AS
MINISTRAÇÕES DO ESPIRITO SANTO NO CRISTÃO
O avivamento manifestado na Missão da Rua Azusa ocorreu em uma
época de profundo racismo e preconceito social. Em 1906, um repórter, opositor
do movimento, criticou severamente os eventos ocorridos. No entanto, a crítica
registrada no jornal local, serve-nos de provas contundentes da efusão do
Espírito e de seu poder transformador, capaz de quebrar qualquer preconceito,
seja social ou racial. Assim se expressava o jornalista: “(...) vergonhosa
mistura de raças (...) eles clamavam e faziam grande barulho o dia
inteiro e à noite adentro. Corriam, pulavam, tremiam todo o corpo,
gritavam com toda a sua voz, faziam rodas, tombavam sobre o assoalho coberto de
serragem, sacudindo-se, esperneando e rolando no chão (...) Eles afirmam estar
cheios do Espírito. Eles têm um caolho, analfabeto e negro como seu pregador
que fica de joelhos a maior parte do tempo (...) Não fala muito, mas, às vezes,
pode ser ouvido gritando ‘Arrependei-vos!’. Então, permanece na mesma atitude
de oração (...) Eles cantam repetidamente a mesma canção, ‘O Consolador
Chegou’”.
Muitas
ministrações divinas são atribuídas simultaneamente ao Pai, ao Filho e ao
Espírito Santo: A vocação para a salvação é atribuída ao Pai (1 Co 1.9; 1 Ts
2.12), ao Filho (Mt 11.28; Lc 5.32) e ao Espírito Santo (Jo 16.8-11; 15.16; At
5.32). De modo semelhante, a santificação é operada por Deus (1 Ts 5.23; Ez
37.28), por Cristo (Hb 13.12; Ef 5.26) e, mediante o Espírito Santo (1 Pe 1.2;
1 Co 6.11). No entanto, uma das primeiras ministrações do Espírito no homem,
não ocorre quando este é salvo, mas quando ainda está morto em delitos e
pecados (Ef 2.1; Jo 3.5-8). Esta ministração ao pecador é dupla: convencer (do
pecado, da justiça e do juízo, Jo 16.7-11) e restringir ou deter o mal no mundo
(2 Ts 2.6-9). Portanto, a obra inicial do Espírito de Cristo no homem é o
convencimento — ato magnânimo operado pelo Espírito na comunicação da graça de
Cristo, a fim de que o pecador aceite inteligentemente a Cristo como Senhor e
Salvador. A segunda ministração não se restringe ao pecador como indivíduo, mas
a totalidade deles sendo guardados da operação do mal no mundo. É evidente de
que não se trata de eliminar o mal, mas limitá-lo, restringi-lo, diminuir-lhe a
eficácia de acordo com os propósitos divinos, como demonstram o texto citado.
Somente então, quando o tempo predeterminado por Deus for cumprido, é que o
iníquo se revelará e, durante sete atribulados anos, os pecadores sofrerão, até
que o Rei dos reis retorne para exercer total autoridade.
Em
razão de suas operações dinâmicas (Gn 1.2), o Espírito Santo é mais mencionado
no Antigo Testamento como “Espírito”. Já no Novo, Ele é citado como “Espírito
Santo”, o que destaca seu principal ministério na igreja: santificar o crente.
Esta
distinção de ofício do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento é claramente
percebida em 2 Coríntios 3.7,8. O versículo 8 assevera: “Como não será de maior
glória o ministério do Espírito?”.
AS MINISTRAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO E A
SALVAÇÃO
1. O
novo nascimento pelo Espírito (Jo 3.3-8). O novo nascimento abrange a
regeneração e a conversão, que são dois lados de uma só realidade. Enquanto a
regeneração enfatiza o nosso interior, a conversão, o nosso exterior. Quem diz
ser nascido de novo deve demonstrar isso no seu dia-a-dia. A expressão “de
novo” (v.3), de acordo com o texto original, significa “nascer do alto, de
cima, das alturas”. Isto quer dizer que se trata de um nascimento espiritual
realizado pelo Espírito Santo. O homem natural, portanto, desconhece esse novo
nascimento (vv.4-12; ler Jo 16.7-11; Tt 3.5).
2. A
habitação do Espírito no crente (Jo 14.16,17; Rm 8.9). No Antigo
Testamento o Espírito agia entre o povo de Deus (Ag 2.5; Is 63.11b), mas com o
advento de Cristo e por sua mediação, o Espírito habita no crente (Jo
20.21,22). Este privilégio é também reafirmado em 1 Co 3.16; 6.19; 2 Co 6.16;
Gl 4.6.
3. O
testemunho do Espírito de que somos filhos de Deus (Rm 8.15,16). Esse
testemunho é uma plena convicção produzida no crente pelo Espírito Santo de
que:
a) Deus é o nosso Pai celeste. “Pelo qual
clamamos: ‘Aba, Pai’” (v.15).
b) Somos filhos de Deus. “O mesmo Espírito
testifica... que somos filhos de Deus” (v.16). É pois, um testemunho objetivo e
subjetivo, da parte do Espírito Santo, concernente à nossa salvação em Cristo.
4. A fé
pelo Espírito Santo para a salvação. É a vida de fé (Rm 1.17), “pelo
Espírito” (Gl 5.5). Tal fé, segundo At 11.24, procede do Espírito a fim de que
o crente permaneça fiel por meio da manifestação do fruto do Espírito (Gl
5.22b). Uma coisa decorre da outra. Os heróis de Hebreus 11 venceram “pela fé”,
porque o Espírito a supria (2 Co 4.13; Hb 10.38).
5. A
santificação posicional do crente. A santificação sob este aspecto é
perfeita e completa “em Cristo”, mediante a fé. Ela ocorre por ocasião do novo
nascimento (1 Co 1.2; Hb 10.10; Cl 2.10; 1 Jo 4.17; Fp 1.1), sendo simultânea
com a justificação “em Cristo” (1 Co 6.11; Gl 2.17a).
AS MINISTRAÇÕES DO ESPÍRITO
SANTO E OS SALVOS
1. O
batismo “do” ou “pelo” Espírito Santo para o crente (1 Co 12.13; Gl 3.27; Rm
6.3). Este batismo “do” ou “pelo” Espírito é algo tão real, apesar de ser
espiritual, que a Bíblia o denomina como “batismo”. Em todo batismo, como já
afirmamos, há três pontos inerentes: um batizador; um batizando; e um meio em
que o candidato é imerso. No batismo pelo Espírito Santo, o batizador é o
Espírito de Deus (1 Co 12.13); o batizando é o novo convertido; e, o elemento
em que o recém-convertido é imerso, é a igreja, como corpo místico de Cristo (1
Co 12.27; Ef 1.22, 23). Portanto, o Espírito Santo realiza esse batismo
espiritual no momento da nossa conversão, inserindo o crente na igreja (Mt
16.18). Logo, todos os salvos são batizados “pelo” Espírito Santo para
pertencerem ao corpo de Cristo — a Igreja, mas nem todos são batizados “com” ou
“no” Espírito.
2. O
batismo “com” ou “no” Espírito Santo (At 1.4,5,8; 2.1-4; 10.44-46; 11.16;
19.2-6). A evidência física desse glorioso batismo são as línguas
sobrenaturais faladas pelo crente conforme o Espírito concede. É uma
ministração de poder do alto pelo Espírito, provida pelo Pai, mediante o Senhor
Jesus (Jo 14.26; At 2.32,33).
3. O
fruto do Espírito através do crente (Gl 5.22,23; Ef 5.9; Jo 15.1-8,16). A
evidência de que alguém continua cheio do Espírito é a manifestação do fruto do
Espírito em sua vida (Mt 3.8; 7.20). Um cristão que afirma ser nascido de novo,
mas seu modo de viver dentro e fora da igreja desmente o que ele afirma, é uma
contradição; um escândalo e pedra de tropeço para os descrentes e os cristãos
mais fracos. É pela sua habitação e presença permanente no crente, regendo-o em
tudo, que o Espírito produz o seu fruto, como descrito em Gl 5.22.
4. A
santificação progressiva do crente (1 Pe 1.15,16; 2 Co 7.1; 3.17,18). Essa
verdade é declarada no texto original de Hebreus 10.10,14. No versículo 10, a
ênfase recai sobre o estado ou a posição do crente — santo: “Temos sido
santificados”. O versículo 14, no entanto, não só reafirma o estado anterior,
“santo”, como declara o processo contínuo de santificação proveniente de tal
posição: “sendo santificados” (v.14). Aqui temos a santificação posicional e
progressiva.
5. A
oração no Espírito (Rm 8.26,27; Ef 6.18; Jd v.20; Zc 12.10; 1 Co
14.14,15). Esta ministração do Espírito no crente, capacita-o a orar,
inclusive a interceder por outros. Logo, só podemos orar de modo eficaz se
formos assistidos e vivificados pelo Espírito Santo. A “oração no Espírito” de
que trata Jd v.20, refere-se a essa capacidade concedida pelo Espírito.
6. O
Espírito Santo como selo e penhor (2 Co 1.22; Ef 1.13,14; 4.30; 2 Co
5.5). Devemos observar que nos tempos bíblicos, o selo era usado para
designar a posse de uma pessoa sobre algum objeto ou coisa selada. Por
conseguinte, indicava propriedade particular, segurança e garantia. Este selo,
portanto, não é o batismo com o Espírito Santo, mas a habitação do Espírito no
crente, como prova de que o mesmo é posse ou propriedade particular de Deus.
Juntamente
com o selo é mencionado o “penhor da nossa herança” (Ef 1.14). De modo
semelhante ao selo, o penhor era o primeiro pagamento efetuado a fim de se
adquirir uma propriedade. Mediante esse “depósito”, a pessoa assegurava o
objeto como propriedade exclusiva. Assim, o Senhor deu-nos o Espírito Santo,
como garantia de que somos sua propriedade exclusiva e intransferível. O Senhor
Jesus “investiu” em nós imensuráveis riquezas do Espírito como penhor ou
garantia de que muito em breve Ele virá para levar para Si sua propriedade
peculiar, a igreja de Deus (Tt 2.14).
7. A
unção do Espírito para o serviço. Jesus, nosso exemplo, foi ungido com o
Espírito Santo para servir (At 10.38; Lc 4.18,19). Assim também a igreja
recebeu a unção coletiva do Espírito (2 Co 1.21,22), mas alguns de seus membros
são individualmente ungidos para ministérios específicos, segundo os propósitos
de Deus. Vejamos a unção do Espírito sobre o crente, conforme 1 João 2.20,27.
a) “Tendes a unção do Santo”. Esta unção
santifica e separa o crente para o serviço de Deus.
b) “E sabeis tudo”. Também proporciona
conhecimento das coisas de Deus em geral.
c) “Fica em vós” (v.27). É permanente no crente.
d) “Unção que vos ensina todas as coisas” (v.27). É
didática, pois possibilita ensino contínuo das coisas de Deus.
e) “É verdadeira” (v.27). Não falha, pois procede
da verdade, que é Deus.
f) “E não é mentira” (v.27). É sem dolo; sem
falsidade. É possível que houvesse entre certos líderes daqueles dias uma falsa
unção, que imitava a verdadeira.
Na
conclusão do capítulo em estudo (2 Co 3), prorrompe jubiloso o sacro escritor,
a respeito da glória do ministério do Espírito: “Mas todos nós, com cara
descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos
transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do
Senhor” (v.18). São, portanto, maravilhosas as ministrações e dádivas do
Espírito Santo, dispensadas aos filhos de Deus (2 Co 3.8).
As
atividades do Espírito Santo na vida do crente (Parte I)
As várias facetas da obra de Deus em nossa vida após recebermos
a Salvação em Cristo
Na nova vida em Cristo, o Espírito Santo passa a habitar o nosso
interior e nos tornamos alvos de maravilhosas operações espirituais. Uma das
primeiras atividades do Espírito na nova vida é confirmar a salvação recebida.
Há uma palavra bíblica que confirma essa obra do Espírito: “O mesmo Espírito
testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16).
Essa é uma certeza e confiança que só o Espírito Santo pode conceder. Sem essa certeza, nossa salvação seria superficial. A alegria que reina no coração do crente vem do fato da absoluta certeza e convicção de que está salvo. É o Espírito dentro do crente quem fortifica essa confiança na salvação recebida. Quem salva é Jesus e quem dá a certeza da salvação é o Espírito Santo. O apóstolo Paulo escreveu aos Gálatas: “E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!” (Gl 4.6). A salvação, que proporciona essa nova vida, assegura o nosso direito de filiação a Deus. Não nos tornamos filhos de Deus apenas porque a Bíblia diz que somos, mas também porque o Espírito clama dentro de nós dizendo: “Aba, Pai!”.
Em segundo lugar, o Espírito habilita o crente, isto é, prepara-o para a vitória sobre o poder do pecado. Por si mesmo, o crente não encontra meios de vencer o pecado ao seu redor. Ele precisa de poder para vencer o pecado nas suas inumeráveis investidas. Para que ele vença, é preciso “andar no Espírito”, como diz a Palavra de Deus: “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.4).
É o Espírito quem habilita o crente a ser vitorioso, baseado no poder da obra expiatória de Cristo. Quando o Espírito está em nós, nosso espírito é fortalecido e a carne é subjugada nos seus desejos. A Bíblia confirma este fato quando diz: “Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 5.16).
Em terceiro lugar, o Espírito Santo guia o crente através da Palavra de Deus. Notemos o que Jesus falou acerca do Espírito: “Mas quando vier aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir” (Jo 16.13). A partir do momento que uma pessoa torna-se “nova criatura” em Cristo, o Espírito que nela habita guiará essa pessoa conforme os ditames da Palavra de Deus. A regra de fé e conduta do crente está inserida na Palavra de Deus.
Todas as respostas, todas as diretrizes para a vida cristã estão na Bíblia, e o Espírito Santo as tornará vivas e poderosas. Ser guiado através da Palavra de Deus pelo Espírito é viver segundo o Espírito – “mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus” (1Co 2.12).
Em quarto lugar, o Espírito faz o crente produzir “o fruto do Espírito”. Vejamos o que está escrito a esse respeito: “Mas o fruto do Espírito é caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei” (Gl 5.22-23).
Notemos que é um fruto contendo nove partes distintas. Não são nove frutos, mas um só fruto completo. Isso indica um “todo” indispensável e inseparável na vida cristã. É trabalho do Espírito habilitar o crente para produzir esse fruto. Ele em nós capacita-nos a ter as qualidades desse fruto maravilhoso. É o Espírito quem nos capacita a ser vitoriosos e producentes. Esse fruto independe de sermos batizados no Espírito Santo. Ele pode ser produzido a partir do momento em que uma pessoa se torna “nova criatura em Cristo”.
As três primeiras partes do fruto relacionam-se com Deus e a comunhão com Ele. As três outras partes do fruto relacionam-se com o próximo: “longanimidade, benignidade e bondade”. As três últimas partes do fruto relacionam-se com a vida cristã do crente: “fé, mansidão e temperança”.
Em quinto lugar, o corpo do crente torna-se templo do Espírito Santo. Diz a Bíblia: “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em nós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1Co 6.19).
Não devemos querer separar ou isolar as partes material e espiritual, o corpo e o espírito. Deus tem interesse em que corpo, alma e espírito sejam cheios da sua plenitude. Nosso espírito é o lugar da habitação, o centro e o trono do Espírito, mas nosso corpo é o seu templo.
Todo o ser do crente deve ser santificado para o Senhor e dominado por Ele. A Palavra de Deus confirma esse fato: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo vosso espírito, alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23).
A palavra santificar significa separar. Somos separados para uso do Senhor com todo o nosso ser. Se somos templo do Senhor para que Ele se manifeste em nós, devemos cuidar, não só da alma e espírito, mas também do corpo para que o mesmo esteja sempre em condições para a manifestação divina. Os vícios e pecados contra o corpo devem ser repelidos. Todo o pecado contra o corpo afeta a nossa comunhão com o Espírito que habita nele e tem seu trono no nosso espírito.
Em sexto lugar, o Espírito ajuda o crente no ministério da oração. Esse é o trabalho mais árduo para o crente – a oração. Por isso, sem a ajuda do Espírito dentro de nós, não teríamos condições de orar. Toda vez que o crente predispõe-se a orar, tem de lutar contra forças imperiosas de fora e de dentro de nós que querem impedir-nos de orar. É uma luta de âmbito espiritual e também entre a carne (nossa natureza pecaminosa) e o espírito.
Circunstâncias exteriores surgem tão logo nos dispomos a orar, mas temos que persistir e pedir ajuda do Espírito para irmos até o fim. A Palavra de Deus confirma essa ajuda: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26).
Em sétimo lugar, o Espírito reveste o crente com poder para que esse faça a vontade de Deus, para fazer a Sua obra. Que podemos fazer sem o “poder do Espírito”? Nada! Precisamos do poder de encorajamento, de renúncia, de amor, para fazermos a obra de Deus.
Os discípulos de Jesus, enquanto não foram revestidos do poder, estavam medrosos, assustados, com medo de morrer e acovardados. No Dia de Pentecostes, foram “cheios do Espírito” e suas vidas se tornaram poderosas, corajosas e atuantes. Receberam uma dinâmica espiritual capaz de vencer todos os obstáculos. Fazer o serviço de Deus sem estarmos preparados para fazê-lo é correr risco de não fazermos nada. Jesus disse aos Seus discípulos, antes de subir aos Céus: “Ficai em Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).
Esse poder capacita o crente a fazer bem a obra de Deus. Concede-lhe condições de vencer os obstáculos morais, físicos, materiais e espirituais.
Essa é uma certeza e confiança que só o Espírito Santo pode conceder. Sem essa certeza, nossa salvação seria superficial. A alegria que reina no coração do crente vem do fato da absoluta certeza e convicção de que está salvo. É o Espírito dentro do crente quem fortifica essa confiança na salvação recebida. Quem salva é Jesus e quem dá a certeza da salvação é o Espírito Santo. O apóstolo Paulo escreveu aos Gálatas: “E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!” (Gl 4.6). A salvação, que proporciona essa nova vida, assegura o nosso direito de filiação a Deus. Não nos tornamos filhos de Deus apenas porque a Bíblia diz que somos, mas também porque o Espírito clama dentro de nós dizendo: “Aba, Pai!”.
Em segundo lugar, o Espírito habilita o crente, isto é, prepara-o para a vitória sobre o poder do pecado. Por si mesmo, o crente não encontra meios de vencer o pecado ao seu redor. Ele precisa de poder para vencer o pecado nas suas inumeráveis investidas. Para que ele vença, é preciso “andar no Espírito”, como diz a Palavra de Deus: “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.4).
É o Espírito quem habilita o crente a ser vitorioso, baseado no poder da obra expiatória de Cristo. Quando o Espírito está em nós, nosso espírito é fortalecido e a carne é subjugada nos seus desejos. A Bíblia confirma este fato quando diz: “Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 5.16).
Em terceiro lugar, o Espírito Santo guia o crente através da Palavra de Deus. Notemos o que Jesus falou acerca do Espírito: “Mas quando vier aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir” (Jo 16.13). A partir do momento que uma pessoa torna-se “nova criatura” em Cristo, o Espírito que nela habita guiará essa pessoa conforme os ditames da Palavra de Deus. A regra de fé e conduta do crente está inserida na Palavra de Deus.
Todas as respostas, todas as diretrizes para a vida cristã estão na Bíblia, e o Espírito Santo as tornará vivas e poderosas. Ser guiado através da Palavra de Deus pelo Espírito é viver segundo o Espírito – “mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus” (1Co 2.12).
Em quarto lugar, o Espírito faz o crente produzir “o fruto do Espírito”. Vejamos o que está escrito a esse respeito: “Mas o fruto do Espírito é caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei” (Gl 5.22-23).
Notemos que é um fruto contendo nove partes distintas. Não são nove frutos, mas um só fruto completo. Isso indica um “todo” indispensável e inseparável na vida cristã. É trabalho do Espírito habilitar o crente para produzir esse fruto. Ele em nós capacita-nos a ter as qualidades desse fruto maravilhoso. É o Espírito quem nos capacita a ser vitoriosos e producentes. Esse fruto independe de sermos batizados no Espírito Santo. Ele pode ser produzido a partir do momento em que uma pessoa se torna “nova criatura em Cristo”.
As três primeiras partes do fruto relacionam-se com Deus e a comunhão com Ele. As três outras partes do fruto relacionam-se com o próximo: “longanimidade, benignidade e bondade”. As três últimas partes do fruto relacionam-se com a vida cristã do crente: “fé, mansidão e temperança”.
Em quinto lugar, o corpo do crente torna-se templo do Espírito Santo. Diz a Bíblia: “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em nós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1Co 6.19).
Não devemos querer separar ou isolar as partes material e espiritual, o corpo e o espírito. Deus tem interesse em que corpo, alma e espírito sejam cheios da sua plenitude. Nosso espírito é o lugar da habitação, o centro e o trono do Espírito, mas nosso corpo é o seu templo.
Todo o ser do crente deve ser santificado para o Senhor e dominado por Ele. A Palavra de Deus confirma esse fato: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo vosso espírito, alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23).
A palavra santificar significa separar. Somos separados para uso do Senhor com todo o nosso ser. Se somos templo do Senhor para que Ele se manifeste em nós, devemos cuidar, não só da alma e espírito, mas também do corpo para que o mesmo esteja sempre em condições para a manifestação divina. Os vícios e pecados contra o corpo devem ser repelidos. Todo o pecado contra o corpo afeta a nossa comunhão com o Espírito que habita nele e tem seu trono no nosso espírito.
Em sexto lugar, o Espírito ajuda o crente no ministério da oração. Esse é o trabalho mais árduo para o crente – a oração. Por isso, sem a ajuda do Espírito dentro de nós, não teríamos condições de orar. Toda vez que o crente predispõe-se a orar, tem de lutar contra forças imperiosas de fora e de dentro de nós que querem impedir-nos de orar. É uma luta de âmbito espiritual e também entre a carne (nossa natureza pecaminosa) e o espírito.
Circunstâncias exteriores surgem tão logo nos dispomos a orar, mas temos que persistir e pedir ajuda do Espírito para irmos até o fim. A Palavra de Deus confirma essa ajuda: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26).
Em sétimo lugar, o Espírito reveste o crente com poder para que esse faça a vontade de Deus, para fazer a Sua obra. Que podemos fazer sem o “poder do Espírito”? Nada! Precisamos do poder de encorajamento, de renúncia, de amor, para fazermos a obra de Deus.
Os discípulos de Jesus, enquanto não foram revestidos do poder, estavam medrosos, assustados, com medo de morrer e acovardados. No Dia de Pentecostes, foram “cheios do Espírito” e suas vidas se tornaram poderosas, corajosas e atuantes. Receberam uma dinâmica espiritual capaz de vencer todos os obstáculos. Fazer o serviço de Deus sem estarmos preparados para fazê-lo é correr risco de não fazermos nada. Jesus disse aos Seus discípulos, antes de subir aos Céus: “Ficai em Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).
Esse poder capacita o crente a fazer bem a obra de Deus. Concede-lhe condições de vencer os obstáculos morais, físicos, materiais e espirituais.
Atividades
do Espírito na vida do crente (Parte 2)
As manifestações distintas do Espírito Santo em nossas vidas
Existem várias maneiras pelas quais o Espírito Santo se manifesta
na vida do crente. Neste segundo artigo, trataremos fundamentalmente de duas
principais manifestações.
Chamaremos essa primeira manifestação do Espírito Santo de “efusão do Espírito” e a segunda, de “batismo no Espírito Santo”.
Que é efusão? É o derramamento interior, caracterizado pela entrada do Espírito Santo em nossa vida interior. A expressão mais simples para denotar a efusão espiritual é a que conhecemos por “ser cheio do Espírito”. Paulo exortou a Igreja em Éfeso com estas palavras: “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).
Ou seja, a efusão do Espírito é quando o Espírito Santo penetra na parte mais recôndita do nosso ser, enche o nosso interior de alegria da salvação, do gozo, da paz e da glória de Deus, que excedem todo o entendimento.
A diferença entre “ser cheio do Espírito Santo” e “ser batizado no Espírito Santo” é facilmente percebida pelo testemunho que a própria Bíblia dá quanto a essas duas experiências.
Um crente pode ser “cheio do Espírito” sem ser “batizado no Espírito Santo”. Estar cheio do Espírito significa estar pleno da nova vida em Cristo. Toda pessoa quando aceita a Cristo recebe a imediata habitação do Espírito Santo no seu interior. E todas as bênçãos da salvação, como a convicção do perdão dos pecados, a cura de doenças, o desejo de servir a Deus e a paz interior, são produzidas pelo Espírito na vida do crente.
Já a disposição e a alegria fervorosa para servir e louvar a Deus, bem como o ímpeto para evangelizar, resultam de uma vida “cheia do Espírito”.
Por sua vez, ser batizado no Espírito é uma experiência distinta que equivale a ser mergulhado na fonte do Espírito. Metaforicamente, ser cheio do Espírito equivale a receber um derramamento por cima e para dentro. É como tomar água da fonte e derramar dentro de uma vasilha até enchê-la, sem imergi-la na dita fonte. Entretanto “ser batizado” significa ser mergulhado dentro da fonte. É imergir a vasilha na fonte.
Que o Espírito nos capacite a viver de acordo com as diretrizes espirituais que a Palavra de Deus tem para os que “vivem segundo o espírito, e não segundo a carne”.
Chamaremos essa primeira manifestação do Espírito Santo de “efusão do Espírito” e a segunda, de “batismo no Espírito Santo”.
Que é efusão? É o derramamento interior, caracterizado pela entrada do Espírito Santo em nossa vida interior. A expressão mais simples para denotar a efusão espiritual é a que conhecemos por “ser cheio do Espírito”. Paulo exortou a Igreja em Éfeso com estas palavras: “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).
Ou seja, a efusão do Espírito é quando o Espírito Santo penetra na parte mais recôndita do nosso ser, enche o nosso interior de alegria da salvação, do gozo, da paz e da glória de Deus, que excedem todo o entendimento.
A diferença entre “ser cheio do Espírito Santo” e “ser batizado no Espírito Santo” é facilmente percebida pelo testemunho que a própria Bíblia dá quanto a essas duas experiências.
Um crente pode ser “cheio do Espírito” sem ser “batizado no Espírito Santo”. Estar cheio do Espírito significa estar pleno da nova vida em Cristo. Toda pessoa quando aceita a Cristo recebe a imediata habitação do Espírito Santo no seu interior. E todas as bênçãos da salvação, como a convicção do perdão dos pecados, a cura de doenças, o desejo de servir a Deus e a paz interior, são produzidas pelo Espírito na vida do crente.
Já a disposição e a alegria fervorosa para servir e louvar a Deus, bem como o ímpeto para evangelizar, resultam de uma vida “cheia do Espírito”.
Por sua vez, ser batizado no Espírito é uma experiência distinta que equivale a ser mergulhado na fonte do Espírito. Metaforicamente, ser cheio do Espírito equivale a receber um derramamento por cima e para dentro. É como tomar água da fonte e derramar dentro de uma vasilha até enchê-la, sem imergi-la na dita fonte. Entretanto “ser batizado” significa ser mergulhado dentro da fonte. É imergir a vasilha na fonte.
Que o Espírito nos capacite a viver de acordo com as diretrizes espirituais que a Palavra de Deus tem para os que “vivem segundo o espírito, e não segundo a carne”.
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