domingo, 3 de agosto de 2014

AVIVA A TUA OBRA ,Ó SENHOR

                         

                           Aviva a Tua Obra, ó Senhor


Eis uma oração que precisa ser feita por todos os santos: “Aviva a tua obra, ó Senhor!” (Hc 3.2).
Há ocasiões em que a necessidade de um avivamento é visível. Em outras, é conhecida somente por Deus. Pode não haver nenhum lapso aparente, nenhuma incoerência clara, nenhuma falha flagrante. A conduta e o caráter podem parecer irrepreensíveis como sempre. Mesmo assim, é possível que haja uma deficiência de apetite espiritual, uma ausência de comunhão com o Bem-Amado, uma negligência na oração pessoal, um desleixo no estudo da Palavra de Deus, um descuido no cultivo pessoal da alma. Em tais casos, embora não se perceba qualquer sintoma externo de falha, é só uma questão de tempo e virá à tona, a menos que haja um avivamento interno.
Se faz tempo que você não vê a face do Senhor, se perdeu de vista seu Amado, se não tem conversado com ele, se percebeu que ele já se retirou e foi embora (Ct 5.6), comece agora mesmo a buscar, do fundo do coração, e clame com intensidade: “Aviva a tua obra, ó Senhor! Traze de volta meu apetite espiritual, minha paixão por Cristo, meu amor pelas pessoas perdidas, meu anseio pela glória de Deus, minha fome e minha sede de justiça. Traze-os de volta! Aviva a tua obra, ó Senhor!”.

A Importância Desta Oração

Se houver consciência de que há, em sua vida, uma necessidade de avivamento espiritual, se seu coração estiver indagando: “Como posso orar? O que devo orar? Como posso retornar ao Senhor?”, então ouça esta oração do profeta: “Aviva a tua obra, ó Senhor!”.Habacuque não está pedindo “Senhor, ajuda-me a fazer a obra”, mas está orando para que o próprio Deus comece a agir novamente.
Se você é cristão, Deus já começou a trabalhar no seu coração, porque “somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). E se você realmente nasceu de novo, se é de fato um filho de Deus, então Deus, que é o criador de todos os mundos, já começou a agir no seu coração e na sua vida.
A oração aqui é que Deus avive a obra dele, que volte a trabalhar no seu interior. Se seu amor ficou estagnado e paralisado, se você parou de crescer em Cristo em todas as áreas, se desistiu de correr com paciência a carreira que lhe foi proposta, se sua vida cristã estacionou, se o único progresso que experimenta é mera profissão exterior dos lábios, se não existe verdadeira comunhão com Deus, um andar sincero com ele, um intercâmbio com os céus –, então é porque o Espírito de Deus ficou entristecido e foi embora.
O muro ficou inacabado? O templo está incompleto? O Espírito Santo não está disciplinando e ensinando você, sondando-o e ardendo no seu interior com a preciosa Palavra, levando-o a paragens mais altas e sublimes? Se a situação for essa, é porque, de algum modo e por alguma razão, o Espírito Santo entristeceu-se a ponto de deixar de operar em sua vida; assim, a obra de Deus em seu coração está estacionada, enfraquecida, mirrada, uma desonra a Deus, porque seu Espírito não está ativo em sua vida. Oh, se estivermos nessa condição, não podemos fazer esta simples oração: “Volta para o teu templo, ó Espírito de Deus! Aviva a tua obra!”?

Deus Opera Através de Sua Palavra

Como é que Deus opera? Ele sempre opera através da Palavra, que é a espada do Espírito, de fato “mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hb 4.12).
A obra de avivamento é sempre obra de Deus. Se quisermos ser aquilo que devemos ser, se desejarmos que o amor seja reaceso no coração, que o poder para o serviço nos seja concedido, se quisermos prosseguir em conhecer o Senhor e que a graça e a paz nos sejam multiplicadas por meio do conhecimento de Deus e de Cristo Jesus nosso Senhor –, então o próprio Deus terá de agir em nossas vidas. Ele é quem efetua em nós “tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13).
Salvação é dom gratuito de Deus. A Palavra de Deus não nos dá direito de propriedade a coisa alguma, senão somente a isto: à salvação. Só há uma coisa que você pode legalmente afirmar que é sua. Você pode ter propriedade de uma casa, de acordo com as leis do país; no entanto, a morte poderá tirá-la de suas mãos. Sua esposa, seus filhos podem ser seus; porém Deus tem direito prioritário sobre eles. Você pode ter outras posses e dizer: “Isto é meu”; mesmo assim, é verdade que nada trouxemos para este mundo – e certamente nada tiraremos dele. Viemos para cá sem propriedades e sairemos da mesma forma – com esta exceção: a nossa salvação. É nossa herança, garantida a nós no último testamento do nosso gracioso Salvador. É uma propriedade de dimensões imensas, e o título será nosso para sempre. Entretanto, precisamos desenvolvê-la, cultivá-la, trabalhar nela. Por quê? Porque é Deus quem “efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”.
Alguns deixaram de desenvolver a própria salvação porque Deus cessou de operar neles. O Espírito entristeceu-se, e agora precisam fazer esta oração: “Ó Senhor, aviva a tua obra; volta para o jardim que está tomado de espinhos e ervas daninhas; volta para os campos que estão estéreis, para a vida que está infrutífera. Ó Senhor, aviva a tua obra!”. Ele é o grande Mestre, e somente enquanto habita continuamente dentro de nós é que podemos dar frutos para o louvor e a honra do seu nome.

Avivamento Sempre Começa com Oração

O texto de Habacuque é uma oração por avivamento. Você pode dizer: “Não sei por onde começar”. Comece aqui: “Aviva a tua obra, ó Senhor”. Habacuque disse: “Tenho ouvido, ó Senhor, as tuas declarações, e me sinto alarmado” (3.2). Que o Senhor nos ajude a ouvir sua voz e a temer! E, se isso acontecer, o primeiro instinto do nosso coração deve ser clamar: “Aviva a tua obra, ó Senhor” – só isso. Você não precisa inventar uma oração. Temos aqui uma oração pronta, e, se fizermos dela a oração do nosso coração, orando essas palavras com toda sinceridade, Deus nos ajudará.
“Mas eu não sinto vontade de orar.” É por isso mesmo que você deve orar!
“Eu não orei esta manhã. Faz muito tempo que não oro.” Muito bem, comece agora.
“Mas”, você pode dizer, “eu tenho que fazer tanta coisa para estar preparado para orar.” Você não tem nada a fazer antes de orar. Você precisa orar para que Deus comece a agir; à medida que Deus age, ele vai avivar a obra do Espírito no seu interior e ativar sua memória. Você se lembrará de deveres negligenciados, de pecados cometidos. Uma sucessão de coisas passará por sua mente, suficientes para mantê-lo ocupado por semanas e meses a seguir. Ele trará convicção de pecados à sua consciência, purificará seu coração, fortalecerá sua vontade; em pouco tempo, enfim, sentirá que todo o seu ser palpita com energia divina, se tão-somente fizer esta oração: “Aviva a tua obra, ó Senhor”.
Algumas pessoas imaginam que Deus se atém à terminologia de nossas orações. Não, meu amigo, nosso Deus compreende a nossa necessidade, e se você tão-somente orar, não importará muito como ora, contanto que deixe seu coração clamar a Deus “Aviva a tua obra, ó Senhor”. Eu não sei como o avivamento virá. Não sei onde vai começar, mas você pode se apegar completamente à sabedoria, à graça de Deus. Basta deixar Deus voltar e recomeçar agora a obra dele em sua vida!
Você não quer fazer essa oração hoje, caro leitor? Há alguém que possa dizer: “Eu não preciso orar assim”? Se houver, oremos por ele, porque está precisando de muita gente para orar por ele! Quão pouco temos servido ao Senhor – com quanta imperfeição, quanta desonra temos fracassado em todas as oportunidades! Não necessitamos todos de orar“Aviva a tua obra, ó Senhor”?
Esta é uma oração perfeitamente apropriada para toda igreja cristã – CADA UMA DELAS:“Aviva a tua obra, ó Senhor”. Fixe no seu coração, mais uma vez, que a nossa tarefa principal é a tarefa da oração. Pregar é inútil se não for acompanhada do poder divino. Não está no poder do homem avivar a obra de Deus: só Deus pode fazer isso. Só ele pode reavivar almas mortas e gerar daquele vale cheio de ossos um exército ativo e poderoso. Essa é obra de Deus, e somos tolos se supomos que qualquer outro além dele possa realizá-la, ou que alguém que esteja vivendo separado de Deus possa ser usado para fazê-la.
A oração é nossa atividade principal. Não é do nosso conhecimento que Deus tem necessidade, não é da nossa lógica, não é das nossas capacidades intelectuais, com toda certeza não é da nossa eloquência. A única coisa de que ele realmente precisa é do nosso coração, e se pudéssemos simplesmente nos tornar, num sentido muito mais profundo do que jamais fomos anteriormente, uma igreja que ora e que não cessa de clamar, dia e noite, diante de Deus por um grande avivamento espiritual – não haveria coisa alguma que não pudéssemos realizar!
A voz da oração não se extinguiu na igreja hoje – mas será que você tem sentido menos prazer no seu tempo de oração? Tem participado com menos frequência das reuniões de oração?
“Aviva a tua obra, ó Senhor.” E qual é a obra dele? A obra de Deus é convencer pecadores. Alguém pode dizer que poucas pessoas atualmente sentem convicção de pecado. Bem, meu irmão, dobre os seus joelhos e peça a Deus, porque ninguém mais é capaz de fazer tal obra. Não é tarefa sua, nem minha, nem dos diáconos. É obra de Deus, e se quisermos que seja feita, temos de nos aproximar de Deus e dizer-lhe: “Aviva a tua obra”. Só Deus pode fazer novas todas as coisas.
Essa é uma oração apropriada para a Igreja de Cristo em geral – em toda a parte. Deveríamos orar pelas outras igrejas. Estamos vivendo em dias maus. Conheço igrejas que não têm reunião de oração – pense nisso, uma igreja sem oração! São exatamente como aquele grupo que Ezequiel viu (Ez 37.1-10) em que cada osso veio para o seu osso, e cresceu carne e se estendeu a pele sobre eles, e, mesmo assim, ele disse: “não havia neles o espírito”. Eles continuavam mortos depois de toda a pregação, e foi somente quando o profeta clamou: “Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam” (v. 9), que eles se levantaram para formar um grande exército.
Não importa com que eloquência você tenha pregado no púlpito, que tipo de riqueza ou influência social os membros de sua igreja ostentem – a igreja que não ora é apenas um poluidor da área. Não tem o direito de reunir-se em nome do Senhor. Nossa tarefa é chamar o poder do Céu para entrar em vidas humanas. Entretanto, há igrejas por toda parte que não oram de jeito nenhum; outras, quando muito, têm uma meia dúzia de gatos pingados quando se faz uma reunião de oração. Não temos motivos de sobra para orar“Aviva a tua obra, ó Senhor”?
E quando os homens usam o púlpito para negar ou desacreditar a santa Palavra, quando as doutrinas do Evangelho são desprezadas e Jesus Cristo é ferido na casa de seus amigos, não há razão para pedir com fervor que Deus avive a sua obra? Portanto, querido amigo, diante de uma tarefa tão grande, eu o convido a reconhecer o imenso Poder que é mais do que capaz de realizar a obra. Enquanto nos apegarmos a Deus, ele pode reverter a maré de incredulidade.
Tenho lido a respeito das condições da sociedade norte-americana no início do século 19. Eram tão perversas quanto o são hoje – ou até piores (se possível). Contudo, depois de algum tempo, pela graça de Deus, o avivamento veio.
Concordo com o meu amigo, dr. Riley, quando diz que temos a vitória garantida em qualquer hipótese. Se estivermos no tempo da grande apostasia final, então o Senhor está às portas e logo virá; nesse caso, não vai demorar e logo compartilharemos do seu glorioso triunfo. Por outro lado, se ainda não estivermos na apostasia final, podemos ainda esperar um grande e glorioso avivamento que abrangerá o mundo inteiro. Aleluia! Não vejo por que não. Você já viu Deus salvar uma pessoa? Eu já o presenciei muitas e muitas vezes. Se ele pode salvar uma pessoa, pode também salvar cem; se pode salvar cem, pode também salvar milhares; e se milhares, pode também alcançar milhões.
Deus pode avivar sua obra no nosso coração e em todas as igrejas, até que mais uma vez vejamos multidões no vale da decisão, perguntando pelo caminho para Sião e voltando seus rostos para lá.


Procura-Se Um Coração Em Chamas!



Por: Wesley L. Duewe

Para o líder cristão, não existe nenhuma alternativa para o Espírito Santo. É necessário que o líder tenha um coração abrasado pelo amor a Deus e aos homens. Como afirmou Dr. George W. Peters: “Deus, a igreja e o mundo estão à procura de homens com corações em chamas – corações cheios do amor de Deus; cheios de compaixão pelos males, tanto da igreja quanto do mundo; cheios de paixão pela glória de Deus, o Evangelho de Jesus Cristo e a salvação dos perdidos”.
“A resposta de Deus”, acrescenta ele, “para um mundo cheio de indiferença, materialismo, frieza e escárnio são corações ardentes nos púlpitos, nos bancos das igrejas, nas escolas bíblicas e nos colégios e seminários cristãos.”
Se você é um líder cristão, e o seu coração não está ardendo em chamas, com toda certeza a maioria dos membros de sua igreja terá um coração morno, que pouco ou nenhum impacto tem sobre o mundo. As nossas comunidades não se impressionam muito com nossos programas e infindáveis atividades. Para ter impacto sobre a comunidade, precisa ter algo além de uma igreja ativista, preocupada em atender e ajudar os visitantes. Precisa ser uma igreja em chamas, liderada por homens que têm o ardor de Deus em seus corações.
Samuel Chadwick, o falecido presidente do Cliff College, da Inglaterra, era uma “sarça ardente”. A partir do momento em que ficou cheio do Espírito, “milagres da graça divina eram realizados através da influência de uma vida que passou a ser incendiada pelo fogo de Deus”. Francis W. Dixon conta como “o poder de sua pregação e a influência moral dos membros de sua igreja foram tão poderosos, que o próprio Chefe de Polícia reconheceu publicamente como a cidade inteira ficara livre de crimes pela influência de homens e mulheres que haviam sido incendiados pelo amor de Deus”.
Dizem que uma vez um colega pastor perguntou a John Wesley, mensageiro do coração ardente, o que devia fazer para aumentar sua igreja. Ele respondeu: “Se o pregador estiver em chamas, todo o mundo virá para vê-lo queimar”.
Um dos biógrafos de Wesley o descreveu como um homem “sempre ofegante, correndo sem parar atrás das almas perdidas”. No túmulo de Adam Clarke, um dos primeiros estudiosos metodistas e um discípulo de Wesley, estão inscritas estas palavras: “Vivendo para os outros, fui totalmente consumido”.
Há um século, T. DeWitt Talmage escrevia: “Hoje, acima de qualquer outra necessidade, nos falta o fogo – o fogo sagrado de Deus, queimando nos corações dos homens, estimulando suas mentes, impelindo suas emoções, emocionando suas línguas, brilhando em seus rostos, vibrando em seus atos, expandindo seu potencial intelectual e fundindo todo o seu conhecimento, lógica e retórica em uma grande corrente inflamada. Que esse batismo de fogo venha sobre nós a fim de que milhares entre nós, que até hoje não passaram de ministros fracos e convencionais, sem qualquer contribuição marcante e que seriam facilmente esquecidos da memória da humanidade, sejam transformados em poderosos instrumentos de Deus”. Essa descrição continua tão válida hoje quanto naquela época.
Alguns anos atrás, quando a Polônia vivia sob o regime comunista, um soldado polonês comentou com o Dr. Harold John Okenga: “Existe na Polônia uma corrida entre o comunismo e o cristianismo. Aquele que conseguir transformar sua mensagem em uma chama de fogo ganhará”.
Um cristianismo sem paixão não conseguirá apagar as chamas do inferno. Para combater o fogo de uma floresta é necessário iniciar um outro incêndio para ir ao seu encontro. Um líder apático nunca conseguirá inflamar os outros. E um líder jovem sem ardor, como poderá acender a chama no coração dos outros jovens? Enquanto não formos inflamados, não conseguiremos alcançar o coração das pessoas. O bispo Ralph Spaulding Cushman orava:
Inflama-nos, Senhor, sacode-nos, nós te suplicamos!
Enquanto o mundo perece, nós, indiferentes,
Seguimos o nosso caminho
Sem rumo, sem paixão, dia após dia
Inflama-nos, Senhor, sacode-nos, nós te suplicamos!
Não há uma necessidade maior que essa em nossas igrejas e escolas hoje. Não basta ter uma fé cristã e bíblica; temos de ser possuídos por Cristo, totalmente tomados por seu amor e sua graça, inteiramente inflamados por seu poder e glória. Cada pequenina parte do nosso ser, como diz certo hino do passado, precisa estar incandescente com o fogo divino. Não é suficiente ter a lenha, não é suficiente ter o altar, não basta ter o sacrifício – precisamos do fogo! Oh, fogo de Deus, desce novamente sobre nós! Faz-nos arder, Senhor, inflama-nos totalmente!
Se quisermos ser uma força irresistível para Deus, no lugar onde ele nos colocou, precisaremos do batismo de fogo do Espírito Santo. Se quisermos despertar nossas igrejas sonolentas, precisaremos que aquele fogo, que veio sobre cada um que esperava no cenáculo no dia de Pentecostes, desça agora sobre nós. Você precisa disso, e eu preciso disso.
Num comovente artigo, intitulado “Queima Incessantemente, Fogo de Deus”, T. A. Hegre escreveu: “É de fogo que precisamos, fogo para derreter nossas emoções geladas e passivas, fogo para nos impelir a fazer algo em favor daqueles que descem diariamente à sepultura sem Cristo. Incontáveis milhões estão morrendo sem que ninguém lhes tenha falado do Evangelho, porque nós cristãos estamos apagados. Precisamos de fogo, do fogo do Espírito!”
Não precisamos de fogo fanático ou humano, que não glorifica o nome santo do Senhor. Precisamos é do fogo sagrado, daquele fogo que o Espírito traz e que usa para nos batizar. Precisamos do fogo e do zelo da igreja primitiva, quando praticamente todos os cristãos estavam prontos, se necessário fosse, a se tornarem mártires por Cristo.
Num sermão contundente, John R. Rice censurou nossa falta de fogo. “Ouçam, não são os pecadores que são duros. O problema de dureza está no coração dos pregadores. Os professores das escolas bíblicas, os diáconos, os obreiros e os superintendentes é que são duros. É mais fácil salvar uma alma e converter um bêbado ou uma prostituta do que inflamar um pregador para ganhar almas.”
George Whitefield foi grandemente usado por Deus, junto com John Wesley, quando viraram a Inglaterra de ponta-cabeça e, pela graça de Deus, evitaram que as Ilhas Britânicas passassem por uma réplica da Revolução Francesa. Diziam a respeito de Whitefield: “Desde o tempo em que começou a pregar, ainda garoto, até à hora de sua morte, nunca deixou que sua paixão se abatesse. Até o final de sua notável carreira, sua alma foi como uma fornalha ardente de dedicação em favor da salvação dos homens”.
Sua alma como uma fornalha ardente! Ah, aqui está o segredo! O problema trágico é que estamos tentando conduzir o povo de Deus com corações que nunca foram inflamados ou que perderam o ardor. Elias orou até o fogo descer sobre o monte Carmelo. E, então, os apóstatas caíram de joelhos e clamaram: “O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!” (1 Rs 18.39).
Pode o fogo da Shekiná, que fez chamejar a sarça no deserto, atear fogo em nossos corações, até que sejamos sarças ardentes por Deus? (Êx 3.1-3). O fogo da Shekiná no monte Sinai difundiu-se pelo corpo de Moisés até que sua face refletisse a glória de Deus (Êx 34.29,30). Podemos nós nos aproximarmos de Deus até que o fogo da Shekiná comece a transfigurar nossos vasos de barro e as pessoas possam ver o reflexo da glória de Deus sobre nós e em nós?
Pode o fogo da Shekiná, que Ezequiel viu afastar-se passo a passo de Israel, voltar para nós hoje? (Ezequiel, capítulos 10,11). Ele voltou sobre os 120 que se encontravam no mesmo lugar, no cenáculo (At 2.1-21). Se precisássemos passar dez dias para buscar a face de Deus, seríamos mais do que recompensados se no final fôssemos inflamados por ele.
Mas esse batismo não vem por meio de esforços, méritos ou simulações. Só Deus pode batizar com fogo. Só Deus pode enviar a Shekiná. Só Deus pode satisfazer suas necessidades e as minhas. Já labutamos muito tempo sem esse fogo. Temos ficado muito aquém da glória de Deus, por causa da falta dele. Temos deixado nossas igrejas praticamente impassíveis, inalteradas, por falta da chama.
Nós não podemos acender esse fogo. Não podemos criá-lo por nós mesmos. Mas podemos humilhar-nos diante de Deus, com toda a honestidade e lisura, e confessar nossas carências. Podemos buscar a face de Deus, até que sua poderosa lanterna alumie nossos corações e nossas vidas e mostre o que neles nos impede de sermos capacitados e cheios de sua vida.
O fogo santo de Deus desce somente sobre os corações preparados, obedientes e famintos. Talvez a necessidade que está por baixo de todas as necessidades é que não estamos suficientemente famintos ou sedentos, nem somos intensos em nosso desejo.

Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem” (Lc 11.13).

bibliografia o arauto da sua vinda,edições selecionadas

Nenhum comentário:

Postar um comentário