons de inspiraçãoou de saber. A palavra da sabedoria não consiste em sabedoria, em si, mas em um modo sábio de falar. Trata-se de uma capacidade sobrenatural dada pelo Espírito em várias circunstâncias. A palavra da ciência é um dom ligado ao ministério do ensino, uma capacidade sobrenatural que leva o crente a conhecer as profundezas e os mistérios de Deus (cf. 1 Co 2.9,10). O discernimento dos espíritos, por sua vez, é a capacidade sobrenatural para discernir a natureza, o caráter e a origem dos espíritos (1 Jo 4.1). O termo original denota pluralidade: “discernimentos”.
O que são as línguas
estranhas e a interpretação delas?
No contexto dos dons espirituais, falar noutras
línguas é uma manifestação do Espírito; portanto, elas não são aprendidas, mas
vêm de modo sobrenatural, sendo estranhas, desconhecidas, aos que as
pronunciam. A promessa do batismo com o Espírito, com a evidência de falar
noutras línguas, é mencionada nos dois Testamentos (Is 28.11,12; 44.3; Jl
2.28,29 com At 2.14-17; Mt 3.11; Lc 24.49; At 1.8). E o cumprimento dessa
promessa começou no dia de Pentecostes (At 2.1-4). Há relatos históricos de que
tal evidência ocorreu nas vidas dos crentes da Igreja Primitiva (At 4.31;
8.15-17; 10.44-48; 19.1-7), bem como nas de outros salvos, ao longo da
História. A promessa do revestimento de poder, com a evidência de falar noutras
línguas, é para hoje (At 2.39; 11.15; Hb 13.8), haja vista a “dispensação do
Espírito” estar em curso (2 Co 3.8).
Primeiro: elas são a evidência inicial do batismo com o Espírito Santo
(At 2.1-8; 10.44-46; 19.6; 9.18; 1 Co 14.18). Segundo: elas edificam o crente
(1 Co 14.4). Terceiro: elas são dadas pelo Espírito ao crente a fim de
capacitá-lo a orar em espírito — ou “pelo Espírito [gr. pneumati]” (1 Co
14.2,14-16; Ef 6.18; Rm 8.26). Quarto: elas são dadas pelo Consolador como uma
mensagem profética (dom de variedade de línguas), em conexão com o dom de
interpretação das línguas. O crente, ao receber momentaneamente a variedade de
línguas, dirige-se à igreja (1 Co 12.29,30), mas sua mensagem precisa de
interpretação (1 Co 14.5,13,27,28).
Primeiro: deve haver autocontrole. O crente, quando
fala em línguas que não são mensagens proféticas, deve se controlar, pois não
fala aos homens, e sim a Deus (1 Co 14.2), edificando-se a si mesmo (1 Co
14.4,19). É errado falar em línguas só para mostrar aos outros que é
pentecostal. Todos podem e devem falar em línguas (1 Co 14.5,39), mas sem
exageros (1 Co 14.8,9). Segundo: é necessário que haja ordem. Quando um irmão
estiver sendo usado em profecia, não deve outro falar em línguas em tom alto,
visto que isso gera confusão e desordem (1 Co 14.33). Há momento de falar “de
Deus” (audivelmente), e momento de falar “com Deus” (em tom baixo). No culto,
deve haver duas ou três mensagens proféticas, umas depois das outras, com ordem
(1 Co 14.29-31).
É uma capacitação momentânea para se transmitir uma mensagem específica
de Deus através de uma inspiração direta do Espírito Santo (1 Co 14.30; 2 Pe
1.21). Trata-se de uma manifestação sobrenatural, cuja função precípua é a
edificação da igreja (1 Co 14.4). Nos tempos do Antigo Testamento, os profetas
eram intermediários entre Deus e o povo (1 Sm 3.20; 8.21,22; 9.6,9,18-20). Esse
tipo de ministério profético durou até João Batista (Lc 16.16). Hoje, o profeta
não é mais uma espécie de mediador. E ninguém precisa consultar profetas, e sim
ao Senhor, diretamente (1 Tm 2.5; Ef 2.13; Hb 10.19-22; Gl 6.16; Fp 4.6).
Isso ocorre, primeiramente, por causa da ignorância. Pouco se fala nas
igrejas acerca desse dom, como ocorria em Éfeso (At 19.2,3). Segundo: tem
havido uma substituição. Coisas supérfluas têm ocupado o lugar que devia ser
destinado à manifestação do Espírito no culto (1 Co 14.26). Terceiro: existe
uma apatia espiritual, inclusive nas igrejas ditas pentecostais. Em muitos
lugares não tem havido lugar para o Espírito operar (1 Ts 5.19). Quarto: há
muito receio. Líderes há que, preocupados com as “meninices”, têm desprezado as
profecias (1 Ts 5.20), esquecendo-se de que devem ensinar os “meninos” quanto
ao uso correto desse dom (1 Co 14.22-24,28-30; 13.11).
Primeiro, segundo a reta justiça (Jo 7.24); isto é, por meio da Palavra
de Deus (Jo 17.17; At 17.11; Hb 5.12-14). Segundo, mediante a sintonia do Corpo
com a Cabeça (Ef 4.14,15; 1 Co 2.16; 1 Jo 2.20,27; Nm 9.15-22; Jo 10.4,5,27).
Terceiro, pelo dom de discernir os espíritos (1 Co 12.10,11; At 13.6-11;
16.1-18). Quarto, através do bom senso (1 Co 14.33; At 9.10,11). Quinto, pelo
cumprimento da predição (Ez 33.33; Dt 18.21,22; Jr 28.9), conquanto apenas isso
não seja suficiente; Deus permite que, em alguns casos, predições de falsos
profetas se cumpram (Dt 13.1-4). Finalmente, o julgamento deve se dar com base
na vida do profeta (2 Tm 2.20,21; Gl 5.22). Tem ele uma vida de devoção a Deus?
Ele honra a Cristo em tudo? Demonstra amar e seguir a Palavra do Senhor? Ama os
pecadores e deseja vê-los salvos? Detesta o mal e ama justiça? Prega contra o
pecado, defende o Evangelho de Cristo e conduz a igreja à santificação? Repudia
a avareza?
Primeiro: edificação. A Igreja é comparada a um edifício, e o Senhor
Jesus é o seu fundamento (1 Co 3.10,12,14; Ef 2.22). Os salvos são pedras desse
edifício (1 Pe 2.5), e a profecia é um dos meios pelos quais eles são
edificados (1 Co 14.3,4,12,17). Segundo: exortação. Por meio da profecia, o
crente é incentivado, despertado, fortalecido na fé (1 Co 14.3). Terceiro:
consolação. O Senhor se utiliza desse dom para consolar o crente com palavras
semelhantes às de Deuteronômio 31.8 ou Isaías 41.10; 45.1-3. Quarto: sinal para
os incrédulos. Esse dom é de grande valia para convencer os descrentes (1 Co
14.20,22-25).
14. O QUE O
CRENTE DEVE FAZER PARA TER EM SI SEMPRE NOVA A EXPERIÊNCIA DO BATISMO COM O
ESPÍRITO SANTO?
Cessacionistas
estão errados sobre dom de línguas, assevera Mark D.
LÍNGUAS COMO SINAL.
O QUE É
DOM DE LÍNGUAS?
.3. QUAL A
UTILIDADE DO DOM DE LÍNGUAS?
QUEM
NÃO FALOU EM OUTRAS LÍNGUAS?
QUAL O
COMPORTAMENTO MAIS SENSATO QUANTO AO DOM DE LÍNGUAS?
. NORMAS
QUANTO AO USO DO DOM DE LÍNGUAS
..
"FAÇA-SE TUDO DECENTEMENTE E COM ORDEM",
A HISTORICIDADE DO DOM DE LÍNGUAS
No seu livro "Demonstração do
Espírito Santo", H.H. Ness escreveu:"Quando o fogo pentecostal
brotou com ímpeto entre os cristãos das igrejas da Aliança Missionária Cristã
nos estados de Ohio, Pensilvânia, Nova Iorque e outros estados do Noroeste dos
Estados Unidos, faz alguns anos, em muitos deles houve demonstração do poder do
Espírito Santo, o que foi visto, sentido e ouvido. Resultaram notáveis milagres
de cura divina - recuperação de saúde de cegos, surdos, mancos e outros
afligidos - pela oração da fé. Mais ainda, não houve ali somente prostrações e
línguas desconhecidas, mas houve também surpreendentes casos em que pessoas
foram levantadas do solo pelo poder de Deus".Nestes últimos anos tem-se
tornado comum ler em jornais, revistas e livros, a respeito da experiência de
falar línguas estranhas entre evangélicos de denominações até então
invulneráveis à ação sobrenatural do Espírito Santo.O jornal episcopal
"The Living Church", há alguns anos, trouxe o seguinte sobre o
fenômeno de falar línguas estranhas:"O falar em línguas não é mais um
fenômeno de alguma seita estranha do outro lado da rua. Está em nosso meio, e
vem sendo praticado pelo clero e pelos leigos, homens de nomeada e boa
reputação na igreja. Sua introdução generalizada se chocaria contra nosso senso
estético e contra algumas de nossas mais intrincheiradas idéias preconcebidas.
Mas sabemos que somos membros de uma igreja que de toda sorte precisa de um
choque - se Deus tem escolhido este tempo para dinamitar o que o bispo
Sterling, de Montana, designou de 'respeitabilidade episcopal', não conhecemos
explosivo de efeito mais terrivelmente eficaz".No "The
Episcopalian" de 15/05/1968, disse o Rev. Samuel M. Shoemaker:"Sem
importar o que significa o antigo-novo fenômeno do 'falar línguas', o mais
admirável é que se declara, não apenas no seio dos grupos pentecostais, mas
também entre os episcopais, os luteranos _e os presbiterianos. Eu mesmo não
passei por essa experiência, mas tenho visto pessoas que a têm recebido, e
isso as tem abençoado e dado um poder que não possuíam antes. Não pretendo
entender esse fenômeno, mas estou razoavelmente certo de que indica a presença
do Espírito Santo, assim como a fumaça que sai de uma chaminé indica a presença
de fogo por baixo. E sei com certeza que isso significa que Deus quer entrar na
igreja antiquada e autocentralizada como geralmente ocorre, para que lhe
outorgue uma modalidade de poder que a torne radiante, excitante e altruísta.
Deveríamos procurar compreender e ser reverentes para com esse fenômeno, ao
invés de desprezá-lo ou zombar dele".
10. MAIS
EVIDÊNCIAS DA ATUALIDADE DO DOM DE LÍNGUAS .
Sabe-se que, hoje,
nada menos de cinqüenta milhões de cristãos, espalhados por todas as partes do
mundo, em diferentes denominações, falam em línguas. São crianças, jovens, e
adultos que gozam do glorioso privilégio de adorar a Deus em novas línguas.
Sabe-se que até irmãos mudos-surdos têm sido tomado pelo Espírito Santo e
inspirados a falar em línguas como acontece a qualquer pessoa normal. Mesmo
igrejas até há pouco invulneráveis à operação do Espírito Santo, têm levantado
a sua voz, num vibrante testemunho quanto à atualidade dos dons do Espírito
Santo.Sob o patrocínio do Rev. Sílvio Ribeiro Ladeira, pastor da Igreja
Presbiteriana Independente de Carapicuíba, São Paulo, foi publicado
recentemente o livro "O Movimento Carismático e a Teologia Reformada",
de autoria do Dr. J. Rodman Williams, que traz a opinião de ilustres teólogos e
de famosas igrejas quanto à atualidade do dom de línguas.A. A. Hoekema, teólogo
reformado conservador, escreve:"... não podemos certamente limitar o
Espírito Santo, sugerindo que seria impossível para Ele conceder o dom de
línguas hoje."A "Dutch Reformed Church" da Holanda, em sua carta
pastoral de 1960, sobre a Igreja e os Grupos Pentecostais, diz:"Achamos
presunçoso afirmar que o falar em línguas foi algo somente para o início do
Cristianismo. A evidência bíblica em Atos e 1 Coríntios 12 a 14 é demasiado
explícita para isso. O fato de falar em línguas ter também um significado em
nossos dias, não pode ser, portanto, posto de lado."
Dentre as insondáveis riquezas espirituais que Deus colocou à
disposição da sua Igreja na terra, destacam-se os dons sobrenaturais do
Espírito Santo, apresentados pelo apóstolo Paulo, em sua primeira epístola
aos Coríntios, como agentes de poder e de vitória desta mesma Igreja.A Igreja
é um organismo vivo, um fenômeno sobrenatural cujas origens estão no Céu. Como
tal, ela possui uma responsabilidade igualmente sobrenatural, pelo que carece
da operação sobrenatural do Espírito do Deus vivo. Foi por isso que Jesus, após
sentar-se à direita do Pai, enviou o Espírito Santo como agente capacitador da
Igreja, para levá-la a cumprir a sua missão no mundo: At 2.33.Devemos ter
sempre em mente que o próprio Cristo não exerceu o seu ministério na sua
própria força, mas na força do Espírito Santo: Lc 4.18,19. -_Os apóstolos,
igualmente, a exemplo do seu Mestre, também levaram a cabo o seu próprio
ministério na força e poder do Espírito Santo. Todas as decisões da igreja
primitiva partiam sempre do seguinte princípio: “... pareceu bem ao Espírito
Santo e a nós...", At 15.28.
Qual tem sido o erro de muitas das nossas igrejas hoje, senão o de
negligenciar o ministério soberano, poderoso e determinante do Espírito Santo?
Essas igrejas, ignorantes das grandes possibilidades do Espírito Santo,
condenam milagres sem processo, desprezam profecias sem consulta e ignoram a revelação sem a mínima razão. Como diz a
Bíblia Sagrada: “... falando mal daquilo em que são ignorantes...", 2 Pe
2.12. Esquecem-se de que há quase dois mil anos, Jesus prometeu, de maneira
categórica, que o Espírito Santo estaria conosco e nos guiaria a toda a verdade: Jo 16.13.A igreja
dos dias hodiernos jamais será uma igreja de visão de alcance
novitestamentário, senão por meios novitestamentários.As grandes conquistas da
igreja dos primeiros cem anos da era atual, não foram alcançadas como o
resultado de métodos e recursos teológicos empregados pelos apóstolos. Foram,
sim, o resultado concreto da operação sobrenatural do Espírito Santo na vida
dos convertidos. O Espírito Santo foi o grande estrategista e comandante das
conquistas realizadas. Onde quer que um crente fosse, aí ia a Igreja do Deus
vivo, a caixa ressonante do Espírito.Onde quer que o Espírito Santo fosse
derramado, os doentes eram curados; revelações, profecias, línguas e interpretação
eram vistas e ouvidas. Os dons do Espírito Santo eram a combustão que punha em
ação a dinâmica máquina da Grande Comissão.A Igreja de Cristo da nossa geração
possui uma responsabilidade apostólica, e, para cumpri-la, necessita dos
grandes recursos espirituais, que são os dons do Espírito Santo.1.F.Raimundo Oliveira,doutrina do Espirito santo,1988,cpad)
(1 Co 12.10). É um dom de expressão plural. É um milagre lingüístico sobrenatural. Nem todos os crentes batizados com o Espírito Santo recebem este dom (1 Co 12.30).
A primeira categoria é a dos dons de elocução ou verbais: profecia, variedade de línguas e interpretação das línguas. Por meio da profecia, o crente usado pelo Espírito transmite uma mensagem divina, momentânea e sobrenatural, para a igreja (1 Co 14.4,5,22). Pela variedade de línguas, o salvo apresenta à igreja uma mensagem divina, sobrenatural, em línguas que ele jamais estudou ou aprendeu. Tal mensagem precisa de interpretação, a menos que o Senhor queira falar com pessoas em suas próprias línguas, como ocorreu no dia de Pentecostes (At 2.7-13). E, mediante a interpretação das línguas, os salvos são capacitados, sobrenaturalmente, a interpretarem as tais línguas desconhecidas — isto é, estranhas a quem as pronuncia.
Não se deve confundir as línguas como evidência inicial do batismo com o Espírito Santo com o dom de variedade de línguas. No Novo Testamento, as línguas dadas pelo Espírito Santo são apresentadas com quatro finalidades distintas. Primeiro, como evidência inicial do batismo com o Espírito Santo (At 2.1-8; 10.44-46; 19.6; 9.18; 1 Co 14.18). Segundo, as línguas são dadas pelo Consolador para edificação do próprio crente que as pronuncia (1 Co 14.4). Terceiro, elas são úteis para a oração em espírito ou “pelo Espírito [gr. pneumati]” (1 Co 14.2,14-16; Ef 6.18; Rm 8.26). E, quarto, há línguas que contêm uma mensagem profética, isto é, o dom de variedade de línguas. Quando alguém é usado pelo Espírito com esse dom, dirige-se à igreja em línguas estranhas (1 Co 12.29,30). Contudo, se não houver interpretação, o tal deve se calar (1 Co 14.5,13,27,28).
Na segunda categoria de dons como manifestações momentâneas estão os dons de inspiraçãoou de saber. A palavra da sabedoria não consiste em sabedoria, em si, mas em um modo sábio de falar. Trata-se de uma capacidade sobrenatural dada pelo Espírito em várias circunstâncias. A palavra da ciência é um dom ligado ao ministério do ensino, uma capacidade sobrenatural que leva o crente a conhecer as profundezas e os mistérios de Deus (cf. 1 Co 2.9,10). O discernimento dos espíritos, por sua vez, é a capacidade sobrenatural para discernir a natureza, o caráter e a origem dos espíritos (1 Jo 4.1). O termo original denota pluralidade: “discernimentos”.
O que são as línguas
estranhas e a interpretação delas?
No contexto dos dons espirituais, falar noutras
línguas é uma manifestação do Espírito; portanto, elas não são aprendidas, mas
vêm de modo sobrenatural, sendo estranhas, desconhecidas, aos que as
pronunciam. A promessa do batismo com o Espírito, com a evidência de falar
noutras línguas, é mencionada nos dois Testamentos (Is 28.11,12; 44.3; Jl
2.28,29 com At 2.14-17; Mt 3.11; Lc 24.49; At 1.8). E o cumprimento dessa
promessa começou no dia de Pentecostes (At 2.1-4). Há relatos históricos de que
tal evidência ocorreu nas vidas dos crentes da Igreja Primitiva (At 4.31;
8.15-17; 10.44-48; 19.1-7), bem como nas de outros salvos, ao longo da
História. A promessa do revestimento de poder, com a evidência de falar noutras
línguas, é para hoje (At 2.39; 11.15; Hb 13.8), haja vista a “dispensação do
Espírito” estar em curso (2 Co 3.8).
Qual é a utilidade das
línguas estranhas?
Primeiro: elas são a evidência inicial do batismo com o Espírito Santo
(At 2.1-8; 10.44-46; 19.6; 9.18; 1 Co 14.18). Segundo: elas edificam o crente
(1 Co 14.4). Terceiro: elas são dadas pelo Espírito ao crente a fim de
capacitá-lo a orar em espírito — ou “pelo Espírito [gr. pneumati]” (1 Co
14.2,14-16; Ef 6.18; Rm 8.26). Quarto: elas são dadas pelo Consolador como uma
mensagem profética (dom de variedade de línguas), em conexão com o dom de
interpretação das línguas. O crente, ao receber momentaneamente a variedade de
línguas, dirige-se à igreja (1 Co 12.29,30), mas sua mensagem precisa de
interpretação (1 Co 14.5,13,27,28).
Como deve ser o uso das
línguas estranhas no culto?
Primeiro: deve haver autocontrole. O crente, quando
fala em línguas que não são mensagens proféticas, deve se controlar, pois não
fala aos homens, e sim a Deus (1 Co 14.2), edificando-se a si mesmo (1 Co
14.4,19). É errado falar em línguas só para mostrar aos outros que é
pentecostal. Todos podem e devem falar em línguas (1 Co 14.5,39), mas sem
exageros (1 Co 14.8,9). Segundo: é necessário que haja ordem. Quando um irmão
estiver sendo usado em profecia, não deve outro falar em línguas em tom alto,
visto que isso gera confusão e desordem (1 Co 14.33). Há momento de falar “de
Deus” (audivelmente), e momento de falar “com Deus” (em tom baixo). No culto,
deve haver duas ou três mensagens proféticas, umas depois das outras, com ordem
(1 Co 14.29-31).
Em terceiro lugar, deve haver decência (1 Co 14.40). Decência diz respeito à
conformidade com padrões morais e éticos; envolve dignidade, correção, decoro,
modéstia, honradez, honestidade. Quarto: é preciso haver harmonia. O dom de
variedade de línguas só é útil em conexão com o de interpretação das línguas.
Quem fala em línguas deve se calar, caso não haja intérprete (1 Co 14.13,28).
O que é o dom de
profecia?
É uma capacitação momentânea para se transmitir uma mensagem específica
de Deus através de uma inspiração direta do Espírito Santo (1 Co 14.30; 2 Pe
1.21). Trata-se de uma manifestação sobrenatural, cuja função precípua é a
edificação da igreja (1 Co 14.4). Nos tempos do Antigo Testamento, os profetas
eram intermediários entre Deus e o povo (1 Sm 3.20; 8.21,22; 9.6,9,18-20). Esse
tipo de ministério profético durou até João Batista (Lc 16.16). Hoje, o profeta
não é mais uma espécie de mediador. E ninguém precisa consultar profetas, e sim
ao Senhor, diretamente (1 Tm 2.5; Ef 2.13; Hb 10.19-22; Gl 6.16; Fp 4.6).
Deve-se fazer uma distinção entre o ministério profético e o dom de profecia.
Tanto o portador deste quanto o ministro são chamados de “profeta” (1 Co 14.29;
Ef 4.11), mas há diferenças entre ambos. Primeiro, quando ao modo da concessão:
o dom de profecia pode ser concedido a quem o busca (1 Co 14.1,5,24,31); já o
ministério depende de chamada divina (Mc 3.13; Ef 4.11). Segundo, quanto ao
uso: o dom de profecia decorre de uma inspiração momentânea, sobrenatural (1 Co
14.30); o ministério profético está relacionado com a pregação da Palavra de
Deus (At 11.27,28; 15.32; 13.1). O dom de profecia era uma realidade nos dias
da igreja primitiva (At 19.6; 21.9; 1 Co 14). Ali, o ministério profético e o
dom de profecia, às vezes, eram intercambiáveis (At 21.8-10).
Por que vemos poucas
manifestações do dom em apreço em nossos dias?
Isso ocorre, primeiramente, por causa da ignorância. Pouco se fala nas
igrejas acerca desse dom, como ocorria em Éfeso (At 19.2,3). Segundo: tem
havido uma substituição. Coisas supérfluas têm ocupado o lugar que devia ser
destinado à manifestação do Espírito no culto (1 Co 14.26). Terceiro: existe
uma apatia espiritual, inclusive nas igrejas ditas pentecostais. Em muitos
lugares não tem havido lugar para o Espírito operar (1 Ts 5.19). Quarto: há
muito receio. Líderes há que, preocupados com as “meninices”, têm desprezado as
profecias (1 Ts 5.20), esquecendo-se de que devem ensinar os “meninos” quanto
ao uso correto desse dom (1 Co 14.22-24,28-30; 13.11).
Como julgar a profecia?
Primeiro, segundo a reta justiça (Jo 7.24); isto é, por meio da Palavra
de Deus (Jo 17.17; At 17.11; Hb 5.12-14). Segundo, mediante a sintonia do Corpo
com a Cabeça (Ef 4.14,15; 1 Co 2.16; 1 Jo 2.20,27; Nm 9.15-22; Jo 10.4,5,27).
Terceiro, pelo dom de discernir os espíritos (1 Co 12.10,11; At 13.6-11;
16.1-18). Quarto, através do bom senso (1 Co 14.33; At 9.10,11). Quinto, pelo
cumprimento da predição (Ez 33.33; Dt 18.21,22; Jr 28.9), conquanto apenas isso
não seja suficiente; Deus permite que, em alguns casos, predições de falsos
profetas se cumpram (Dt 13.1-4). Finalmente, o julgamento deve se dar com base
na vida do profeta (2 Tm 2.20,21; Gl 5.22). Tem ele uma vida de devoção a Deus?
Ele honra a Cristo em tudo? Demonstra amar e seguir a Palavra do Senhor? Ama os
pecadores e deseja vê-los salvos? Detesta o mal e ama justiça? Prega contra o
pecado, defende o Evangelho de Cristo e conduz a igreja à santificação? Repudia
a avareza?
Quais são as funções do
dom de profecia?
Primeiro: edificação. A Igreja é comparada a um edifício, e o Senhor
Jesus é o seu fundamento (1 Co 3.10,12,14; Ef 2.22). Os salvos são pedras desse
edifício (1 Pe 2.5), e a profecia é um dos meios pelos quais eles são
edificados (1 Co 14.3,4,12,17). Segundo: exortação. Por meio da profecia, o
crente é incentivado, despertado, fortalecido na fé (1 Co 14.3). Terceiro:
consolação. O Senhor se utiliza desse dom para consolar o crente com palavras
semelhantes às de Deuteronômio 31.8 ou Isaías 41.10; 45.1-3. Quarto: sinal para
os incrédulos. Esse dom é de grande valia para convencer os descrentes (1 Co
14.20,22-25).
Finalmente, deve-se observar que os dons de elocução não têm autoridade
canônica; não se manifestam para alterar ou contradizer o que está escrito na
Bíblia Sagrada (2 Pe 1.21; 1 Tm 4.9; Jo 17.17; Sl 119.142,160; Ap 22.18,19; Pv
30.6). Eles também não são prioritários para o governo da igreja. As
finalidades principais dos dons de saber, de modo geral, são: edificar, exortar
e consolar (1 Co 14.3). O Espírito orienta a igreja por meio dos dons
espirituais (At 13.1-3; 16.6-10), mas o ministério eclesiástico não deve se
subordinar a “profetas” (Ap 2.20-22; At 11.28-30; 15.14-30). É uma prática
antibíblica consultar profetas em nossos dias, pedindo respostas quanto a
casamentos, viagens, negócios, etc. Os dons em apreço devem ser usados “na
igreja” (1 Co 14.3,13,26,28).
14. O QUE O
CRENTE DEVE FAZER PARA TER EM SI SEMPRE NOVA A EXPERIÊNCIA DO BATISMO COM O
ESPÍRITO SANTO?
Este tem sido o problema crucial para muitos crentes que, tendo recebido o batismo com o Espírito Santo, já não vivem aquele mesmo nível de espiritualidade que possuíam nos primeiros dias seguintes ao do batismo. Daí passam a viver um certo tipo de saudosismo: "Ah! aqueles dias!..." "Oh! se aqueles dias voltassem!" Esta é uma parte da triste história de muitos que entristeceram o Espírito Santo e que fizeram silenciar a voz dele em suas consciências.A quem tiver interesse de viver, não como alguém que "foi" batizado com o Espírito Santo, mas como alguém que "é" batizado com o Espírito Santo, aconselho:a. Reserve uma hora especial todos os dias para ler e estudar a Bíblia, destacando um versículo, ou um pensamento dela para meditar durante o dia. Considere um pecado deixar de ler a Bíblia.b. Reserve algum tempo para, a sós, orar a Deus, não permitindo que coisa alguma justifique a sua falta de oração.c. Ponha a sua mente e consciência à disposição do Espírito de Deus, permitindo que Ele molde-a de sorte que você saiba estar sempre no centro da vontade de Deus.d. Proponha no seu coração fazer algo especial e específico pela causa do Evangelho. Até que essa oportunidade surja, faça algo como: evangelismo pessoal, visitação aos presídios e aos hospitais, ajudar como componente do coro ou da banda etc. Procure o pastor da sua igreja e fale a ele de seus próprios interesses e planos quanto à obra de Deus. Não se esqueça de que uma mente desocupada é uma oficina para o Diabo trabalhar.Assim não faltará o óleo do Espírito Santo em seu vaso; sua pólvora continuará sempre seca e sua lâmpada sempre acesa para glória e honra do Deus a quem você se propôs servir e honrar.
O dom de línguas hoje .
No capítulo anterior, tratei sobre o batismo com o Espírito Santo como um experiência atual, destacando o falar em línguas estranhas como a evidência física inicial desse batismo. Este capítulo tratará, de forma mui particular, sobre o dom de línguas, destacando a importância que ele tem no contexto doutrinário do Movimento Pentecostal.A primeira alusão no Novo Testamento ao falar em línguas estranhas está nas palavras de Cristo em Marcos 16.17:"Estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome... falarão novas línguas".Depois, quando lemos sobre línguas estranhas, é já a manifestação delas entre os quase cento e vinte discípulos no dia de Pentecoste, em Jerusalém (At 2.4); na casa do centurião Cornélio, em Cesaréia __(At 10.44-46); em Éfeso quando os doze discípulos de João foram batizados com o Espírito Santo (At 19.6,9); e, provavelmente, entre os crentes samaritanos quando da estada de Pedro e João em Samaria: At 8.17-19. Em todos esses casos, as línguas (glossolalia) foram manifestas como evidência do batismo com o Espírito Santo. Depois ainda lemos na primeira epístola de Paulo aos Coríntios um capítulo inteiro (14) sobre línguas, já não como evidência do batismo com o Espírito Santo, mas como um dom do Espírito Santo.Em 1 Coríntios 12.8-10 lemos:"Porque a um pelo Espírito é dado a palavra da sabedoria; e a outro pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas."Na opinião do antipentecostal Robert G. Gromacki, no seu livro "Movimento Moderno de Línguas", o dom de línguas e o de interpretação delas são os dois menores dos dons do Espírito, em razão de o apóstolo Paulo havê-los citado no final da lista dos dons, no capítulo 12 de 1 Coríntios. Esta opinião cai por terra quando a lista dos dons de 1 Coríntios 12.8-10 é comparada com as palavras do versículo 28 do mesmo capítulo, que provam que Paulo não usou um critério de proporcionalidade e grandeza quanto à colocação dos dons na ordem dos seus valores. Por exemplo: nota-se que quando Paulo aconselha os crentes a buscar os melhores dons, disse que eles os buscassem com diligência mas principalmente o de profecia. Observa-se que se Paulo houvesse feito a listagem dos dons na ordem dos seus valores, ele teria aconselhado os crentes a buscarem "a palavra da sabedoria" (o primeiro dom da lista) e não o de profecia (o sexto na ordem dos nove).( notas F.Raimundo oliveira ,doutrina do Espirito SANTO 1988,CPAD))
O apóstolo Paulo, ainda no capítulo 12, versos 22 e 23 de 1 Coríntios, querendo ensinar sobre a harmonia dos dons do Espírito, comparou-os aos membros do corpo que, juntos, cooperam para o bem comum do mesmo corpo:"Os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários; e os que reputamos ser menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais honra".Os dons são diferentes entre si como diferentes são os membros do corpo, mas não existem dons inúteis à edificação do corpo de Cristo, sejam quais forem.NOTAS IBID).
Cessacionistas
estão errados sobre dom de línguas, assevera Mark D.
Neocalvinista assevera que dom de falar em línguas não terminou
com os apóstolos de Jesus
O pastor
Mark Driscoll da igreja Mars Hill, em Seattle, Washington, recentemente falou
sobre o dom de línguas como descrito no Novo Testamento como parte de sua série
de sermões "Atos: Fortalecidos para a Missão de Jesus". Driscoll é um
pastor reformado (isto é, alinhado teologicamente ao protestantismo histórico,
tradicional), mas com estilo despojado. Ele tem uma linguagem e apresentação
que atrai muito os jovens, mas é um calvinista doutrinariamente conservador, um
perfil que geralmente é classificado como neocalvinista. Muito popular hoje nos
Estados Unidos, Driscoll definiu recentemente os seus argumentos a respeito de
porque ele acredita que o dom de falar em línguas não terminou com os apóstolos
de Jesus no primeiro século.
Cessacionistas,
como o pastor calvinista tradicional e também influente John MacArthur,
acreditam que a capacidade divina de falar em outras línguas ou em uma língua
desconhecida (glossolalia) terminou com a morte dos apóstolos, assim como as
revelações proféticas e curas de fé através de indivíduos. A maioria dos
cristãos no mundo, no entanto, entende à luz da Bíblia que estes dons inspirados
no Espírito Santo continuarão até a Volta de Cristo.
No
trecho do sermão compartilhado on-line esta semana pela igreja Mars Hill, o
pastor Driscoll aborda três "perguntas mais comuns sobre o dom de
línguas", listados como se seguem: "Podem todos os cristãos ter o dom
de línguas? A igreja Mars Hill acredita que o dom de línguas se aplica aos dias
de hoje? E o que acontece quando o uso de uma língua particular se torna
público?".
Antes de
mergulhar em suas respostas, Driscoll insistiu que a única maneira de saber o
que pode ser certo ou errado sobre o falar em línguas é estudando as
Escrituras, e não "tomando a nossa experiência e tornando-a
normativa".
Apesar
de o texto-chave para o sermão completo, intitulado "Fortalecidos pelo
Espírito a seguir Jesus", ter sido um testemunho de Pentecostes em Atos
2.1-13, o pastor da mega-igreja e autor best-seller olhou para 1 Coríntios
12.8-11 para ajudar enquadrar suas respostas.
Driscoll
transmitiu uma parte da passagem: "’Porque a um é dado pelo Espírito... vários
tipos de línguas’ - ou idiomas, celestiais ou terrenas - 'para outro, a
interpretação das línguas’ - a capacidade de articular em outra língua o que
foi dito na língua estrangeira. "Mas é o mesmo e único Espírito que faz
tudo isso. Ele distribui tudo a cada pessoa, individualmente, da maneira que
deseja".
Driscoll
enfatizou que a igreja Mars Hill acredita que o dom de línguas é uma ocorrência
em andamento, mas crê que um dia ele vai cessar, mas não quando o cessacionismo
afirma que cessa. O cessacionismo afirma que já cessou e Driscoll, à luz de 1
Coríntios 13, enfatiza que ele só cessará quando chegarmos no céu.
"Quando
chegarmos ao céu, o evangelismo também não vai ser necessário como é agora.
Você diria, 'Eu vou sair e encontrar as pessoas perdidas. Não há nenhuma. Este
é o Reino de Deus. Todo mundo aqui já ama Jesus... Assim, a evangelização chega
ao fim", exemplificou Driscoll, ao abordar 1 Coríntios 13:8-12, que diz:
"O amor jamais acaba. Há dons de profetizar, mas eles desaparecerão. Há
dons de falar em várias línguas, mas eles cessarão. Há o conhecimento, mas ele
desaparecerá. Estas coisas acabarão, porque tanto o conhecimento que agora
temos como o que recebemos por meio da profecia ainda não estão completos.
Porém, quando vier a perfeição, aquilo que não está completo acabará. Quando eu
era criança, falava como uma criança, pensava como uma criança, raciocinava
como uma criança. Quando cheguei a ser homem, deixei de lado as coisas de
criança. Agora nós vemos como se estivéssemos olhando para um espelho escuro.
Mas, quando a perfeição vier, então veremos claramente. Agora meu conhecimento
é incompleto. Mas, quando aquele tempo vier, conhecerei completamente, assim
como sou conhecido por Deus.”
"Então, estamos de acordo com os cessacionistas que, sim,
alguns dons, pelo menos, vão cessar. Eles vão cessar. Em que estamos em
desacordo com os cessacionistas, e é onde concordamos com os continuístas, é quando esses
dons param. Acreditamos que todos os dons continuam até um momento transitório
muito importante na história do mundo. E quando esses dons cessarão? Quando
Jesus voltar, quando o vermos face a face. Assim, os cessacionistas têm razão:
certos dons chegarão ao fim. Mas, os cessacionistas estão errados em uma coisa:
o fim deles ainda não veio. E os continuístas têm razão: todos os dons
continuarão até que cheguemos a vê-lO face a face, até que Jesus venha
novamente".
O sermão
completo, terceiro até agora da série de 10 partes de Driscoll sob o tema
"Atos: Fortalecidos para a Missão de Jesus", está disponível no site
da Mars Hill Church. Driscoll, de 42 anos, pregou "Fortalecidos pelo
Espírito a seguir Jesus" em 9 de junho de 2013, na megaigreja de Bellevue,
Washington.
DA redação CPADNews com informações do
Christian Post
LÍNGUAS COMO SINAL.
Vale notar que as línguas estranhas têm duas funções na Bíblia. Primeira: elas são apresentadas como sinal, ou evidência de que alguém foi batizado com o Espírito Santo. Isso é o que vemos em pelo menos três das cinco ocasiões históricas do derramamento do Espírito Santo nos dias do Novo Testamento.As línguas estranhas neste aspecto manifestam-se uma única vez, isto é, no momento em que o crente recebe o batismo com o Espírito Santo. Se a partir daí o crente continua falando em línguas, es_sas línguas já passam para a segunda esfera, que é o dom de línguas propriamente dito, o qual se pode manifestar de duas maneiras: línguas congrega-cionais (interpretáveis); e línguas devocionais (não-interpretáveis).Aqueles que combatem a doutrina bíblica do batismo com o Espírito Santo intrigam-se com a ênfase que damos quanto à necessidade de se falar línguas estranhas como evidência da recepção desse batismo, achando ser possível dar-se outra prova em detrimento desta para afirmar que o crente foi batizado com o Espírito Santo. Contudo, o que na prática tenho observado é que aqueles que dizem ter sido batizados com o Espírito mas que não falaram línguas, não estão tão seguros de que o foram quanto aqueles que falaram novas línguas.
O QUE É
DOM DE LÍNGUAS?
O dom de línguas é o meio sobrenatural através do qual o Espírito Santo leva o crente a falar uma ou mais línguas nunca antes estudada, portanto, estranhas àquele que a fala. Este dom nada tem a ver com a habilidade natural de se falar diferentes idiomas. Falar em línguas pela unção do Espírito Santo é "glossolalia" e não "poliglotismo". O dom de línguas está na esfera do sobrenatural.Muitos estudiosos desse assunto, com freqüência, citam casos de missionários que, após longos anos tentando aprender a língua do povo ou da tribo com que trabalham, de momento começam a falar aquela língua com uma fluência invejável, dispensando a ajuda de intérprete. E confundem, assim, esse fenômeno com o dom de línguas, quando o que aconteceu na verdade foi a manifestação do dom de milagres ou maravilhas.Quando Paulo escreveu aos Coríntios: "Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos" (1 Co 14.18), não estava com isso dizendo que falava mais idiomas estrangeiros do que os crentes da igreja em Corinto. Se assim fosse o que Paulo estaria fazendo era demonstrar pura vaidade. Ele fazia alusão à glossolalia, ou seja, à habilidade sobrenatural de falar em línguas nunca antes estudadas
.3. QUAL A
UTILIDADE DO DOM DE LÍNGUAS?
Grande é a utilidade do dom de línguas quando exercitado humildemente e com orientação do Espírito Santo. À luz de 1 Coríntios 14, o exercício do dom de línguas é útil para:a. falar mistérios com Deus. "... quem fala em outra língua, não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios" (v.2);b. edificação individual. "O que fala em outra língua a si mesmo se edifica..." (v.4);c. orar bem. "Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato..." (v.14);d. complemento do culto. "Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro doutrina; este traz revelação, aquele outro língua, eainda outro interpretação", v.26.Falar de mistérios com Deus é um grande privilégio. Aquele que fala em línguas estranhas tem consciência de que está orando a Deus, louvando-o ou rogando algo a Ele, não obstante desconheça o __significado daquilo que ora. Fala de acordo com o momento, e com uma força a jorrar dentro de si; mesmo assim, tem consciência de que é ele quem fala, e tem controle para começar ou terminar á hora que quiser.
A pessoa fica perfeitamente calma e em pleno uso de suas faculdades mentais, consciente do que está fazendo e do que está acontecendo em torno dela. Freqüentemente está absorvida por uma conversa racional, e normal, imediatamente antes e depois de falar em línguas.Não há nenhum pecado em o crente buscar edificação espiritual ou individual através de uma identificação mais íntima com Deus. John F. MacArthur diz no seu livro "Os Carismáticos" que o falar em línguas é um individualismo condenado por Paulo e que o individualismo deve ser evitado pelo cristão. Essa assertiva não tem apoio nas Escrituras. Veja, por exemplo: se o falar em línguas mostra individualismo, e se o individualismo não edifica ninguém, como iria Paulo dizer que "o que fala em outras línguas a si mesmo se edifica"? 1 Co 14.4.Há uma grande incoerência entre a afirmação de John F. MacArthur e o pensamento de Paulo, que está mais claro no versículo 39 de 1 Coríntios 14: “... não proibais falar línguas". Se a edificação pessoal fosse individualismo e egoísmo, Paulo jamais teria escrito a Timóteo: "Tem cuidado de ti mesmo..." 1 Tm 4.16. Noutro lugar escreveu Judas: "Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé...", Jd 20.Uma igreja sólida ergue-se com o respaldo da edificação individual de cada um de seus membros.Falar a Deus em outras línguas é orar com o espírito e no espírito; fazer assim é orar bem. Através das línguas estranhas, o crente fala e o Espírito Santo comunica a ele a alegria (ou a angústia) que lhe vai no coração, o que, de outro modo, ao crente não seria revelado. Isto é o que ensina Paulo em Romanos 8.26:"E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis".Através das línguas estranhas, podemos elevar a Deus o mais puro louvor que as nossas tribulações e tentações impedem que façamos em nossa própria língua.(NOTAS,IBID)
QUEM
NÃO FALOU EM OUTRAS LÍNGUAS?
Robert G. Gromacki, no seu livro "Movimento Moderno de Línguas", escreve:"Tem havido, e ainda há, muitos homens piedosos que não falaram línguas: Calvino, Knox, Wesley, Carey, Judson, Moody, Spurgeon, Torrey, Sundey e Billy Graham (...) Certamente eles têm manifestado mais santidade e têm testemunhado mais efetivamente em prol de Cristo do que muitos que pretendem ter falado línguas".Este argumento de Gromacki baseia-se em homens, antes que nas Escrituras. O fato de não se ler que esses homens falaram em línguas estranhas, implica deveras em que eles não as tenham falado? Pode-se usar o silêncio deles sobre o assunto para formar uma doutrina de negação daquilo que a Bíblia ensina com clareza meridiana? E se eles não falaram línguas, isto invalidará a promessa divina? - De maneira nenhuma!Se o fato de alguns cristãos nobres não terem falado em línguas anula a promessa de Deus, ou se o dom de línguas é inautêntico só porque os pentecostais "pretensamente" dizem ter falado em línguas, dar-se-ia o caso que a autenticidade ou a inautenticidade de qualquer dom divino pode ser evidenciada pela aceitação ou pela rejeição parcial ou total desses dons.
Partindo dessa premissa, atrevo-me a mostrar um número muito maior de crentes célebres que falaram e falam outras línguas do que aquele que os antipentecostais apontam como não tendo falado línguas.Vem o caso de fazer aqui a indagação de Paulo, feita em 1 Coríntios 3.5: "Quem é Apoio? e quem é Paulo?...". Quem foi Calvino, Knox, Wesley, Ca-rey, Judson, Moody, Spurgeon, Torrey, Sundey? e quem é Billy Granam senão "servos por meio de quem crestes, e isto conforme o Senhor concedeu a cada um". Deve-se porventura evocar a vida piedosa de qualquer um desses homens de Deus com o propósito de se anular algum dom do Espírito Santo, mesmo que seja o de língua? - Evidentemente não.
QUAL O
COMPORTAMENTO MAIS SENSATO QUANTO AO DOM DE LÍNGUAS?
Evidentemente, o melhor comportamento quanto ao dom de línguas é o que foi demonstrado pelo apóstolo Paulo, ainda no capítulo 14 de 1 Coríntios:- "Eu quero que todos vós faleis línguas estranhas", v.5.- “... pelo que, o que fala línguas estranhas, ore para que possa interpretar", v.13.-"Não proibais falar línguas", v.39.À igreja de Corinto não faltava dom algum (1 Co 1.7), o que faltava era o ensino quanto ao uso desses dons, haja vista o abuso que se fazia deles, principalmente do dom de línguas. Diante dessa necessidade, que fez Paulo? a) Disse que todos os crentes na igreja poderiam falar em línguas, desde que o fizessem de forma ordeira e dirigida, b) Orientou no sentido de que aqueles que falavam línguas orassem para que recebesse do Espírito Santo a capacidade de interpretá-las, a fim de que a igreja fosse edificada. Paulo poderia ter escrito: "Pelo que, o que fala línguas estranhas e não pode interpretar [deixe de falar]", mas não foi assim que fez. O objetivo da observação do apóstolo, visava a dimensionar o uso correto desse dom. c) Exortou então aqueles que, por não possuírem sabedoria, queriam proibir o dom de línguas, a que dessem livre curso a esse dom.Não há dons imperfeitos ou desnecessários, o que há é imperfeição ou omissão quanto ao uso dos dons por parte de alguns crentes.Se alguém tem um dos membros afetado por uma enfermidade, o que deve fazer para extirpar a enfermidade desse membro? - Cortar o membro doente? Não, de modo nenhum! O que deve é tratar do membro enfermo até que este possa voltar a exercer a sua função insubstituível, para o bem de todo o corpo.Billy Graham é de opinião que existe um dom de línguas real, em contraste com uma imitação, e que muitos dos que receberam esse dom foram transformados espiritualmente - alguns por pouco tempo e outros permanentemente.
. NORMAS
QUANTO AO USO DO DOM DE LÍNGUAS
Quanto ao exercício do dom de línguas, o apóstolo Paulo não só ratifica a liberdade que o crente tem de exercitar o dom, mas também estabelece um princípio normativo para esse exercício, principalmente no culto público, onde pessoas não-crentes tenham acesso.Segundo Paulo, aquele que possui o dom de línguas deve observar o seguinte:a) - "Pelo que, o que fala em outra língua, ore para que a possa interpretar", 1 Co 14.13.Paulo diz que se alguém fala em línguas e as interpreta está contribuindo para a edificação da igreja, como também o faz aquele que profetiza. Assim, aquele que fala em outra língua deve ter o cuidado de não fazer do culto público um espetáculo de glossolalia, a não ser que possa interpretar a língua que fala.b) - "No caso de alguém falar em outra língua, que não seja mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete. Mas não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus", 1 Co 14.27,28.O culto público nunca deve ser transformado num festival de línguas estranhas; tampouco a mensagem evangelística ou de doutrina deve ser interrompida pelo falar em língua estranha. Pergunta o apóstolo Paulo:"Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar, e todos se puserem a falar em outras línguas, no caso de entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão porventura, que estais loucos?" 1 Co 14.13.No caso de manifestar-se o dom de línguas em culto público, que somente dois, ou quando muito três, falem em línguas; não os dois ou os três de uma só vez, mas um após o outro, e com a condição de haver quem interprete; do contrário, que "fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus", ou seja, que não perturbe a boa ordem do culto atraindo para si as atenções dos presentes, em detrimento da pregação e do louvor.(NOTAS,IBID)
..
"FAÇA-SE TUDO DECENTEMENTE E COM ORDEM",
1 Co 14.40Os pentecostais, em geral, são tachados de barulhentos, emocionais e, às vezes, de desordeiros. Para aqueles que se lhes opõem, "faça-se tudo decentemente e com ordem" é o versículo preferido. Para esses (os antipentecostais) "decência e ordem" é o mesmo que silêncio. Um cemitério, por exemplo, retrata muito bem a decência e ordem que eles gostariam de ver entre os pentecostais. Os que habitam os cemitérios não perturbam ninguém, eles têm perfeita ordem; mas eu conheço milhares de pessoas que preferem mil vezes a "desordem" dos vivos à decência e ordem dos mortos. Vem ao caso lembrar as palavras do Dr. John Alexander Mackay, presidente emérito do Seminário Princeton:"Se eu tivesse de fazer uma escolha entre a vida inculta dos pentecostais e a morte estática das igrejas mais antigas, pessoalmente, preferiria essa vida inculta". Noutra oportunidade disse ainda o Dr. _Mackay: "Alguma coisa está errada quando a emoção se torna legítima em tudo, exceto na religião". Um certo pregador disse:"Hoje em dia, vai-se ao futebol para torcer; ao cinema para chorar, e à igreja para gelar". E, prosseguindo, disse como testar a realidade da emoção em qualquer experiência espiritual, usando esta regra: "Não me importa seus pulos e gritos em meio à emoção, desde que, passando aquele momento, você tenha vida equilibrada".O medo dos "erros" dos pentecostais, manifestos por excesso de emoção, tem impedido que muitos crentes sinceros gozem um Cristianismo vivo e dotado do genuíno frescor espiritual. Eles são pessoas incapazes de acertar, porque são dominados pelo medo de errar, pelo que jamais farão coisa alguma. Conheço muitos crentes que estão acuados entre o profundamente humano e aquilo que podem experimentar pela operação do Espírito Santo, só porque os seus líderes os ensinaram a pensar e a agir assim. Lembra-me a história do pescador que, ao apanhar um peixe, o media, e, se o pescado medisse mais de 25 centímetros de comprimento, ele o devolvia à água. Naquele instante aproximou-se um turista que, curioso com o que via, perguntou porque o pescador agia assim, ao que ele respondeu: "É que minha frigideira só tem vinte e cinco centímetros de diâmetro, e não adianta levar para casa um peixe maior do que a medida que ela comporta". Infelizmente, muitos crentes são como esse pescador: incapazes de buscar e reter consigo uma experiência que vá além dos limites estabelecidos pelos seus teólogos e líderes.João Wesley, o grande avivalista inglês, acerca dos gritos, convulsões, danças, visões e coisas testemunhadas nos seus dias, disse:"O perigo consiste em dar-lhes um pouco de valor, em condená-las abertamente, em imaginar que não provenham da parte de Deus; e isso serve de obstáculo ao trabalho do Espírito, pois a verdade é que:"a. Deus tem convencido, forte e subitamente, a muitos de que são pecadores perdidos, e as conseqüências naturais disso têm sido clamores súbitos e violentas convulsões corporais;"b. para fortalecer e encorajar os que crêem, e para tornar a sua obra mais evidente, o Senhor favoreceu a alguns deles com sonhos divinos, e a outros com êxtases e visões;"c. em algumas dessas instâncias, após algum tempo, a natureza humana mescla-se com a graça;"d. o próprio Satanás imita essa parte da obra de Deus, a fim de lançar no descrédito toda a obra; no entanto, não é mais sábio desistir dessa porção do que desistir do todo. A princípio, sem dúvida alguma, tudo se originava inteiramente em Deus. E, parcialmente, continua assim, até os nossos próprios dias; e Ele nos capacitará a discernir até que ponto, em cada caso, a situação é pura, bem como onde se mescla com coisas estranhas e se degenera. A sombra não é motivo para desprezarmos a substância, nem o diamante falso para recusarmos o autêntico".Outro depoimento digno de observação quanto a esse assunto, é do Dr. T.B.Barratt, de Oslo, Noruega:"Os sinais sobrenaturais, os dons do Espírito, as _demonstrações do corpo, tudo é uma parte apenas desse Movimento Pentecostal, mas a grande influência moral desse avivamento, o poderoso ímpeto espiritual que ele nos traz é de monta muito maior".
Os antipentecostais, preocupados em denunciar as exceções, pisoteiam as regras. Ao tentarem expurgar os pentecostais do seio da Igreja, estão denunciando a esterilidade de suas próprias igrejas. Isso lembra o que disse o teólogo suíço, Karl Barth:"Ao jogarem fora a água em que banharam a criança, jogaram também a criança. Ao tentarem tornar o cristianismo plausível para os céticos, o que conseguiram foi torná-lo destituído de sentido".O capítulo 6 de 2 Samuel relata a volta da arca do Senhor á cidade de Jerusalém. A alegria de Davi pelo evento era tal, que "saltava com todas as suas forças diante do Senhor".Mas "sucedeu que, entrando a arca do Senhor na cidade de Davi, Mical, a filha de Saul, estava olhando pela janela; e, vendo o rei Davi, que ia bailando e saltando diante do Senhor, o desprezou no seu coração".No final da festa, "embriagado" pela alegria do Senhor, Davi volta para casa, e Mical, sua mulher, sai-lhe ao encontro e lhe censura o comportamento, dizendo:"Quanto honrado foi o rei de Israel, descobrindo-se hoje aos olhos das servas de seus servos, como sem pejo se descobre qualquer vadio. "Disse, porém, Davi a Mical: Perante o Senhor, que me escolheu a mim antes do que a teu pai, e a toda a sua casa, mandando-me que fosse chefe sobre o povo do Senhor, sobre Israel, perante o Senhor me tenho alegrado. E ainda mais do que isto me envilecerei, e me humilharei aos seus olhos; e das servas, de quem me falaste, delas serei honrado", vv.20-22.Para Mical, indiferente ao significado da volta da arca do Senhor à cidade de Jerusalém, era fácil, através da janela do palácio real, fazer mau juízo de Davi, que, feliz, em meio ao povo, dançava de alegria na presença do Senhor. Para Mical importava a "etiqueta", como para os antipentecostais importa hoje a "decência e ordem" cemiterial.Na cristandade de hoje acontece o mesmo: ser pentecostal é para muitos um agravo ao pudor evangélico. Alguém pode escrever ou dizer porque não é pentecostal, e o seu testemunho é como um grande serviço prestado a Deus; mas, se alguém escreve porque é pentecostal, isso parece uma idiotice: é como Davi tentando convencer a Mical porque dançava nas ruas de Jerusalém no meio da plebe.
O último versículo do capítulo 6 de 2 Samuel diz:"E Mical, a filha de Saul, não teve filhos, até ao dia da sua morte".O contexto deste versículo mostra que a esterilidade de Mical era devida à censura feita por ela ao rei Davi. Esta, sem dúvida, tem sido a inevitável sentença sob a qual têm estado grande parte das denominações cujos líderes têm feito do antipentecostalismo o seu apostolado.Apesar disso, o número de pentecostais continua crescendo, e sabe-se que há hoje em todo o mundo nada menos de cinqüenta milhões de crentes que têm experimentado a promessa pentecostal __do batismo com o Espírito Santo, acompanhada do falar em outras línguas.O crescimento das igrejas pentecostais tem sido considerado um verdadeiro fenômeno pelos estudiosos de assuntos eclesiásticos.
A HISTORICIDADE DO DOM DE LÍNGUAS
A história mostra que a experiência pentecostal de falar línguas estranhas constitui-se num círculo ininterrupto desde o dia de Pentecoste até os nossos dias, e continuará até que Cristo volte.Agostinho escreveu no IV século:"É de esperar-se que os novos convertidos falem em novas línguas".Irineu, discípulo de Justino discípulo do apóstolo João, escreveu:"Temos em nossas igrejas irmãos que possuem dons proféticos e, pelo Espírito Santo, falam toda classe de idiomas".João Crisóstomo, no V século escreveu:"Qualquer pessoa que fosse batizada nos dias apostólicos, imediatamente falava em línguas".Tertuliano inseriu nos seus escritos manifestação dos dons do Espírito Santo, entre os quais o dom de línguas, no meio dos montanistas, movimento ao qual ele pertencia.O decano Farrar, em seu livro "Das Trevas à Aurora", refere-se aos cristãos perseguidos em Roma, cantando hinos e falando em línguas desconhecidas.Na História da Igreja Alemã, lemos o seguinte:"O Dr. Martinho Lutero foi um profeta, evangelista, falador em línguas e intérprete, tudo em uma só pessoa, dotado de todos os dons do Espírito".Na História da Igreja Cristã, escrita por Filipe Schaff, edição de 1882, ele escreve que o fenômeno de falar em línguas tem reaparecido de quando em quando nos avivamentos dos Camisards e dos Cevennes, na França e entre os primitivos Quakers e Metodistas, seguidores de Lasare da Suécia em 1841-1843, e entre os irlandeses em 1859, e finalmente, até os nossos dias.Na história dos avivamentos de Finney, Wesley, Moody e outros, houve demonstração do poder do Espírito Santo no dom de falar línguas com prostrações físicas e estremecimento debaixo do poder de Deus. Charles G. Finney assegura em sua autobiografia que o Senhor se manifestou aos seus discípulos nesta geração, assim como fez nos tempos apostólicos.__James Gilchrist Lawson, em seu livro "Profundas Experiências de Cristãos Famosos", escreve: "Em algumas ocasiões o poder de Deus se manifestava em tal grau nas reuniões de Finney, que quase todos os presentes caíam de joelhos em oração, ou melhor, oravam com lamentos e queixumes inenarráveis pelo derramento do Espírito de Deus". O Rev. R. Boyd, batista, amigo íntimo de Dwight L. Moody, relata no seu livro "Provas e Triunfes da Fé", edição de 1875:"Quando cheguei ao Vitória Hall, Londres, encontrei a assembléia ardendo. Os jovens estavam falando em línguas e profetizando. Qual seria a explicação de tão estranho acontecimento? Somente que Moody os estava dirigindo naquela tarde".Stanley Frodsham, em seu livro "Estes Sinais Seguirão", dá detalhes do poderoso derramamento do Espírito Santo em 1906, em Los Angeles, Califórnia:"Centenas de leigos e ministros, todos por igual, de todo os Estados Unidos - metodistas, episcopais, batistas, presbiterianos, e os denominados seguidores da doutrina da Santidade - de diferentes nacionalidades, foram batizados com o Espírito Santo e falavam em outras línguas, seguindo-se os sinais".
No seu livro "Demonstração do
Espírito Santo", H.H. Ness escreveu:"Quando o fogo pentecostal
brotou com ímpeto entre os cristãos das igrejas da Aliança Missionária Cristã
nos estados de Ohio, Pensilvânia, Nova Iorque e outros estados do Noroeste dos
Estados Unidos, faz alguns anos, em muitos deles houve demonstração do poder do
Espírito Santo, o que foi visto, sentido e ouvido. Resultaram notáveis milagres
de cura divina - recuperação de saúde de cegos, surdos, mancos e outros
afligidos - pela oração da fé. Mais ainda, não houve ali somente prostrações e
línguas desconhecidas, mas houve também surpreendentes casos em que pessoas
foram levantadas do solo pelo poder de Deus".Nestes últimos anos tem-se
tornado comum ler em jornais, revistas e livros, a respeito da experiência de
falar línguas estranhas entre evangélicos de denominações até então
invulneráveis à ação sobrenatural do Espírito Santo.O jornal episcopal
"The Living Church", há alguns anos, trouxe o seguinte sobre o
fenômeno de falar línguas estranhas:"O falar em línguas não é mais um
fenômeno de alguma seita estranha do outro lado da rua. Está em nosso meio, e
vem sendo praticado pelo clero e pelos leigos, homens de nomeada e boa
reputação na igreja. Sua introdução generalizada se chocaria contra nosso senso
estético e contra algumas de nossas mais intrincheiradas idéias preconcebidas.
Mas sabemos que somos membros de uma igreja que de toda sorte precisa de um
choque - se Deus tem escolhido este tempo para dinamitar o que o bispo
Sterling, de Montana, designou de 'respeitabilidade episcopal', não conhecemos
explosivo de efeito mais terrivelmente eficaz".No "The
Episcopalian" de 15/05/1968, disse o Rev. Samuel M. Shoemaker:"Sem
importar o que significa o antigo-novo fenômeno do 'falar línguas', o mais
admirável é que se declara, não apenas no seio dos grupos pentecostais, mas
também entre os episcopais, os luteranos _e os presbiterianos. Eu mesmo não
passei por essa experiência, mas tenho visto pessoas que a têm recebido, e
isso as tem abençoado e dado um poder que não possuíam antes. Não pretendo
entender esse fenômeno, mas estou razoavelmente certo de que indica a presença
do Espírito Santo, assim como a fumaça que sai de uma chaminé indica a presença
de fogo por baixo. E sei com certeza que isso significa que Deus quer entrar na
igreja antiquada e autocentralizada como geralmente ocorre, para que lhe
outorgue uma modalidade de poder que a torne radiante, excitante e altruísta.
Deveríamos procurar compreender e ser reverentes para com esse fenômeno, ao
invés de desprezá-lo ou zombar dele".
9.CESSOU O DOM DE LÍNGUAS?
No seu livro "Os Carismáticos", John F. MacArthur escreve o seguinte:"Primeiro Coríntios 13.8 declara claramente que 'as línguas cessarão'. Quanto a esse 'cessar', o verbo grego não se encontra na voz passiva mas na voz reflexiva, que sempre enfatiza o sujeito que faz a ação. O que essa frase no versículo 8 está dizendo é que 'as línguas cessarão por si mesmas'."Se as línguas cessarão por si, a questão é quando? Depois de diversos anos de estudo, em que li todos os lados da questão e discuti com carismáticos como também com pessoas não-carismáticas, estou convencido, sem dúvida alguma, de que as línguas cessaram na era apostólica, e que, quando cessaram, foi uma coisa permanente".É evidente que este raciocínio do antipentecostal John F. MacArthur é falho e não honra as Escrituras, nem se harmoniza com a historicidade da glossolalia que se tem tornado um círculo ininterrupto desde o dia de Pentecoste até os nossos dias. O dom de línguas é um dom atualíssimo.Para melhor compreensão do assunto, é importante citar não só o versículo 8 de 1 Coríntios 13, mas também os versículos 9 e 10:"A caridade nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciências desaparecerá; porque em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado"
.MacArthur assegura que as línguas cessaram na era apostólica, porém, como os demais antipentecostais, é de opinião de que "profecia" e "ciência" são dons ainda operantes na igreja de hoje. É simplesmente inconcebível que as línguas tenham cessado, e "profecia" e "ciência" que estão sujeitas ao mesmo espaço de vigência, ainda continuem.A alusão de Paulo às línguas, profecia e ciência, é feita em termos de comparação com a caridade. É evidente que há circunstancia em que o próprio amor chega a faltar, mas isto não é regra, mas uma exceção.John F. MacArthur tem dificuldade em fixar com exatidão bíblica, quando o dom de línguas cessaria. A maioria dos antipentecostais, cujas obras tenho consultado, são de opinião de que 1 Coríntios 13.10 - “... mas quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado" - significa que quando fosse encerrado o cânon divino (segundo eles) o que Paulo se refere como "o que é perfeito", __então o que é perfeito em parte (segundo eles, referente ao dom de línguas e aos demais dons), será aniquilado.Se as Escrituras não dizem o que dizem os seus escritos, como dirão aquilo que dizem os antipentecostais? Ao escrever sobre uma aparente transitoriedade do dom de línguas, o apóstolo Paulo se referia simplesmente às limitações às quais estamos sujeitos até que aquele que é perfeito (Jesus Cristo) apareça na plenitude da sua glória, quando então seremos semelhantes a Ele: Jó 19.25-27; Sl 17.15; 1 Jo 3.2."De igual modo, agora só podemos ver e compreender um pouquinho a respeito de Deus, como se estivéssemos observando seu reflexo num espelho muito ruim; mas o dia chegará quando o veremos integralmente, face a face. Tudo quanto sei agora é obscuro e confuso, mas depois verei tudo com clareza, tão claramente como Deus está vendo agora mesmo o interior do meu coração", 1 Co 13.12 (0 Novo Testamento Vivo).
10. MAIS
EVIDÊNCIAS DA ATUALIDADE DO DOM DE LÍNGUAS .
Sabe-se que, hoje,
nada menos de cinqüenta milhões de cristãos, espalhados por todas as partes do
mundo, em diferentes denominações, falam em línguas. São crianças, jovens, e
adultos que gozam do glorioso privilégio de adorar a Deus em novas línguas.
Sabe-se que até irmãos mudos-surdos têm sido tomado pelo Espírito Santo e
inspirados a falar em línguas como acontece a qualquer pessoa normal. Mesmo
igrejas até há pouco invulneráveis à operação do Espírito Santo, têm levantado
a sua voz, num vibrante testemunho quanto à atualidade dos dons do Espírito
Santo.Sob o patrocínio do Rev. Sílvio Ribeiro Ladeira, pastor da Igreja
Presbiteriana Independente de Carapicuíba, São Paulo, foi publicado
recentemente o livro "O Movimento Carismático e a Teologia Reformada",
de autoria do Dr. J. Rodman Williams, que traz a opinião de ilustres teólogos e
de famosas igrejas quanto à atualidade do dom de línguas.A. A. Hoekema, teólogo
reformado conservador, escreve:"... não podemos certamente limitar o
Espírito Santo, sugerindo que seria impossível para Ele conceder o dom de
línguas hoje."A "Dutch Reformed Church" da Holanda, em sua carta
pastoral de 1960, sobre a Igreja e os Grupos Pentecostais, diz:"Achamos
presunçoso afirmar que o falar em línguas foi algo somente para o início do
Cristianismo. A evidência bíblica em Atos e 1 Coríntios 12 a 14 é demasiado
explícita para isso. O fato de falar em línguas ter também um significado em
nossos dias, não pode ser, portanto, posto de lado."
Os dons do Espírito Santo hoje
Dentre as insondáveis riquezas espirituais que Deus colocou à
disposição da sua Igreja na terra, destacam-se os dons sobrenaturais do
Espírito Santo, apresentados pelo apóstolo Paulo, em sua primeira epístola
aos Coríntios, como agentes de poder e de vitória desta mesma Igreja.A Igreja
é um organismo vivo, um fenômeno sobrenatural cujas origens estão no Céu. Como
tal, ela possui uma responsabilidade igualmente sobrenatural, pelo que carece
da operação sobrenatural do Espírito do Deus vivo. Foi por isso que Jesus, após
sentar-se à direita do Pai, enviou o Espírito Santo como agente capacitador da
Igreja, para levá-la a cumprir a sua missão no mundo: At 2.33.Devemos ter
sempre em mente que o próprio Cristo não exerceu o seu ministério na sua
própria força, mas na força do Espírito Santo: Lc 4.18,19. -_Os apóstolos,
igualmente, a exemplo do seu Mestre, também levaram a cabo o seu próprio
ministério na força e poder do Espírito Santo. Todas as decisões da igreja
primitiva partiam sempre do seguinte princípio: “... pareceu bem ao Espírito
Santo e a nós...", At 15.28.
Qual tem sido o erro de muitas das nossas igrejas hoje, senão o de
negligenciar o ministério soberano, poderoso e determinante do Espírito Santo?
Essas igrejas, ignorantes das grandes possibilidades do Espírito Santo,
condenam milagres sem processo, desprezam profecias sem consulta e ignoram a revelação sem a mínima razão. Como diz a
Bíblia Sagrada: “... falando mal daquilo em que são ignorantes...", 2 Pe
2.12. Esquecem-se de que há quase dois mil anos, Jesus prometeu, de maneira
categórica, que o Espírito Santo estaria conosco e nos guiaria a toda a verdade: Jo 16.13.A igreja
dos dias hodiernos jamais será uma igreja de visão de alcance
novitestamentário, senão por meios novitestamentários.As grandes conquistas da
igreja dos primeiros cem anos da era atual, não foram alcançadas como o
resultado de métodos e recursos teológicos empregados pelos apóstolos. Foram,
sim, o resultado concreto da operação sobrenatural do Espírito Santo na vida
dos convertidos. O Espírito Santo foi o grande estrategista e comandante das
conquistas realizadas. Onde quer que um crente fosse, aí ia a Igreja do Deus
vivo, a caixa ressonante do Espírito.Onde quer que o Espírito Santo fosse
derramado, os doentes eram curados; revelações, profecias, línguas e interpretação
eram vistas e ouvidas. Os dons do Espírito Santo eram a combustão que punha em
ação a dinâmica máquina da Grande Comissão.A Igreja de Cristo da nossa geração
possui uma responsabilidade apostólica, e, para cumpri-la, necessita dos
grandes recursos espirituais, que são os dons do Espírito Santo.1.F.Raimundo Oliveira,doutrina do Espirito santo,1988,cpad)
Interpretação das
línguas (1 Co 12.10). É um dom de manifestação de mensagem verbal,
sobrenatural, pelo Espírito Santo. Não se trata de “tradução de línguas”, mas
de “interpretação de línguas”. Tradução tem a ver com palavras; interpretação
com mensagem.
2. Dons
espirituais de ministérios práticos (Rm 12.6-8; 1 Co 12.28-30). São
administrações de serviços práticos que, pela sua natureza, residem no
portador.
a) Ministério (Rm 12.7). É servir
capacitado sobrenaturalmente pelo Espírito Santo. Ministração, prestar serviço
material e espiritual sem esperar reconhecimento ou remuneração.
b) Ensinar (Rm 12.7). É o dom espiritual de
ensinar, tanto na teoria, como na prática; ensinar fazendo; ensinar a fazer e a
entender. Não confundir com o ministério de ensino de Efésios 4.11 e Atos 13.1.
c) Exortar (Rm 12.8). Exortar aqui, é como dom:
ajudar, assistir, encorajar, animar, consolar, unir pessoas separadas,
admoestar.
d) Repartir (Rm 12.8). O sentido é doar
generosamente, oferecer; distribuir aos necessitados sem esperar recompensa ou
reconhecimento, movido pelo Espírito. Este dom ocupa-se da benevolência,
beneficência, humanitarismo, filantropia, altruísmo.
e) Presidir (Rm 12.8). É conduzir, dirigir,
organizar, liderar, orientar com segurança, conhecimento e discernimento
espiritual.
f) Exercitar misericórdia (Rm 12.8). Este dom
refere-se à assistência aos sofredores, necessitados, carentes; fracos,
enfermos, presos, visitação, compaixão.
g) Socorros (1 Co 12.28). Literalmente
“achegar-se para socorrer”. É o caso de enfermos, exaustos, famintos, órfãos,
viúvas, etc.
h) Governos (1 Co 12.28). É um dom plural no seu
exercício. É dirigir, guiar e conduzir com segurança e destreza. O termo
original sugere pilotar uma embarcação com segurança, destreza e
responsabilidade.
3. Dons
espirituais na área do ministério. Esses dons são enumerados em Efésios
4.11 e 1 Coríntios 12.28,29, a saber: apóstolos, profetas, evangelistas,
pastores, doutores ou mestres.
RESPONSABILIDADE QUANTO AOS DONS
1.
Conhecer os dons. “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que
sejais ignorantes” (1 Co 12.1).
2.
Buscar os dons. “Procurai com zelo os melhores dons” (1 Co 12.31).
3.
Zelar pelos dons. “Procurai com zelo os dons espirituais” (1 Co 14.1).
4. Ser
abundante nos dons. “Procurai sobejar neles, para a edificação da igreja”
(1 Co 14.12).
5. Ter
autodisciplina nos dons. “E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos
profetas” (1 Co 14.32).
6. Ter
decência e ordem no exercício dos dons. “Mas faça-se tudo decentemente e
com ordem” (1 Co 14.40).
Poder,
sinais, curas, libertação e maravilhas devem caracterizar um genuíno avivamento
pleno de renovação espiritual e pentecostal. No entanto, deve ser livre de
escândalos, engano, falsificação, mas dentro da decência e da ordem que a
Palavra de Deus preceitua (1 Co 14.26-40).
“Propósito
dos Dons Espirituais: Fortalecer a Igreja.
Visto
ser o propósito dos dons espirituais fortalecer a Igreja, as curas, os
milagres, as línguas e a profecia não se confinam aos apóstolos, ou a umas
poucas pessoas do primeiro século da era cristã. Antes, esses dons foram
largamente distribuídos no seio da Igreja. Como já disse, o dom de profecia
encontrava-se na igreja em Roma (Rm 12.6), Corinto (1 Co 12.10), Éfeso (Ef
4.11), Tessalônica (1 Ts 5.20) e Antioquia (At 13.1). O Novo Testamento também
cita alguns indivíduos não-apóstolos, mas que eram chamados profetas ou
exerciam dons de revelação: Ágabo (At 11.28; 21.10,11), Judas e Silas (At
15.32), as quatro filhas de Filipe, que profetizavam (At 21.9), e Ananias (At
9.10-19). Milagres eram operados em Corinto (1 Co 12.20) e nas igrejas da
Galácia (Gl 3.5). Havia dom de línguas em Jerusalém (At 2.1-13), em Cesaréia,
entre os convertidos gentios (At 10.44-48), em Éfeso (At 19.1-7), em Samaria
(At 8.14-25) e em Corinto (1 Co 12-14).
O
propósito de fortalecer a Igreja é particularmente verdadeiro quanto ao dom da
profecia. Paulo mantém que ‘o que profetiza, fala aos homens, edificando,
exortando e consolando’ (1 Co 14.3). E, novamente: ‘O que profetiza edifica a
igreja’ (1 Co 14.4). Visto ser a edificação o propósito primário dos dons
espirituais, como poderia alguém concluir que foram retirados da Igreja? Se
esses dons edificaram a Igreja no primeiro século, por que não a edificariam no
século XX? As próprias declarações da Bíblia forçam-nos a crer na sua
continuidade”.(DEERE, J. Surpreendido pelo poder do Espírito. RJ:
CPAD, 1995, p.135.)
Os dons ministeriais (1ª parte)
Os dons ministeriais (2ª Parte)
Os dons ministeriais (3ª Parte)
Os dons ministeriais (4ª Parte)
Os dons ministeriais (5ª parte)
Os dons ministeriais (6ª parte)
Finalmente, concluindo esta série, veremos o dom ministerial de mestre.
O termo mestre, como aparece em Efésios 4.11, significa literalmente ensinador. O próprio termo implica ensinar segundo os processos e métodos didáticos, apelando para as faculdades lógicas da mente, da razão.. O mestre bíblico ocupa-se da doutrina, do ensino bíblico, portanto necessita dos dons da ciência e da sabedoria. Outro detalhe sobre esse ministério é que ele é, biblicamente falando, itinerante como o de evangelista.
É importante explicar aqui a má compreensão de 1 João 2.20,27, quanto ao ministério do mestre. Esses textos dizem: "E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo(...) E a unção, que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis". A explicação da suposta dificuldade está no versículo 26: "Estas coisas vos escrevi acerca dos que vos enganam". O que João está querendo dizer é que o crente não precisa dos que ensinam doutrinas extrabíblicas. Esse "alguém que vos ensine" trata-se "dos que vos enganam".
A Bíblia é, acima de tudo, um livro de doutrinas que precisam ser estudadas, compreendidas e expostas sob a unção do Espírito Santo, que inspirou essas doutrinas.A doutrina bíblica trata-se de um ensino bíblico sistematizado. Nenhuma só doutrina aparece sistematizada na Bíblia. Isto é, organizada, desdobrada, esboçada. Nem aparece isolada em um só lugar. Essa sistematização vem por catalogação textual e conceptual desse ensino ou princípio bíblico. Quanto mais completa for essa sistematização, mais completo será o estudo dessa doutrina.
O mestre deve aprofundar-se nas ciências bíblicas da exegese e da hermenêutica, sem jamais deixar de depender do Espírito Santo para capacitá-lo e dirigi-lo no preparo de estudos e sermões, e na exposição da Palavra.Não se conhece entre nós uma igreja que sustente um mestre para exercer o ministério de ensino, assim como sustentam seus pastores, se bem que todo pastor também tem que ensinar pela natureza do seu cargo. O resultado disso é crise, pobreza e problemas na área do ensino da Palavra.
O estudo bíblico
O mestre deve enfatizar em seu modo de ministrar o estudo temático da Bíblia. Agora, há vários tipos de estudo bíblico conforme a necessidade da ocasião. Há o devocional, o doutrinário, o auxiliar, o de treinamento e o de orientação.
Vejamos alguns passos no preparo de um estudo bíblico. Mas, antes, é importante atentarmos para o que diz Lucas na introdução de seu Evangelho: "Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio e foram ministros da Palavra, pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio, para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado", Lc 1.1-4. Lucas fala que consultou fontes e que preocupou-se em transmitir o que ouvira com exatidão e em ordem.
Os passos de preparação de um estudo bíblico são:
a) Orar, orar e orar!
b) Estudar o assunto na Bíblia, fazendo apontamentos pessoais.
c) Consultar fontes auxiliares (de confiança), como os próprios apontamentos pessoais.
d) Ordenar o material de estudo coletado.
e) Esboçar o estudo. Para isso é preciso saber fazer esboços.
f) Preparar finalmente o estudo. É dar-lhe sua redação final.
g) Conferir cuidadosamente o estudo, tanto o texto com as referências bíblicas. Saber mesmo a diferença entre uma referência real e uma referência verbal.
Dois alertas aos mestres
Agora, é importante darmos dois alertas para os que ensinam na Igreja. O primeiro está em 1 Coríntios 8.1: "A ciência incha, mas o amor edifica". É preciso que o mestre seja humildade. Apolo era mestre erudito, mas humilde: "E chegou a Éfeso um certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, varão eloqüente e poderoso nas Escrituras. Este era instruído no caminho do Senhor; e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor, conhecendo somente o batismo de João. Ele começou a falar ousadamente na sinagoga. Quando o ouviram Priscila e Áquila, o levaram consigo e lhe declararam mais pontualmente o caminho de Deus". Apolo, mesmo sendo erudito, se dispôs a aprender.
O segundo alerta diz respeito aos cismas. Os cismas que vêm dividindo a cristandade desde a fundação da Igreja são quase sempre originados pelos mestres, teólogos, escritores e professores. A Palavra de Deus adverte que o julgamento do trabalho do mestre perante o tribunal de Cristo será mais rigoroso e mais exigente: "Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo", Tg 3.1.
Os dons ministeriais operando em Jesus
Jesus é o maior exemplo de obreiro em toda a Bíblia Sagrada e em todos os tempos. Ele deve ser o nosso modelo, o padrão a ser seguido.
Jesus como apóstolo: Hb 3.1; Jo 12.3).
Jesus como profeta: Lc 24.19; At 3.22.
Jesus como evangelista: Lc 4.18-19; Lc 20.1; Is 61.1.
Jesus como pastor: Jo 10.10; Hb 13.20; 1Pe 5.4.
Jesus como mestre: Jo 13.13; Mt 26.55.
fonte cpad news
FIDELIDADE NO USO DOS
DONS
“Rogo-vos”. Este termo no original
significa, “eu os exorto” (12.1), isto é, “os encorajo ou admoesto”. O apelo à
“compaixão de Deus” conforma-se ao caráter litúrgico da passagem. Os versículos
1 e 2 apresentam termos que lembram os sacrifícios do Antigo Testamento:
“apresentar” (o altar), “sacrifício” (a vítima), “culto” (o serviço),
“perfeito” (a qualidade). No entanto, diferencia-se deste em razão de ser vivo
e racional — dois elementos não encontrados no animal utilizado no sacrifício
na Antiga Aliança. O “culto racional” é aquele que procede da plena consciência
de que, uma vez livres do pecado pela graça, devemos nos oferecer
voluntariamente como sacrifício espiritual, santo e agradável a Deus como
demonstração da operação da graça divina em nossas vidas. O crente é chamado
para ser “conforme” à imagem de Cristo (Rm 8.29), portanto, não pode se
“conformar” ou seguir o modelo do mundo (v.2). Pelo contrário, viver a vida
cristã renovada segundo a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Esta nova
vida requer o uso diligente dos dons espirituais concedidos aos crentes.
Todo serviço no Reino de Deus deve
ser feito à base de verdadeira fé. É o Senhor que habilita o crente, mediante
dotação especial, a realizar sua obra da melhor maneira possível. É dele que
provém toda a ciência, capacidade e dons ministeriais e espirituais. Por isso,
não podemos fazer a obra de Deus com espírito de competição. O único objetivo
do nosso labor deve ser o desenvolvimento e o bem-estar do corpo de Cristo.
UM APELO À
CONSAGRAÇÃO PESSOAL
Antes de tratar de alguns dons especiais concedidos pelo
Espírito Santo, e de falar sobre o corpo de Cristo, o apóstolo Paulo rogou aos
irmãos de Roma que consagrassem suas vidas a Deus, a fim de conhecerem, por
experiência, a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Segundo o apóstolo,
esta é a única forma de sermos o que Ele quer que sejamos e de fazermos o que
deseja que façamos. É justamente esta entrega total como “sacrifício vivo”,
este ato de adoração incondicional, que torna o cristão capaz de ser usado
plenamente por Deus.
Um apelo à consagração. “Rogo-vos, pois, irmãos” (v.1). Rogar é
suplicar, apelar com intenso desejo de alcançar alguma coisa. Paulo rogou aos
crentes de Roma, em nome da compaixão divina, que apresentassem seus corpos em
“sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”, isto é, que se separassem
completamente das coisas mundanas e se dedicassem integralmente a Deus e ao seu
serviço.
Nesta passagem, Paulo faz-nos um apelo à consagração total. E
esta consagração envolve dois atos distintos: o de Deus e o nosso. O nosso é
apresentar-nos; o de Deus é tornar-nos capazes de pôr em prática a sua vontade.
Um apelo à humildade. Ao realizarmos a obra de Deus, não devemos
fazê-lo por nossa própria sabedoria, mas conforme a medida da fé que é
concedida por Deus. Paulo exorta os irmãos romanos a não terem de si mesmos um
conceito acima do que se deve. Consideremos, pois, as verdades abaixo:
a) Há sempre
a tentação da superestimação da própria importância. É bom notar que Paulo
dirigia-se a uma comunidade que estava em Cristo.
b) Não se
deve esquecer de que Deus concedeu a cada crente uma certa “medida” de fé. Não
devemos nos estribar no próprio conhecimento, mas, com temperança buscar
somente o que convém.
c) Somente os
que discernem a vontade de Deus e se rendem integralmente a Ele conseguem
identificar sua real posição no corpo de Cristo.
d) É
imprescindível ao cristão ter uma idéia correta de si mesmo para integrar-se
perfeitamente ao corpo de Cristo.
A IGREJA COMO O CORPO DE CRISTO
O apóstolo Paulo utilizou-se da figura do corpo humano para
demonstrar a função de cada membro do corpo de Cristo na administração dos
dons.
Um só corpo em Cristo. Cada membro tem sua função, específica a
desempenhar e, contudo, num corpo sadio, todas as partes funcionam harmoniosa e
independentemente para o bem do todo, assim deve ser na igreja (Ef 1.22,23).
A união de cada membro tem de ser justa e perfeita (1 Co 12.12).
Não pode haver desunião nem diferenças entre os irmãos, pois Deus colocou “cada
um deles como quis”. Quando um membro sofre, todos padecem com ele! (1 Co
12.25,26).
O valor de cada membro é medido pela contribuição que dá ao bom
funcionamento do corpo inteiro (1 Co 12.21-23). Qualquer atividade dentro da
igreja só terá valor se estiver relacionada com o todo. O trabalho do corpo
como um todo é o que importa!
Diferentes membros,
diferentes funções. Somos
diversos membros com distintas funções no corpo. Sendo Deus quem confere dons
especiais aos crentes (1 Co 12.4-11), cada qual deverá exercer seu trabalho com
o único objetivo de enaltecer a Cristo, que é a cabeça do corpo, e não a si
mesmo.
Portanto, se somos mãos, pés, ouvidos, boca, etc, Cristo realiza
sua obra através de nós. Para isso fomos comissionados. Aleluia! (Mt 28.19,20).
O USO DOS DONS
O apóstolo Paulo não teve a finalidade de listar ou classificar
os dons. Ele apenas preocupou-se com o uso destes, entre muitos outros, que
podem trazer conforto, unidade e crescimento para a igreja.
Profecia. A profecia é um dos dons verbais colocados à
disposição dos santos com o propósito de exortar, edificar e consolar a igreja.
Ela é concedida ao crente pelo Espírito Santo, de forma direta e imediata, a
fim de trazer à luz a verdade divina. Este dom deve ser exercido segundo a
medida da fé (v.6); isto é: o poder espiritual dado a cada crente para o
desempenho de sua responsabilidade específica. Há dois pontos que devem ser
considerados:
a) O crente
que profetiza tem de saber perfeitamente quando está indo além do que lhe foi
dado, e deve estar consciente de sua responsabilidade de entregar somente o que
Deus lhe autorizou. É necessário que o servo de Deus esteja totalmente sob o
controle do Espírito de Deus.
b) O crente
que profetiza tem de saber que toda a profecia deve ser julgada, provada (1 Co
14.29; 1 Ts 5.19-21) Toda verdade concedida pelo Espírito Santo é coerente e
não se contradiz. Sendo assim, qualquer profecia, para ser aceita, deve ser
submetida ao padrão estabelecido pela Profecia Escrita, a Palavra de Deus (Gl
1.8; 1 Jo 2.20,27; 4.1-3).
Serviço. É a disposição, ou capacidade, concedida por
Deus, para o crente servir e prestar assistência prática aos membros e aos
líderes da igreja. Este dom se manifesta em toda forma de ajuda que os cristãos
possam prestar uns aos outros, em nome de Jesus. Os que possuem este dom têm
prazer em ministrar aos santos as coisas materiais que lhes são necessárias. O
dom do serviço, como qualquer outro, é essencial para o bom funcionamento do
corpo de Cristo. Quem o tem deve exercê-lo empregando toda a sua energia, no temor
do Senhor.
Ensino. Diferente da profecia, que é de inspiração
direta e imediata (1 Co 14.30), o ensino é resultado da preparação do mestre.
Ele é exortado a estudar, a ler, a meditar na Palavra de Deus (1 Tm 4.14-16).
Quem ensina recebe de Deus uma capacidade especial para expor e esclarecer as
Escrituras com poder e eficiência, a fim de edificar o corpo de Cristo.
Exortação. Há uma diferença fundamental entre exortar e
ensinar. O ensino tem por objetivo transmitir o conhecimento, lidar com o intelecto,
a mente. A exortação toca no coração e atinge a consciência e a vontade de quem
está sendo exortado, de modo que a sua fé é estimulada. O crente passa a ter um
maior compromisso com o Reino de Deus. Na exortação, as verdades ensinadas são
aplicadas imediatamente à vida cristã. Quem tem o dom de exortar não é
necessariamente um mestre, embora possa sê-lo (At 11.23).
Repartir. Há pessoas especialmente capacitadas por Deus
para dar, repartir com os que não têm. Estas devem fazê-lo com simplicidade, lembrando-se
das palavras do Mestre: “não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita”
(Mt 6.1-4).
Governo. É o dom de exercer governo ou presidir, de
alguma forma, na Igreja. É a tarefa de cuidar do povo e dos bens do Reino (Hb
13.7; 1 Tm 5.17; 1 Ts 5.12,13). Aos que têm este dom, o apóstolo Pedro diz:
“apascentai com cuidado, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe
ganância, mas de ânimo pronto, nem como tendo domínio sobre o rebanho de Deus,
mas servindo de exemplo ao rebanho” (1 Pe 5.2-4).
Misericórdia. É o dom de ministrar e prestar ajuda aos
necessitados e aflitos. Este dom deve ser posto em prática com todo o coração,
bom ânimo e entusiasmo. Aquele que tem este dom comunica todo o amor divino aos
angustiados.
Os dons individuais (12.6-8).Antes de
examinar os dons individualmente, devemos enfatizar que para cada dom o ponto é
o mesmo: Se você tem um, use-o. E por isso que a lista de dons é incompleta —
de fato, nenhuma lista de dons feita por Paulo é exaustiva (1 Co 12.8-10,28; Ef
4.11). Embora a passagem diante de nós apresente algumas explicações sobre como
esses dons devem ser usados, o propósito primário de Paulo é motivação, não
instrução. Isso não é incomum. Paulo não define os vários dons em nenhuma das
passagens onde ele os alista. Ele presume um entendimento comum por parte da
audiência sobre a natureza desses dons, os quais eles teriam recebido por
ensino e por observância dos dons em ação. A exceção — isto é, a extensa
discussão sobre a natureza de profecia e línguas em 1 Coríntios 14 — não é uma
tentativa de apresentar e definir esses dois dons, mas corrigir a percepção dos
coríntios e o uso destes.
A lista de sete dons está dividida em duas partes pela estrutura
gramatical da passagem que muda abruptamente com o quarto dom. Para cada um dos
primeiros três dons, a frase na qual eles aparecem começa com ‘se’; os últimos
quatro começam com ‘o que’” (Van Johnson. Romanos. In
ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. Comentário Bíblico
Pentecostal. RJ: CPAD, 2003, pp.893-4).
Os dons ministeriais (1ª parte)
Muitos dizem que os dons ministeriais de Efésios 4.11 cessaram,
mas o versículo catorze desse mesmo capítulo diz que eles existem "até que
todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão
perfeito, à medida da estatura completa de Cristo", e isso ainda não
ocorreu.
Sobre o assunto, duas coisas básicas devem ser ditas de antemão. A primeira é que é Deus quem concede os dons ministeriais (Ef 4.11; Nm 18.7). A segunda é que é o dom ministerial recebido de Deus que determina o ministério ou o ofício do ministro. Em 1 Timóteo 4.14 e 2 Timóteo 1.6, vemos o dom ministerial. Em 2 Timóteo 4.5, o ministério resultante do dom. Os dons e seus ministérios podem ser vistos em 1 Coríntios 12.8-10, 27-30.
Esses dois pontos básicos acerca do ministério podem ser vistos em Atos 13.1-4. No primeiro versículo, vemos que os candidatos à ordenação já tinham o dom ministerial concedido por Deus: "E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão, chamado Níger, e Lúcio cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo". Nos dois versículos seguintes, vemos que foi a igreja, sob a orientação do Espírito Santo, que ordenou esses irmãos para exercerem o ministério: "E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram". No versículo quatro, fica claro que foi o Espírito Santo que os enviou: "E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre".
A igreja ordena o obreiro como ministro do Evangelho, e não como apóstolo, profeta, evangelista, pastor ou mestre. Esses são ministérios dados por Deus. A igreja convencionou por si mesma chamar todos os ministros ora como pastores, ora como evangelistas, mas precisamos encarar o assunto dos dons ministeriais apresentados em Efésios 4.11 à luz da doutrina bíblica do ministério.
A soberania de Deus na distribuição dos dons ministeriais
Os dons do ministério são recebidos de Deus, segundo a sua soberania e no seu tempo. A uns Deus chama e capacita quando ainda estão no ventre de suas mães: "Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei: às nações te dei por profeta", Jr 1.5. "E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás de ir a face do Senhor, a preparar os seus caminhos", Lc 1.76. "Mas quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, revelar seu filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue", Gl 1.15-16. Outros Deus chama na infância: "O Senhor chamou a Samuel, e disse ele: Eis-me aqui", 1Sm 3.4. Samuel ainda era uma criança quando Deus o chamou.
Há alguns a quem Deus chama e capacita na idade adulta: "E subiu ao monte, e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele. E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar", Mc 3.13-14. "também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei de Israel; e também a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meola, ungirás profeta em teu lugar", 1Rs 19.16. "Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim", Is 6.8.
Há também aqueles recebem o dom por imposição de mãos, por profecia: "Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério", 1Tm 4.14. "Por cujo motivo te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos", 2Tm 1.6.
Deus é soberano quanto ao exercício dos dons ministeriais na vida do obreiro. Timóteo era evangelista (2Tm 4.5), mas cuidou de igrejas por algum tempo (1Tm 1.3; 4.13). João Batista era profeta e cheio do Espírito Santo, mas não operava milagres (Jo 10.41).
Sobre o assunto, duas coisas básicas devem ser ditas de antemão. A primeira é que é Deus quem concede os dons ministeriais (Ef 4.11; Nm 18.7). A segunda é que é o dom ministerial recebido de Deus que determina o ministério ou o ofício do ministro. Em 1 Timóteo 4.14 e 2 Timóteo 1.6, vemos o dom ministerial. Em 2 Timóteo 4.5, o ministério resultante do dom. Os dons e seus ministérios podem ser vistos em 1 Coríntios 12.8-10, 27-30.
Esses dois pontos básicos acerca do ministério podem ser vistos em Atos 13.1-4. No primeiro versículo, vemos que os candidatos à ordenação já tinham o dom ministerial concedido por Deus: "E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão, chamado Níger, e Lúcio cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo". Nos dois versículos seguintes, vemos que foi a igreja, sob a orientação do Espírito Santo, que ordenou esses irmãos para exercerem o ministério: "E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram". No versículo quatro, fica claro que foi o Espírito Santo que os enviou: "E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre".
A igreja ordena o obreiro como ministro do Evangelho, e não como apóstolo, profeta, evangelista, pastor ou mestre. Esses são ministérios dados por Deus. A igreja convencionou por si mesma chamar todos os ministros ora como pastores, ora como evangelistas, mas precisamos encarar o assunto dos dons ministeriais apresentados em Efésios 4.11 à luz da doutrina bíblica do ministério.
A soberania de Deus na distribuição dos dons ministeriais
Os dons do ministério são recebidos de Deus, segundo a sua soberania e no seu tempo. A uns Deus chama e capacita quando ainda estão no ventre de suas mães: "Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei: às nações te dei por profeta", Jr 1.5. "E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás de ir a face do Senhor, a preparar os seus caminhos", Lc 1.76. "Mas quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, revelar seu filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue", Gl 1.15-16. Outros Deus chama na infância: "O Senhor chamou a Samuel, e disse ele: Eis-me aqui", 1Sm 3.4. Samuel ainda era uma criança quando Deus o chamou.
Há alguns a quem Deus chama e capacita na idade adulta: "E subiu ao monte, e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele. E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar", Mc 3.13-14. "também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei de Israel; e também a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meola, ungirás profeta em teu lugar", 1Rs 19.16. "Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim", Is 6.8.
Há também aqueles recebem o dom por imposição de mãos, por profecia: "Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério", 1Tm 4.14. "Por cujo motivo te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos", 2Tm 1.6.
Deus é soberano quanto ao exercício dos dons ministeriais na vida do obreiro. Timóteo era evangelista (2Tm 4.5), mas cuidou de igrejas por algum tempo (1Tm 1.3; 4.13). João Batista era profeta e cheio do Espírito Santo, mas não operava milagres (Jo 10.41).
Os dons ministeriais (2ª Parte)
Como havíamos prometido, vejamos nesta semana o dom ministerial
de apóstolo.
O termo apóstolo significa literalmente enviado. No original, o verbo e o substantivo aparecem em passagens como Hebreus 3.1, João 20.21, Mateus 10.15, Lucas 6.13, Atos 13.4 e 14.14, Gálatas 1.1,19, Romanos 16.7, 2 Coríntios 8.23 e Filipenses 2.25. Nos dois últimos textos, o termo não aparece no sentido ministerial.
O apóstolo é a mais alta ordem na escala de ofícios do ministério no Novo Testamento (1Co 12.28; Ef 3.5 e 4.11). A diferença de ministério entre o apóstolo e o evangelista está bem definida em Atos 8, na evangelização de Samaria. No ministério de Felipe como evangelista, destaca-se a pregação e a conversão dos pecadores (At 8.5-13). No ministério de Pedro e João como apóstolos, destacam-se o estabelecimento firme da obra e a consolidação dos resultados da evangelização (At 8.14,25). De fato, em Gálatas 2.9, Pedro e João (apóstolos) são tidos como colunas.
Os apóstolos têm sua liderança espiritual confirmada por provas e sinais (2 Co 12.12). Eles lançam os fundamentos iniciais de uma obra através da doutrina e da liderança (1Co 3.10; Ef 2.20). São eles que estabelecem, no início do trabalho, os fundamentos da doutrina (At 2.42) e provêem a adequada liderança espiritual.
O apóstolo vela com cuidado pela obra, no sentido geral e coletivo (2Co 11.28 e At 15.16). Esse cuidado geral e coletivo inclui viagens e comunicação constante com a obra. Vemos isso no livro de Atos, nas epístolas e através da História da Igreja. Os apóstolos, em virtude de sua missão, eram móveis. Não se fixavam em um lugar. Eram embaixadores de Deus.
O ministério apostólico também é caracterizado pela elevada autoridade conferida pelo Senhor (At 1.2 e 2Pe 3.2). A autoridade apostólica está sobre todos os demais ministérios (1Co 12.28). Nesse sentido, os apóstolos são "livres" para executarem serviços especiais de grande importância na igreja (1Co 9.11).
O termo apóstolo significa literalmente enviado. No original, o verbo e o substantivo aparecem em passagens como Hebreus 3.1, João 20.21, Mateus 10.15, Lucas 6.13, Atos 13.4 e 14.14, Gálatas 1.1,19, Romanos 16.7, 2 Coríntios 8.23 e Filipenses 2.25. Nos dois últimos textos, o termo não aparece no sentido ministerial.
O apóstolo é a mais alta ordem na escala de ofícios do ministério no Novo Testamento (1Co 12.28; Ef 3.5 e 4.11). A diferença de ministério entre o apóstolo e o evangelista está bem definida em Atos 8, na evangelização de Samaria. No ministério de Felipe como evangelista, destaca-se a pregação e a conversão dos pecadores (At 8.5-13). No ministério de Pedro e João como apóstolos, destacam-se o estabelecimento firme da obra e a consolidação dos resultados da evangelização (At 8.14,25). De fato, em Gálatas 2.9, Pedro e João (apóstolos) são tidos como colunas.
Os apóstolos têm sua liderança espiritual confirmada por provas e sinais (2 Co 12.12). Eles lançam os fundamentos iniciais de uma obra através da doutrina e da liderança (1Co 3.10; Ef 2.20). São eles que estabelecem, no início do trabalho, os fundamentos da doutrina (At 2.42) e provêem a adequada liderança espiritual.
O apóstolo vela com cuidado pela obra, no sentido geral e coletivo (2Co 11.28 e At 15.16). Esse cuidado geral e coletivo inclui viagens e comunicação constante com a obra. Vemos isso no livro de Atos, nas epístolas e através da História da Igreja. Os apóstolos, em virtude de sua missão, eram móveis. Não se fixavam em um lugar. Eram embaixadores de Deus.
O ministério apostólico também é caracterizado pela elevada autoridade conferida pelo Senhor (At 1.2 e 2Pe 3.2). A autoridade apostólica está sobre todos os demais ministérios (1Co 12.28). Nesse sentido, os apóstolos são "livres" para executarem serviços especiais de grande importância na igreja (1Co 9.11).
Os doze apóstolos do Cordeiro formam um grupo distinto (Jd 17). Eles colocaram
o alicerce da Igreja (Ef 2.20 e Ap 21.14). São apóstolos num sentido único.
Alguns exemplos de apóstolos da Igreja independentes do grupo dos doze chamados
apóstolos do Senhor são Paulo e Barnabé (At 14.14), Andrônico e Júnias (Rm
16.7), e Tiago, irmão do Senhor (Gl 1.19). O próprio Paulo se declara apóstolo
em Romanos 1.1 e 1 Coríntios 1.1.
Os dons ministeriais (3ª Parte)
Hoje, como anunciado no último artigo desta série, veremos o dom
ministerial de profeta.
O termo profeta significa literalmente porta-voz (Lc 1.70 e Ex 7.2-3). Se quisermos entender esse ministério, é preciso antes compreendermos a diferença entre o dom de profecia e o ofício ou ministério profético.O dom de profecia é para todos: "Todos podereis profetizar", 1Co 14.31. O ministério profético, não: "São todos profetas?", 1Co 12.29.
O ministério profético é exercido através de um ministro dado por Deus à Igreja. O dom de profecia é uma capacitação sobrenatural do Espírito Santo concedida a uma pessoa do povo para transmitir a mensagem divina. No ministério profético, Deus usa principalmente a mente do profeta; no dom de profecia, Deus usa principalmente o aparelho fonador da pessoa.
O profeta é um pregador especial, com mensagem especial. Sua mensagem apela à consciência da pessoa em relação a Deus, a si própria, ao pecado e à santidade. Vemos isso nos profetas do Antigo Testamento. É só conferirmos as mensagens dos livros proféticos. No Novo Testamento, podemos ver isso em profetas como Silas (At 15.32) e Ágabo (At 21.10).
O profeta de Deus é também um intercessor diante de Deus pelos homens, pela obra etc (Gn 20.7). O forte do profeta de Deus é expor os padrões da justiça divina para o povo. Ele é um arauto da santidade de Deus. Com autoridade e unção divinas, está sempre a condenar o pecado (Is 58.1). Seu espírito ferve com isso e ele geme por isso, pois para isso foi chamado. A Igreja precisa muito desse ministério para os dias atuais.
A Palavra de Deus sai da boca do profeta como flechas de fogo divino! João 5.35 diz de João Batista, o profeta: "Ele era a candeia que ardia". O profeta de Deus faz o homem carnal estremecer, parar e considerar o seu mau caminho.A profecia, como estamos tratando aqui, é uma mensagem sobrenaturalmente inspirada ou revelada da parte de Deus. A mensagem profética vem do Espírito Santo através das fé (Rm 12.6). Portanto, o ministério profético é um ministério de fé.
Duas curiosidades sobre os profetas de Deus na Bíblia: dois deles no Novo Testamento eram também apóstolos: Barnabé e Saulo (At 13.1); e há um alerta de Deus para o povo a respeito deles: "Não toqueis nos meus ungidos, e não maltrateis os meus profetas", Sl 105.15.
Nos tempos bíblicos havia falsos profetas: "E veio a mim a Palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel que são profetizadores, e dize aos que só profetizam o que vê o seu coração: Ouvi a Palavra do Senhor: Assim diz o Senhor Jeová: Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito e coisas que não viram", Ez 13.1-3. Como naqueles tempos, ainda há falsos profetas.
O termo profeta significa literalmente porta-voz (Lc 1.70 e Ex 7.2-3). Se quisermos entender esse ministério, é preciso antes compreendermos a diferença entre o dom de profecia e o ofício ou ministério profético.O dom de profecia é para todos: "Todos podereis profetizar", 1Co 14.31. O ministério profético, não: "São todos profetas?", 1Co 12.29.
O ministério profético é exercido através de um ministro dado por Deus à Igreja. O dom de profecia é uma capacitação sobrenatural do Espírito Santo concedida a uma pessoa do povo para transmitir a mensagem divina. No ministério profético, Deus usa principalmente a mente do profeta; no dom de profecia, Deus usa principalmente o aparelho fonador da pessoa.
O profeta é um pregador especial, com mensagem especial. Sua mensagem apela à consciência da pessoa em relação a Deus, a si própria, ao pecado e à santidade. Vemos isso nos profetas do Antigo Testamento. É só conferirmos as mensagens dos livros proféticos. No Novo Testamento, podemos ver isso em profetas como Silas (At 15.32) e Ágabo (At 21.10).
O profeta de Deus é também um intercessor diante de Deus pelos homens, pela obra etc (Gn 20.7). O forte do profeta de Deus é expor os padrões da justiça divina para o povo. Ele é um arauto da santidade de Deus. Com autoridade e unção divinas, está sempre a condenar o pecado (Is 58.1). Seu espírito ferve com isso e ele geme por isso, pois para isso foi chamado. A Igreja precisa muito desse ministério para os dias atuais.
A Palavra de Deus sai da boca do profeta como flechas de fogo divino! João 5.35 diz de João Batista, o profeta: "Ele era a candeia que ardia". O profeta de Deus faz o homem carnal estremecer, parar e considerar o seu mau caminho.A profecia, como estamos tratando aqui, é uma mensagem sobrenaturalmente inspirada ou revelada da parte de Deus. A mensagem profética vem do Espírito Santo através das fé (Rm 12.6). Portanto, o ministério profético é um ministério de fé.
Duas curiosidades sobre os profetas de Deus na Bíblia: dois deles no Novo Testamento eram também apóstolos: Barnabé e Saulo (At 13.1); e há um alerta de Deus para o povo a respeito deles: "Não toqueis nos meus ungidos, e não maltrateis os meus profetas", Sl 105.15.
Nos tempos bíblicos havia falsos profetas: "E veio a mim a Palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel que são profetizadores, e dize aos que só profetizam o que vê o seu coração: Ouvi a Palavra do Senhor: Assim diz o Senhor Jeová: Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito e coisas que não viram", Ez 13.1-3. Como naqueles tempos, ainda há falsos profetas.
Os dons ministeriais (4ª Parte)
Agora, vejamos o que a Bíblia fala sobre o dom ministerial de
evangelista.
O vocábulo evangelista significa no original mensageiro de boas-novas. O autêntico ministro evangelista, chamado por Deus e colocado por Ele no ministério, não deve exercer o apostolado. Seu ministério deve ser itinerante. É só atentarmos para Felipe em Atos 8, principalmente para o último versículo: "E Felipe se achou em Azoto, e, indo passando, anunciava o Evangelho em todas as cidades, até que chegou a Cesaréia", v40.
O professor de Escola Dominical tem a visão de uma classe de alunos; o pastor tem a visão de sua congregação, seu campo; o evangelista tem a visão regional e mundial. Sua paixão é o mundo para Cristo!
A mensagem do evangelista é "Vinde ao Senhor"; a do profeta é "Permanecei no Senhor". Veja o exemplo de Barnabé como profeta: "O qual, quando chegou, e viu a graça de Deus, se alegrou, e exortou a todos a que permanecessem no Senhor com propósito do coração", At 11.23.Em síntese, as diferenças entre profeta, evangelista e mestre são as seguintes: O profeta move o coração, a consciência do povo. Ele apela ao sentimento. O evangelista leva o povo a uma decisão diante de Deus. Ele apela à vontade. O mestre instrui o povo, a congregação, no caminho do Senhor, na Palavra de Deus, na doutrina bíblica. Ele apela à mente. Deus pode conceder a um mesmo ministro mais de um ministério ou dom ministerial.
O evangelista não deve ser um obreiro neófito, como se o ministério de evangelista fosse um início de "carreira". Veja o exemplo de Felipe mais uma vez. Em Atos 8.5-8,13-40, no começo de seu ministério, o encontramos em pleno exercício. Em Atos 21.8, encontramos Felipe em plena atividade ainda.
O evangelista deve ter um conhecimento sistemático das doutrinas da Bíblia, especialmente aquelas ligadas ao exercício do seu ministério. Algumas das doutrinas e ensinos que o evangelista precisa conhecer são a doutrina da salvação, que por sua vez abrange em si um grupo de doutrinas; a doutrina da fé; o discipulado cristão, começando com a integração dos novos convertidos; milagres, sinais e prodígios, como em Atos 2.22; o batismo no Espírito Santo; e os dons e o fruto do Espírito. Ele também deve estudar muito homilética, exegese e hermenêutica. Tanto o profeta como o evangelista, como mensageiros de Deus, usam muito a imaginação. Jeremias e Ezequiel são exemplos. Jeremias com o cinto (Jr 13) e Ezequiel com o tijolo e a panela (Ez 4.1 e 24.3).
O tema principal do evangelista é a salvação dos perdidos e a volta dos desviados. Ele também promove o avivamento espiritual dos crentes. Onde não vemos nada na Bíblia sobre Salvação, o evangelista vê pelo Espírito, e ali prega! Para ele, parece que a Bíblia só contém a mensagem da Salvação. É interessante como o ministério evangelístico e a música são tão relacionados.O autêntico ministério de evangelista é concedido por Jesus, nunca imposto pelos homens. Pelo fato de certos "evangelistas" não terem esse ministério, os tais usam de malabarismos, trejeitos, mecanicismo, emocionalismo e até truques diante do povo. Se bem que pode haver muito disso em um evangelista imaturo.
Paulo também era evangelista (1Co 1.17). Até a inscrição de uma placa serviu de tema de sermão para ele (At 17.23)!
O vocábulo evangelista significa no original mensageiro de boas-novas. O autêntico ministro evangelista, chamado por Deus e colocado por Ele no ministério, não deve exercer o apostolado. Seu ministério deve ser itinerante. É só atentarmos para Felipe em Atos 8, principalmente para o último versículo: "E Felipe se achou em Azoto, e, indo passando, anunciava o Evangelho em todas as cidades, até que chegou a Cesaréia", v40.
O professor de Escola Dominical tem a visão de uma classe de alunos; o pastor tem a visão de sua congregação, seu campo; o evangelista tem a visão regional e mundial. Sua paixão é o mundo para Cristo!
A mensagem do evangelista é "Vinde ao Senhor"; a do profeta é "Permanecei no Senhor". Veja o exemplo de Barnabé como profeta: "O qual, quando chegou, e viu a graça de Deus, se alegrou, e exortou a todos a que permanecessem no Senhor com propósito do coração", At 11.23.Em síntese, as diferenças entre profeta, evangelista e mestre são as seguintes: O profeta move o coração, a consciência do povo. Ele apela ao sentimento. O evangelista leva o povo a uma decisão diante de Deus. Ele apela à vontade. O mestre instrui o povo, a congregação, no caminho do Senhor, na Palavra de Deus, na doutrina bíblica. Ele apela à mente. Deus pode conceder a um mesmo ministro mais de um ministério ou dom ministerial.
O evangelista não deve ser um obreiro neófito, como se o ministério de evangelista fosse um início de "carreira". Veja o exemplo de Felipe mais uma vez. Em Atos 8.5-8,13-40, no começo de seu ministério, o encontramos em pleno exercício. Em Atos 21.8, encontramos Felipe em plena atividade ainda.
O evangelista deve ter um conhecimento sistemático das doutrinas da Bíblia, especialmente aquelas ligadas ao exercício do seu ministério. Algumas das doutrinas e ensinos que o evangelista precisa conhecer são a doutrina da salvação, que por sua vez abrange em si um grupo de doutrinas; a doutrina da fé; o discipulado cristão, começando com a integração dos novos convertidos; milagres, sinais e prodígios, como em Atos 2.22; o batismo no Espírito Santo; e os dons e o fruto do Espírito. Ele também deve estudar muito homilética, exegese e hermenêutica. Tanto o profeta como o evangelista, como mensageiros de Deus, usam muito a imaginação. Jeremias e Ezequiel são exemplos. Jeremias com o cinto (Jr 13) e Ezequiel com o tijolo e a panela (Ez 4.1 e 24.3).
O tema principal do evangelista é a salvação dos perdidos e a volta dos desviados. Ele também promove o avivamento espiritual dos crentes. Onde não vemos nada na Bíblia sobre Salvação, o evangelista vê pelo Espírito, e ali prega! Para ele, parece que a Bíblia só contém a mensagem da Salvação. É interessante como o ministério evangelístico e a música são tão relacionados.O autêntico ministério de evangelista é concedido por Jesus, nunca imposto pelos homens. Pelo fato de certos "evangelistas" não terem esse ministério, os tais usam de malabarismos, trejeitos, mecanicismo, emocionalismo e até truques diante do povo. Se bem que pode haver muito disso em um evangelista imaturo.
Paulo também era evangelista (1Co 1.17). Até a inscrição de uma placa serviu de tema de sermão para ele (At 17.23)!
Os dons ministeriais (5ª parte)
Hoje, veremos o dom ministerial de pastor.
O verdadeiro pastorado é um dom de Deus para ser exercido, e não primeiramente um cargo para ser ocupado. O pastor pode também vir a exercer o cargo de presidente da igreja. Se realmente o Senhor lhe concedeu o dom ministerial de pastor, e ele também for colocado por Deus para presidir a igreja, o seu ministério vem do Dom e o seu cargo através da sua eleição.As atividades do pastor englobam as funções de pastoreio, pregador, mestre, administrador e conselheiro.
Como pastor, entendesse que esse ministério é um encargo ligado às ovelhas. O termo pastor, no original, significa aquele que cuida e guarda as ovelhas. Esse é o ministério que está mais relacionado a elas. O profeta "traz" Deus ao povo; o pastor "leva" o povo a Deus (Ex 19.17).
A função do pastor, como ministério recebido de Deus, compreende:
a) Dirigir, presidir e administrar o rebanho do Senhor: Sem isso, as ovelhas se desviarão.
b) Doutrinar: Para isso, o pastor precisa ser um estudante dedicado da Palavra de Deus, especialmente no que concerne à Teologia Sistemática. Um grande segredo do progresso no ministério pastoral está em doutrinar. Aqui, é preciso cuidado para não instituir "doutrinas de homens" (Cl 2.22). O pastor, pela natureza do seu trabalho, está muito ligado ao ensino bíblico (At 21.15-17).
c) Proteger: Se o pastor não fizer essa parte, muitas ovelhas cairão vítimas de todo tipo de males.
d) Tratar das ovelhas: Muitas caem doentes espiritualmente.
e) Alimentar as ovelhas: Uma ovelha faminta segue qualquer outro líder, além de outros males que lhe atingem.
f) Visitar: É outra função, exercida diretamente ou através de comissões.
g) Disciplinar: O termo disciplina envolve primeiramente o sentido de instrução, admoestação e correção, e não o de castigo e punição. Para fazer tudo isso, o pastor precisa estar sempre cheio do amor de Deus pelas ovelhas, pelos perdidos, pelos fracos e faltosos, por todos.
Como pregador, entendesse que o ministério pastoral também está ligado aos pecadores. Pregar é um encargo do pastor relacionado aos pecadores. Como mestre, compreendesse que o ministério pastoral inclui o encargo de educador, doutrinador e ensinador. Como administrador, o pastor tem o encargo de dirigir e presidir. Como conselheiro, um encargo de ordem pessoal.
Um exemplo de pastor no Novo Testamento é Tiago (At 15.13 e 21.18). Diz a tradição que seus joelhos eram calejados como os de um camelo, de tanto orar ajoelhado.As necessidades do pastor estão bem resumidas em Jeremias 3.15: "E vos darei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com ciência e com inteligência". Jesus foi o maior exemplo de pastor. Sobre esse seu ministério, Isaías profetizou: "Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos, e os levará no seu regaço: as que amamentam, ele guiará mansamente", Is 40.11. Jesus afirmou: "Eu sou o bom pastor: o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas", Jo 10.11.
O verdadeiro pastorado é um dom de Deus para ser exercido, e não primeiramente um cargo para ser ocupado. O pastor pode também vir a exercer o cargo de presidente da igreja. Se realmente o Senhor lhe concedeu o dom ministerial de pastor, e ele também for colocado por Deus para presidir a igreja, o seu ministério vem do Dom e o seu cargo através da sua eleição.As atividades do pastor englobam as funções de pastoreio, pregador, mestre, administrador e conselheiro.
Como pastor, entendesse que esse ministério é um encargo ligado às ovelhas. O termo pastor, no original, significa aquele que cuida e guarda as ovelhas. Esse é o ministério que está mais relacionado a elas. O profeta "traz" Deus ao povo; o pastor "leva" o povo a Deus (Ex 19.17).
A função do pastor, como ministério recebido de Deus, compreende:
a) Dirigir, presidir e administrar o rebanho do Senhor: Sem isso, as ovelhas se desviarão.
b) Doutrinar: Para isso, o pastor precisa ser um estudante dedicado da Palavra de Deus, especialmente no que concerne à Teologia Sistemática. Um grande segredo do progresso no ministério pastoral está em doutrinar. Aqui, é preciso cuidado para não instituir "doutrinas de homens" (Cl 2.22). O pastor, pela natureza do seu trabalho, está muito ligado ao ensino bíblico (At 21.15-17).
c) Proteger: Se o pastor não fizer essa parte, muitas ovelhas cairão vítimas de todo tipo de males.
d) Tratar das ovelhas: Muitas caem doentes espiritualmente.
e) Alimentar as ovelhas: Uma ovelha faminta segue qualquer outro líder, além de outros males que lhe atingem.
f) Visitar: É outra função, exercida diretamente ou através de comissões.
g) Disciplinar: O termo disciplina envolve primeiramente o sentido de instrução, admoestação e correção, e não o de castigo e punição. Para fazer tudo isso, o pastor precisa estar sempre cheio do amor de Deus pelas ovelhas, pelos perdidos, pelos fracos e faltosos, por todos.
Como pregador, entendesse que o ministério pastoral também está ligado aos pecadores. Pregar é um encargo do pastor relacionado aos pecadores. Como mestre, compreendesse que o ministério pastoral inclui o encargo de educador, doutrinador e ensinador. Como administrador, o pastor tem o encargo de dirigir e presidir. Como conselheiro, um encargo de ordem pessoal.
Um exemplo de pastor no Novo Testamento é Tiago (At 15.13 e 21.18). Diz a tradição que seus joelhos eram calejados como os de um camelo, de tanto orar ajoelhado.As necessidades do pastor estão bem resumidas em Jeremias 3.15: "E vos darei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com ciência e com inteligência". Jesus foi o maior exemplo de pastor. Sobre esse seu ministério, Isaías profetizou: "Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos, e os levará no seu regaço: as que amamentam, ele guiará mansamente", Is 40.11. Jesus afirmou: "Eu sou o bom pastor: o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas", Jo 10.11.
Os dons ministeriais (6ª parte)
O termo mestre, como aparece em Efésios 4.11, significa literalmente ensinador. O próprio termo implica ensinar segundo os processos e métodos didáticos, apelando para as faculdades lógicas da mente, da razão.. O mestre bíblico ocupa-se da doutrina, do ensino bíblico, portanto necessita dos dons da ciência e da sabedoria. Outro detalhe sobre esse ministério é que ele é, biblicamente falando, itinerante como o de evangelista.
É importante explicar aqui a má compreensão de 1 João 2.20,27, quanto ao ministério do mestre. Esses textos dizem: "E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo(...) E a unção, que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis". A explicação da suposta dificuldade está no versículo 26: "Estas coisas vos escrevi acerca dos que vos enganam". O que João está querendo dizer é que o crente não precisa dos que ensinam doutrinas extrabíblicas. Esse "alguém que vos ensine" trata-se "dos que vos enganam".
A Bíblia é, acima de tudo, um livro de doutrinas que precisam ser estudadas, compreendidas e expostas sob a unção do Espírito Santo, que inspirou essas doutrinas.A doutrina bíblica trata-se de um ensino bíblico sistematizado. Nenhuma só doutrina aparece sistematizada na Bíblia. Isto é, organizada, desdobrada, esboçada. Nem aparece isolada em um só lugar. Essa sistematização vem por catalogação textual e conceptual desse ensino ou princípio bíblico. Quanto mais completa for essa sistematização, mais completo será o estudo dessa doutrina.
O mestre deve aprofundar-se nas ciências bíblicas da exegese e da hermenêutica, sem jamais deixar de depender do Espírito Santo para capacitá-lo e dirigi-lo no preparo de estudos e sermões, e na exposição da Palavra.Não se conhece entre nós uma igreja que sustente um mestre para exercer o ministério de ensino, assim como sustentam seus pastores, se bem que todo pastor também tem que ensinar pela natureza do seu cargo. O resultado disso é crise, pobreza e problemas na área do ensino da Palavra.
O estudo bíblico
O mestre deve enfatizar em seu modo de ministrar o estudo temático da Bíblia. Agora, há vários tipos de estudo bíblico conforme a necessidade da ocasião. Há o devocional, o doutrinário, o auxiliar, o de treinamento e o de orientação.
Vejamos alguns passos no preparo de um estudo bíblico. Mas, antes, é importante atentarmos para o que diz Lucas na introdução de seu Evangelho: "Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio e foram ministros da Palavra, pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio, para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado", Lc 1.1-4. Lucas fala que consultou fontes e que preocupou-se em transmitir o que ouvira com exatidão e em ordem.
Os passos de preparação de um estudo bíblico são:
a) Orar, orar e orar!
b) Estudar o assunto na Bíblia, fazendo apontamentos pessoais.
c) Consultar fontes auxiliares (de confiança), como os próprios apontamentos pessoais.
d) Ordenar o material de estudo coletado.
e) Esboçar o estudo. Para isso é preciso saber fazer esboços.
f) Preparar finalmente o estudo. É dar-lhe sua redação final.
g) Conferir cuidadosamente o estudo, tanto o texto com as referências bíblicas. Saber mesmo a diferença entre uma referência real e uma referência verbal.
Dois alertas aos mestres
Agora, é importante darmos dois alertas para os que ensinam na Igreja. O primeiro está em 1 Coríntios 8.1: "A ciência incha, mas o amor edifica". É preciso que o mestre seja humildade. Apolo era mestre erudito, mas humilde: "E chegou a Éfeso um certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, varão eloqüente e poderoso nas Escrituras. Este era instruído no caminho do Senhor; e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor, conhecendo somente o batismo de João. Ele começou a falar ousadamente na sinagoga. Quando o ouviram Priscila e Áquila, o levaram consigo e lhe declararam mais pontualmente o caminho de Deus". Apolo, mesmo sendo erudito, se dispôs a aprender.
O segundo alerta diz respeito aos cismas. Os cismas que vêm dividindo a cristandade desde a fundação da Igreja são quase sempre originados pelos mestres, teólogos, escritores e professores. A Palavra de Deus adverte que o julgamento do trabalho do mestre perante o tribunal de Cristo será mais rigoroso e mais exigente: "Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo", Tg 3.1.
Os dons ministeriais operando em Jesus
Jesus é o maior exemplo de obreiro em toda a Bíblia Sagrada e em todos os tempos. Ele deve ser o nosso modelo, o padrão a ser seguido.
Jesus como apóstolo: Hb 3.1; Jo 12.3).
Jesus como profeta: Lc 24.19; At 3.22.
Jesus como evangelista: Lc 4.18-19; Lc 20.1; Is 61.1.
Jesus como pastor: Jo 10.10; Hb 13.20; 1Pe 5.4.
Jesus como mestre: Jo 13.13; Mt 26.55.
fonte cpad news
Nenhum comentário:
Postar um comentário