domingo, 3 de agosto de 2014

AVIVAMENTO NA CHINA E NEY YORK

                      

                              O Segredo de John Hyde



Por: John Hyde
Meu pai era um pastor presbiteriano, e minha mãe, uma cristã muito dedicada com uma linda voz consagrada ao Senhor. Quando jovem, decidi que seria um missionário, um missionário que se sobressaísse. Eu queria brilhar como missionário extraordinário. Terminei meu curso universitário e me saí muito bem. Formei-me e me senti um tanto orgulhoso do título “bacharel” que agora constava depois do meu nome.
Estava determinado a dominar os idiomas indianos que teria de aprender; pois não queria que nada, absolutamente, servisse de empecilho para que eu me tornasse um grande missionário. Era essa minha ambição. Talvez não fosse um desejo totalmente carnal, mas em grande parte era. Eu amava o Senhor e queria servi-lo – e servi-lo de forma extraordinária –, no entanto meu ego estava na raiz da minha ambição.
Meu pai tinha um grande amigo, um colega pastor, cujo imenso desejo de ser missionário nunca fora realizado. Ele tinha grande interesse em mim e estava encantado que o filho do seu grande amigo tinha planos de ir à Índia como missionário. Ele me amava, e eu também o amava e admirava.
No dia em que subi a bordo do navio em Nova York, para empreender a missão da minha vida na Índia, encontrei no meu camarote uma carta endereçada a mim. Reconheci a caligrafia desse amigo do meu pai. Abri a carta, que não era muito grande, e encontrei, em síntese, a seguinte mensagem: “Não deixarei de orar por você, caro John, enquanto não estiver cheio do Espírito Santo”.
As palavras mexeram com meu orgulho, e fiquei muito bravo. Amassei a carta e joguei-a num canto do camarote. Subi ao convés do navio com espírito muito agitado. Imagine só que absurdo: implicar que eu não estava cheio do Espírito! Aqui estava eu, embarcando como missionário, determinado a ser um excelente missionário – e ele tinha a coragem de insinuar que eu não estava equipado adequadamente para a obra!
Andei agitado para cima e para baixo naquele convés, uma batalha ardendo no meu interior. Senti um enorme desconforto. Eu amava o homem que me escrevera aquele bilhete. Sabia da vida santa que levava, e, lá no meu íntimo, desconfiava que ele podia estar com a razão: eu não tinha mesmo condições de ser missionário.
Depois de algum tempo, voltei para o camarote e fiquei de joelhos para procurar a carta amassada. Peguei-a do chão e alisei-a; li o conteúdo novamente, vez após vez. Ainda me senti irritado pelas palavras, porém a convicção crescia dentro de mim de que esse homem estava certo e eu, errado. Esse processo continuou durante dois ou três dias, deixando-me completamente agoniado. Tudo isso nada mais era do que a bondade do Senhor atendendo às orações do amigo do meu pai, que certamente havia batalhado em oração e tomado posse da vitória em meu favor.
Finalmente, quase em desespero, clamei ao Senhor para me encher com o Espírito Santo. No mesmo instante, parecia que as nuvens escuras haviam desaparecido por completo. Pude ver a mim mesmo e a minha ambição egoísta. Tive uma batalha até o final da minha viagem no navio, mas, bem antes de chegar ao meu destino, decidi firmemente que, fosse qual fosse o preço, eu realmente precisava ser cheio do Espírito.
O segundo momento culminante foi quando senti desejo de dizer ao Senhor que estava disposto até a ser reprovado nos meus exames nos idiomas na Índia e a ser um missionário trabalhando em silêncio e anonimato; que eu faria qualquer coisa e seria qualquer coisa, mas precisava receber o Espírito Santo a qualquer custo.
Num dos primeiros dias na Índia, enquanto estava hospedado com um outro missionário experiente, saí com ele para um culto ao ar livre. O missionário pregou, e fui informado de que ele estava falando a respeito de Jesus Cristo como o Salvador que liberta do pecado.
Depois de terminada a pregação, um homem com aparência ilustre, falando bom inglês, perguntou ao missionário se ele mesmo já tivera tal experiência de salvação do pecado. A pergunta foi direto ao meu coração, porque, se a mesma pergunta tivesse sido dirigida a mim, eu teria sido obrigado a confessar que Jesus ainda não me salvara totalmente, já que ainda havia pecado na minha vida. Reconheci que teria sido uma terrível desonra ao nome de Cristo se eu fosse obrigado a confessar que estava pregando Jesus, proclamando aos outros que era um Salvador perfeito, enquanto eu mesmo não estava liberto.
Voltei ao meu quarto e me tranquei lá dentro. Disse para o Senhor que teria que acontecer uma de duas coisas: ou ele me libertava de todos os meus pecados, especialmente daquele que me atormentava constantemente, ou eu teria de voltar para minha terra e buscar uma outra atividade lá. Declarei que não podia ficar diante das pessoas para pregar o Evangelho enquanto eu mesmo não pudesse testemunhar do seu poder e eficácia na minha vida.
Fiquei lá durante algum tempo, enfrentando essa questão e reconhecendo que era extremamente razoável que tomasse tal posição. O Senhor me assegurou que era capaz e desejoso de me libertar de todo o pecado e que realmente era sua vontade que eu estivesse na Índia. E, de fato, ele me libertou de tal forma que nunca mais duvidei da sua obra completa. Posso agora ficar diante de quem quer que seja e testemunhar, sem hesitar, da vitória que recebi. É meu prazer hoje testificar desse fato e contar a todos da maravilhosa fidelidade de Cristo meu Senhor e Salvador.
John Hyde (1865-1912) foi missionário durante quase vinte anos na Índia. Foi chamado “O Homem que Orava”, pois a oração passou a ser sua ocupação principal. Suas orações produziram resultados impressionantes: um avivamento em 1910 na Índia e muitas conversões diárias. 

 

 

  

                         Arrependimento na China


                 Por: Jonathan Goforth (1859-1936
) 
Jonathan Goforth foi missionário na China, junto com sua esposa Rosalind Goforth, de 1888 a 1934. Durante a Rebelião Boxer de 1900, ele e sua família foram milagrosamente salvos da morte e conseguiram escapar. Quando retornaram depois, Deus os usou poderosamente em evangelismo e avivamentos na China.
A comunidade cristã em Shinminfu fora terrivelmente perseguida durante a rebelião Boxer de 1900 na China. Cinqüenta e quatro pessoas foram  martirizadas. Aquelas que sobreviveram prepararam uma lista com 250 nomes das pessoas que participaram, de alguma maneira, no massacre. A idéia era de que, um dia, elas conseguiriam vingar-se dos assassinos.
Estávamos no meio de um avivamento nessa mesma cidade, alguns anos depois. No quarto dia das reuniões, à tarde, chegamos a um ponto crítico. Tive a sensação de que era uma testemunha num cenário de julgamento. Após três horas de reunião, dei a bênção para tentar despedir o povo.
Imediatamente, surgiram clamores de todas as partes da congregação. “Por favor, tenha piedade de nós e permita que a reunião continue. Não temos conseguido dormir há várias noites, e assim será esta noite também se você não nos der uma chance de nos livrarmos de nossos pecados.”
Pedi a uma missionária que levasse as senhoras e as garotas para a ala feminina da escola e ficasse lá com elas até as coisas se acalmarem. Não vi nenhuma outra possibilidade de levar a reunião a um encerramento.
Enquanto as senhoras e as garotas saíam uma por uma, um dos evangelistas veio para a frente e ajoelhou-se. Ele confessou vários pecados, aparentemente de forma bem sincera, porém a carga que visivelmente pesava sobre sua consciência não parecia ter sido aliviada em nada.
“Já que você confessou seus pecados”, eu disse para ele, “Deus é fiel e justo para perdoar-lhe de todos e para purificá-lo de toda injustiça. Vá em paz.”
“Mas não confessei o pior de todos”, ele exclamou em lágrimas. “Eu não quero perdoar.”
“Então, evidentemente Deus não pode perdoar você”, respondi.
“É impossível, humanamente, que eu perdoe”, ele explicou angustiado. “No tempo dos Boxers, um homem veio e assassinou meu pai. Desde então, senti que era minha obrigação vingar-me de sua morte. Faz poucos dias que um amigo me escreveu dizendo: ‘Onde está sua lealdade de filho? Seu pai foi assassinado, e você continua sem vingá-lo. Você nem é digno de ser meu amigo’. Assim, eu não posso perdoar àquele homem. Preciso destruí-lo.”
“Receio dizer-lhe, então”, eu disse, “que a Palavra de Deus é muito clara quando afirma que o Senhor tampouco perdoará a você.”
Depois disso, ele não respondeu mais nada, porém continuou ali de joelhos, chorando.
Em seguida, um garoto, aluno da escola, levantou-se e disse: “Em 1900, os Boxers vieram à minha casa e mataram meu pai. Durante todos esses anos, sempre achei que não havia outro caminho a seguir, a não ser vingar aquele mal depois que eu me tornasse homem. Agora, porém, nesses últimos dias, o Espírito Santo me fez sentir tão incomodado que não consigo comer ou dormir ou fazer outra coisa. Sei que ele está instando comigo para perdoar aos assassinos por amor de Jesus. Por favor, orem por mim.”
Um outro moço contou como seu pai, sua mãe e seu irmão mais velho também foram mortos pelos Boxers. No total, nove garotos foram à frente aquele dia para contar como pais, mães, irmãos e irmãs haviam sido assassinados diante de seus olhos, e como desde então eles haviam vivido na esperança de que um dia conseguiriam vingar essas mortes. Mas todos confessaram que estavam se sentindo muito mal, profundamente incomodados e sem paz, e pediram que orássemos por eles a fim de que tivessem graça para perdoar àqueles que lhes haviam feito tanto mal.
Depois que as senhoras e garotas saíram, a reunião continuou por mais duas horas e meia. Houve uma corrente ininterrupta de confissões até o fim. E durante todo esse tempo, o evangelista que não conseguia perdoar estava ajoelhado ali na frente, chorando. No final da reunião, ele finalmente se colocou em pé e olhou para a congregação. Seu rosto estava cansado e angustiado.
“Já tomei minha decisão”, ele bradou. “Não vou descansar enquanto não matar o homem que assassinou meu pai.”
Achei que nunca mais o veria.
Quando voltei para o auditório das reuniões, porém, no dia seguinte, lá estava ele perto da plataforma, com o rosto brilhando como a luz da manhã. Ele pediu minha permissão para dizer algumas palavras antes de iniciar a pregação.
Virando-se para o grupo de alunos, ele disse: “Eu queria convidar os garotos que confessaram ontem e pediram graça para perdoar aos assassinos de seus pais e familiares para que viessem aqui à frente, por favor.”
Os nove rapazes saíram de seus lugares e ficaram enfileirados à frente da congregação.
Eu ouvi suas confissões ontem à noite, garotos”, o evangelista começou. “Ouvi vocês dizerem que estavam dispostos a perdoar àqueles que mataram seus familiares. Depois vocês me ouviram, um líder na igreja, declarar que eu não poderia perdoar e que não descansaria enquanto não tivesse me vingado do homem que matou meu pai.
Quando cheguei em casa depois da reunião, pensei em como o diabo tiraria proveito do meu exemplo para tentar ridicularizar vocês na posição que tomaram. As pessoas diriam que vocês são jovens demais para conhecer a própria mente ou coração. Olhariam para mim como um homem inteligente que certamente conhecia o próprio coração e diriam: ‘É claro que ele não acredita naquela conversa tola sobre perdoar seus inimigos’.
Portanto, a fim de que o diabo não tire proveito para induzi-los a andar no caminho errado, eu comprei estes nove hinários que vou dar de presente a vocês, na esperança de que, cada vez que os abrirem para louvar a Deus com os hinos nestas páginas, vocês se lembrem de como eu, um evangelista, recebi a graça de Deus para perdoar ao assassino do meu pai.
Logo em seguida, a lista contendo os nomes das pessoas contra quem os cristãos haviam planejado se vingar foi apresentada, na frente da congregação, e foi rasgada em pedaços pequeninos, para serem jogados fora e esquecidos para sempre.

 

fonte o arauto da sua vinda 

 

 

 


 

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