A ORIGEM DO PENTECOSTES CRISTÃO
O ponto de partida. No Dia de Pentecostes, em
Jerusalém, cumpriu-se a promessa que o Senhor Jesus fizera aos seus discípulos:
a vinda do Consolador (Jo 14.16; At 2.1-4). Inaugurou-se, assim, um novo tempo
para o povo de Deus que passou a usufruir de um abundante derramamento do Espírito
Santo, conforme havia profetizado Joel (Jl 2.28-31). Sim, o que Jesus prometera
tornou-se realidade (Lc 24.49). Mas qual a origem do Pentecostes? E por que as
igrejas que crêem na atualidade do batismo com o Espírito Santo e dos dons
espirituais são denominadas pentecostais?
Como surgiu o termo pentecostalismo. A
expressão “pentecostalismo” procede do vocábulo grego pentekosté que significa quinquagésimo. O
Pentecostes era a segunda das três principais festas judaicas (Lv 23) e recebe
esse nome por ser comemorado cinquenta dias após a Páscoa (Lv 23.16). Era
também conhecido como a Festa das Semanas, Festa das Primícias e Festa da
Colheita (Êx 34.22). Foi durante o Pentecostes que os quase 120 que oravam no
cenáculo receberam o batismo com o Espírito Santo (At 1.3; 2.1-13).
Do Pentecostes judaico ao cristão. Devido
à destruição do Santo Templo em 70 d.C, os judeus ficaram impossibilitados de
praticar muitos de seus rituais e liturgias. Mas para os cristãos, o
Pentecostes, em virtude do derramamento do Espírito Santo, adquiriu um novo
sentido. Tornou-se sinônimo do ministério, operações, atos poderosos e
manifestações sobrenaturais do Espírito Santo na Igreja e através da Igreja (At
19.1-20).
A
TRAJETÓRIA DO PENTECOSTALISMO
A promessa da efusão do Espírito. Deus
revelou ao profeta Joel que, nos últimos dias, haveria uma efusão do Espírito
Santo sobre os fiéis (Jl 2.28-32). Por conseguinte, a promessa do derramamento
do Espírito Santo não se destinava apenas aos crentes que se achavam reunidos
no cenáculo, mas diz respeito a todos os servos de Deus em todos os lugares e
épocas (At 2.1-13, 39). O Movimento Pentecostal implica numa ação contínua e
renovadora do Espírito Santo na vida da Igreja, fazendo com que esta cumpra cabalmente
as demandas da Grande Comissão (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20).
O Movimento Pentecostal tem o testemunho dos séculos. O
escritor e jornalista Emílio Conde evidencia em O Testemunho dos Séculos, através de inúmeras provas,
que o Pentecostalismo é um movimento legitimamente bíblico e que,
historicamente, não se restringiu à Igreja Primitiva. Não é, portanto, um
modismo sueco ou norte-americano. Em seu Dicionário
do Movimento Pentecostal, afirma o historiador Isael de Araujo que
o “pentecostalismo, em suas diferentes formas, tem existido por toda a história
cristã, tanto do Ocidente como no Oriente, desde o Dia de Pentecostes, em
Jerusalém”. No verbete “cronologia do pentecostalismo mundial”, o autor mostra
um panorama das manifestações históricas do pentecostalismo do primeiro até ao
século vinte.
O genuíno Pentecostalismo. Como
distinguir o verdadeiro do falso pentecostalismo? O genuíno pentecostalismo não
admite qualquer outra revelação além das Escrituras Sagradas, pois prima pela
ortodoxia bíblica e pela sã doutrina (Cl 1.6-9). Logo, nossa única regra de fé
e conduta é a Bíblia Sagrada, a inspirada, inerrante, absoluta e completa
Palavra de Deus.
O VERDADEIRO PENTECOSTALISMO
Características das igrejas pentecostais. São
igrejas legitimamente pentecostais as que, em primeiro lugar: a) Aceitam a
soberania da Bíblia Sagrada, como a inspirada e inerrante Palavra de Deus,
elegendo-a como infalível regra de avaliação de toda e qualquer manifestação
espiritual (2 Tm 3.16); b) Mantém a pureza da sã doutrina, conforme a
encontramos na Bíblia Sagrada (At 2.42; 1 Tm 4.16); c) Acreditam na atualidade
do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais (At 2.39); d) Cumprem
integralmente as demandas da Grande Comissão que nos deixou o Senhor Jesus (Mc
16.15-20); e) Têm compromisso com a santidade, defendem o aperfeiçoamento da
vida cristã através da leitura da Bíblia, da oração e do exercício da piedade
na consolação do Espírito Santo (Gl 5.22; 1 Ts 5.17-23; 1 Tm 4.8).
Novos movimentos. Vários movimentos,
incorretamente intitulados de pentecostais, têm surgido ao longo dos anos. Tais
dissidências acabaram criando um segmento esotérico, místico e sincrético que
em nada lembra o verdadeiro cristianismo (Cl 2.18).
Tais são
os desvios doutrinários desses movimentos que eles, sequer, podem ser
considerados cristãos, pois incorporaram às suas liturgias práticas místicas e
antibílicas, fazendo uso de sal grosso, rosa ungida, óleo e água
“santificados”, culto aos anjos, etc. Tais práticas são heréticas e
inadmissíveis, não tendo nenhum respaldo na Palavra de Deus.
Não
podemos nos esquecer, também, de extravagâncias doutrinárias como, por exemplo,
a teologia da prosperidade, confissão positiva, quebra de maldição,
triunfalismo e outros aleijões teológicos e heresias.
O
verdadeiro Movimento Pentecostal teve sua origem no Dia de Pentecostes. Os anos
se passaram, mas a chama pentecostal continua a arder, pois a promessa do
batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais é para nós também.
Conservemos, pois, o legítimo pentecostalismo, conforme o encontramos nas
Sagradas Escrituras.
Neste
Centenário das Assembleias de Deus no Brasil, preservemos e vivamos com
intensidade o avivamento que nos legaram Daniel Berg e Gunnar Vingren.
Pentecostes.“Pentecostes era a segunda das três grandes
festas de Israel (Dt 16.16). Suas principais passagens estão em Êxodo 23.16,
Levítico 23.15-22, Números 28.26-31 e Deuteronômio 16.9-12. A palavra grega
Pentecostes (pentekosté)
significa ‘quinquagésimo’, referindo-se ao quinquagésimo dia depois da oferta
de manjares durante a Festa dos Pães Asmos (At 2.1; 20.16; 1 Co 16.8).
Outro
título pelo qual esta festa é conhecida é a Festa das Semanas (Êx 34.22; Dt
16.10,16; 2 Cr 8.13), que se refere a sete semanas após a oferta das primícias;
a Festa da Colheita (Êx 23.16), referindo-se à conclusão das colheitas de
grãos; o dia das primícias (Nm 28.26), falando das primícias de uma colheita
terminada, e mais tarde os judeus a chamaram solenemente de assembleia, que foi
aplicado ao encerramento da festa da estação da colheita. Embora as Escrituras
não afirmem especificamente seu significado histórico, elas parecem indicar
basicamente uma festa da colheita.
[...]
Em Números 28.26 o Pentecostes é chamado tanto de Festa das Semanas como de
Festa das Primícias. Esta Festa das Primícias não deve ser confundida com as
primícias oferecidas durante os dias dos pães asmos.No NT, o Pentecostes está
relacionado ao dom do Espírito Santo (At 2.1-4). Cristo ascendeu como as primícias
da ressurreição (1 Co 15.23), e 50 dias depois deste evento veio o derramamento
do Espírito Santo, dando início ao cumprimento da profecia de Joel (Jl
2.28-32)”(Dicionário Bíblico
Wycliffe. RJ: CPAD, 2009, pp.1500-01).
“Os
historiadores que se ocupam do Avivamento Pentecostal no século 20 são unânimes
em mencionar a Rua Azuza, em Los Angeles, Califórnia, em 1906, como o centro
irradiador de onde o avivamento se espalhou para outras cidades e nações.A Rua
Azuza transformou-se em poderosa fogueira divina, onde centenas e milhares de
pessoas de todos os pontos da América, ao chegarem atraídas pelos
acontecimentos e para ver o que estava se passando ali, eram batizadas com o
Espírito Santo, e ao retornarem para suas cidades levavam essa chama viva que
alcançava também outras pessoas.
Porém,
quem havia trazido a mensagem pentecostal a Los Angeles fora uma senhora
metodista, que, por sua vez, a recebera na cidade de Houston, quando tinha ido
visitar seus parentes. Antes dessa data (1906), podemos citar também os
avivamentos ocorridos na Suécia em 1858, e na Inglaterra em 1740. Na América do
Norte, podem-se mencionar os avivamentos nos Estados de Nova Inglaterra em
1854, e na cidade de Moorehead, em 1892, seguidos dos de Caiena, Kansas, em
1903, e Orchard e Houston, em 1904 e 1905, respectivamente.
Os
membros das várias igrejas, uns por curiosidade, outros por desejo de receber
mais graça do céu, chegavam para ver com os próprios olhos aquele fenômeno.
Muitos deles traziam consigo a opinião de que tudo aquilo não passava de obra
de fanáticos. Porém, todos saíam dali convencidos de que era um movimento
divino, e transformavam-se em testemunhas e propagandistas do Movimento
Pentecostal que se iniciara naquela ruazinha em Los Angeles.
[...]
Dentro em pouco os grandes centros urbanos norte-americanos foram alcançados
pelo avivamento. Uma das cidades que mais se destacaram e se projetaram no
Movimento Pentecostal foi Chicago. As boas-novas do avivamento alcançaram,
praticamente, todas as igrejas evangélicas da cidade. Em algumas, houve
oposição da parte de uns poucos crentes, porém o avivamento triunfou, pois,
além de outras características que o recomendavam, ele se destacava pelo
espírito evangelístico e pelo interesse que despertava pelo evangelismo dos
outros povos. Ou seja: cada um que se convertia, transformava-se também em
missionário” (CONDE,
E. História das Assembleias de
Deus no Brasil. 1.ed., RJ: CPAD, pp.23-4).
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